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Vi essa semana o trailer do novo filme de Colin Farrell (agora em versão sem drogas -- e mais cheinho), Fright Night. No elenco estão Anton Yelchin (o novo Chekov de Star Trek) e aquela-que-só-faz-papel-de-mãe-desesperada-depois-que-emagreceu Toni Collete. Pois bem, esse filme é refilmagem de um pequeno clássico descartável dos anos 1980, que fez história no Brasil, A Hora do Espanto.
Em 1981, um novato Sam Raimi lançou seu ótimo Evil Dead -- A Morte do Demônio,um filme trash, produção totalmente B que unia terror e humor. Era o chamado, em português, terrir. No mesmo ano veio Um Lobisomem Americano em Londres de John Dante com a mesma fórmula e efeitos especiais incríveis para a época. Em 1985, estreou A Hora do Espanto nos cinemas, contando a história de um teen, Charley Brewster que descobre que seu novo vizinho, bonitão e sedutor, é um vampiro. Ninguém acredita no cara, especialmente sua namorada e seu melhor amigo esquisito (que acabam vítimas do sanguessuga). Para conseguir salvar a garota, Brewster busca a ajuda de um apresentador de TV que tem um programa de filmes de terror trash, Peter Vincent (homenagem a dois grandes nomes do cinema de horror, Peter Cushing e Vincent Price) e os dois enfrentam o vampirão.
De famoso no elenco, só duas pessoas decadentes: o sempre careteiro, ex-menino prodígio de Hollywood, e ex-Dr. Cornelius de Planeta dos Macacos, Roddy McDowall no papel de Peter Vincent e o primeiro marido de Susan Sarandon, cujo grande papel na vida foi o de amante de Al Pacino no ótimo Um Dia de Cão, Chris Sarandon como Jerry Dandridge (isso é nome de vampiro?). William Ragsdale (que nunca mais fez nada que preste) era Brewster, Stephen Geoffreys (quem? sim, ele só fez porcaria) era seu melhor amigo, Evil Eddie e Amanda Bearse, na época uma gatinha, era a namoradinha de Charley. Ela depois ficou bem famosa como Marcy D´Arcy, a vizinha dos Bundy na série Married with Children e depois se tornou ativista gay nos EUA.
O filme era divertidíssimo, dosava bem os efeitos de terror com boas piadas e teve uma grande identificação com o pessoal jovem, tanto nos EUA (onde faturou mais de 24 milhões de dólares) como no Brasil, já que o vampiro era um tremendo sedutor que pegava as suas vítimas em boates, se vestia na moda e dava um baile nos heróis que eram da nossa idade. O sucesso foi tanto que gerou uma continuação bem ruim (desta vez Brewster enfrenta a irmã de Dandridge) e também uma tremenda babaquice no Brasil.
Como aqui a bilheteria foi muito boa, os luminares das distribuidoras em terras tupiniquins decidiram que se colocassem “A Hora” no nome do filme, o pessoal iria relacionar com Fright Night e o sucesso estaria garantido. Assim, Nightmare on Elm Street, aquele com Johnny Depp e com o infame Freddie Kruger se chamou…. A Hora do Pesadelo. Já Silver Bullet, outro bom filme de lobisomem baseado em Stephen King virou….. A Hora do Lobisomem. O rei do terror teve interferência até na literatura, já que um de seus livros, ‘Salem´s Lot’ que trata de vampiros, mas nunca usa a palavra vampiro (cita alho, crucifixo etc e você faz a relação) foi lançado como…..A Hora do Vampiro. O campeão de forçada de barra ficou com o filme Dead Zone, também inspirado em King. Aqui, eu juro, teve o surreal e estúpido nome de ….A Hora da Zona Morta.
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