Daqui a 20 dias temos a maior cerimônia cinematográfica do mundo e já podemos começar a imaginar (e apostar) em qual será o momento mais constrangedor do Oscar. Isso porque uma das coisas divertidas da festa é que justamente alguma coisa vai sair fora do script pré-estabelecido. Por exemplo, no ano passado, tivemos o day after com o ator de Love Story, Ryan O´Neal, cuspindo fogo nas entrevistas porque sua ex-companheira, Farah Fawcett – aquela do seriado As Panteras e cujo poster em maiô vermelho foi parte integrante dos anos 1970 – foi esquecida na homenagem aos falecidos da indústria. Mas esse não foi o único caso, existem outros bem piores:

1. Ele merecia um Oscar!
Em 1937, a atriz Alice Brady ganhou uma estatueta de melhor atriz coadjuvante, mas como ela não estava na cerimônia (na época um jantar), um homem levantou-se e educadamente recebeu em seu lugar. Nem ele, nem a estátua, foram jamais vistos de novo.

2. Frank Who?
A gafe de 1934 aconteceu quando o ator Will Rogers anunciava o prêmio de melhor diretor e soltou “Suba aqui no palco, Frank”. O diretor Frank Capra, um dos concorrentes, levantou feliz para agarrar a estatueta, mas quem tinha levado mesmo era Frank Lloyd com seu filme Cavalcade.

3. Povo da Bolívia…
Em 1947, Ronald Reagan, então ator, subiu ao palco para ler um texto sobre os grandes nomes do passado. Nas suas costas, uma tela mostrava cenas dos filmes citados. Ele não conseguia entender porque a platéia estava chorando de rir e ao se virar é que notou que o filme estava de cabeça para baixo.

4. Tempus fugit.
O Oscar passou a ser televisionado em 1953, mas cinco anos mais tarde, quando o comediante e apresentador da cerimônia, Jerry Lewis, anunciou o último prêmio, os produtores lhe avisaram que ainda havia 20 minutos de tempo a cumprir. Jerry até tentou improvisar algo, mas o resultado foi tão ruim, que tiraram a festa do ar e colocaram um curta-metragem sobre pistolas no lugar.

5. A verdade nua e crua
Bacana foi em 1974 que o inglês David Niven apresentava um dos prêmios e um homem correu o palco totalmente nu, para a surpresa de todos. Niven, com toda sua fleuma britânica, sorriu e disse que certamente o cara seria lembrado por seus “shortcomings” (deficiência em inglês, mas com uma pegadinha).

6. Qual é, kemosabi?
Marlon Brando não aceitou receber seu Oscar em 1973 por O Poderoso Chefão, mandando a índia Sacheen Littlefeather para fazer um discurso sobre as más condições das reservas indígenas nos EUA. O lance é que a menina se chamava mesmo Maria Cruz, não era apache e havia ganho, três anos antes, o prêmio de Miss Vampiro. Já George C. Scott também não foi receber seu prêmio de melhor ator por Patton por achar que o Oscar só seria justo se todos concorressem pelo mesmo papel.
7. Companheira Vanessa.
Em 1978, a atriz Vanessa Redgrave ganhou um Oscar de coadjuvante pela sua contundente interpretação em Júlia. A moça subiu no palco e aproveitou o discurso para descer a lenha em cima dos israelenses, chamando-os de assassinos sionistas e defendendo os palestinos. O roteirista de Rede de Intrigas, Paddy Chayefsky, que apresentou o prêmio seguinte, castigou “um obrigado, bastava”.

8. Trio ternura.
Em 1986, o Oscar teve um dos piores shows de abertura de sua história com Telly Savallas (o Kojak para quem viveu os anos 1970), Pat Morita (o Sr. Myiagi de Karate Kid) e o comediante Dom DeLuise cantando um número musical intitulado “Fugue for Tinhorns”.

9. A melhor idade
As gafes da premiação não poupam nem o pessoal veterano e já escolado nessa festa. Hal Roach, o pioneiro do cinema mudo, recebeu seu prêmio honorário, mas ao fazer o discurso seu microfone estava desligado e ninguém ouviu nada (ou como disse Billy Cristal, foi uma homenagem às origens de Roach). Já o grande Lawrence Olivier, com 78 anos, foi anunciar o melhor filme de 1985 e nem leu o nome dos concorrentes. Simplesmente abriu o envelope e soltou: Amadeus!
E existe a grande dúvida do Oscar de melhor atriz de 1993. A vencedora foi Marisa Tomei por Meu Primo Vinnie, batendo grandes nomes como Judy Davis, Miranda Richardson e Vanessa Redgrave. O que se disse depois é que o apresentador do prêmio, Jack Palance, aquele que um ano antes havia feito flexão de braço no palco aos 74 anos de idade, não leu o nome direito e anunciou a atriz errada. A academia nega veementemente.

10. A vingança é um prato que se canta frio
Ninguém entendeu porque em 2005, Jorge Drexler foi proibido de cantar sua música “Al Otro Lado Del Rio da trilha de Os Diários de Motocicleta, concorrente a melhor canção naquele ano. No seu lugar, puseram no palco Antonio Banderas e Santana. Pois bem, Drexler ganhou a estatueta e ao invés de fazer um discurso, cantou, segundo ele, “sua versão da música”. Constrangedor para a Academia, mas mostrou que com latino não se brinca!