Você deve estar pensando porque escolher 10 piores mães e não as 10 melhores para se comemorar o dia das mães. Provavelmente pensa que eu tenho problemas maternos. Não, minha mãe é ótima. Provavelmente a sua também. E tivemos, obviamente, mães legais nas telonas. Quer mais mãezona que Sarah Connors, que enfrentou dois modelos de andróides nos dois primeiros filmes da série Exterminador do Futuro, só para salvar a cria (e isso porque no primeiro ela nem estava grávida ainda)? Ou que tal a maternal Diane Wiest em Edward Mãos de Tesoura? Só que fica muito mais divertido ver como o cinema retratou algumas mães como praticamente irmãs do tinhoso. A lista abaixo traz algumas delas, em ordem decrescente de neurose, e não considera as madastras dos desenhos da Disney. Aliás, o velho Walt, segundo o livro ‘O Príncipe Negro de Hollywood’, tinha um complexo materno terrível, pois apanhava demais do pai neuras e a mãe ficava quieta e nunca o defendia. Entendeu porque nos desenhos antigos o pai era ausente e quem cuidava era a madastra? Freud explica muito, mas não as mães abaixo:


10. Sra. Voorhess de Sexta-feira 13
O amor por seu filhinho era tão grande que quando ela achou que ele tinha se afogado no lago Camp Crystal, passou a matar, dilacerar e decapitar todo e qualquer adolescente com sede de sexo no local (porque só a virgenzinha da turma sobrevivia nos filmes). Quando finalmente conseguiram matá-la ao final do primeiro filme de 1980, surge seu rebento, o querido Jason, pronto para vingar a mãe e ainda usando seu presente de Natal favorito: uma máscara de Hockey. Ah, Édipo.

9. Sra. Eleanor Shaw Iselin de Sob o Domínio do Mal
A sra. Iselin só queria o melhor para seu filhinho, foi por isso que o fez passar por uma lavagem cerebral para se tornar mais dócil e aceitar melhor seus planos, que envolviam assassinatos, golpes e espionagem. Na ótima versão de 1962 com Frank Sinatra, foi interpretada pela grande Angela Lansbury, tão convincente que mesmo sendo apenas três anos mais velha que Lawrence Harvey, parecia ser mesmo mãe dele. Na insossa refilmagem de 2004, o papel ficou a cargo de Meryl Streep.

8. Sra. Linda de À Procura da Felicidade
Se você ficou louco da vida com Charlize Theron em A Estrada por abandonar marido e filho num EUA pós-apocalíptico cheio de canibais, imagine alguém fazer isso na vida real. Foi o caso de Linda, esposa de Chris Gardner, que cansada dos fracassos do marido, caiu fora e o largou desempregado e com o filho pequeno. O cara conseguiu sair dessa, ficar milionário (para o azar dela) e ainda virar referência em paternidade, como mostrado no edificante filme de  2006 com Will Smith.

7. Sra. Bates de Psicose
Toda mãe sonha em inspirar os filhos, mas essa foi longe demais. O que podemos imaginar é que ela devia ser muito casca-grossa  e possessiva para fazer com que o pobre Norman quisesse que ela lhe fizesse companhia mesmo depois que ela, bem, o abandonou. E mais, a senhora era tão ciumenta que não admitia que o menino se interessasse por moças, especialmente se estivessem no banho.

6. Sra. Beverly R. Sutphin de Mamãe é de Morte
Serial Mom (para você ver como certos nomes em português são terríveis) trazia Kathleen Turner como uma matriarca que possui características típicas de certas mães: ela defende sua família a todo custo e gosta de tudo em ordem. Acontece que para cumprir essas funções maternas, ela não hesita em assassinar gente e importunar vizinhos, na ótima comédia de humor negro do independente John Waters de 1994.

5. Sra. Elaine Robinson de A Primeira Noite de um Homem
‘Deus lhe abençoe, Sra Robinson’, dizia a música de Simon & Garfunkel, no clássico de Mike Nichols de 1967. A senhora em questão era interpretada por Anne Bancroft e seduz e se torna amante do noivo pateta de sua filha, o ótimo Dustin Hoffman (que na vida real era apenas seis anos mais novo que ela).  O filme foi considerado o 17o melhor já feito no cinema pelo pessoal do AFI. A sra. Stiffler de American Pie é claramente inspirada em Robinson, só que transa com o amigo de seu filho.

4. Sra. Beth Jarret de Gente como a Gente
Mary Tyler Moore era uma simpática e amada atriz da televisão americana, até impressionar a todos como a Sra Jarret, uma mãe amarga depois que um de seus filhos morre afogado. O outro, que nunca foi seu preferido, acaba se sentindo tão isolado e culpado por estar vivo que tenta um suicídio. E ela nem consegue apoiá-lo depois disso. O drama deu a Robert Redford o Oscar de direção e ainda levou as estatuetas de Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro e Melhor Filme em 1980.

3. Sra. Margaret White de Carrie, a Estranha
A mãe de Carrie é realmente um terror. Fanática religiosa, consegue transformar até mesmo a primeira menstruação da menina num  pesadelo horroroso. A menina que sofre bullying na escola, aquase não tem amigos e é cheia de complexos, acaba fazendo um estrago danado quando aciona poderes psicocinéticos, depois de uma “brincadeira” na escola. O livro de estréia de Stephen King, acabou dando fama ao diretor Brian de Palma e ao ator John Travolta em sua segunda aparição nas telonas. A performance de Piper Laurie como a sra. White provavelmente inspirou Barbara Hershey em Cisne Negro.

2. Sra. Joan Crawford de Mamãezinha Querida
Joan Crawford foi uma grande atriz dos anos 40 e 50, trabalhando em clássicos como Johnny Guitar, O que Teria Acontecido com Baby Jane e Almas em Suplício. Depois de sua morte em 1977, uma de suas filhas adotadas, Christina, escreveu um livro relatando como a atriz era psicótica, abusiva e lhe espancava constantemente. Estranhamente, ela e o irmão Christopher haviam sido excluídos da herança da mãe, “por razões que os dois sabem bem”, de acordo com o testamento. O sucesso do livro, levou a um filme estrelado por Faye Dunaway, que se consagrou com a famosa cena do “nada de cabides de arame”, onde Crawford espanca a filha com o tal cabide. Há alguns anos, Christopher Crawford declarou à revista Vanity Fair que não se lembra de nada do que havia sido mostrado no livro.

1. Sra. Mary de Preciosa
Mais uma história real que merece o primeiro lugar. Claireece Precious Jones tem uma das vidas mais desgraçadas já mostradas na tela. É obesa ao extremo, ignorante, foi estuprada pelo pai e tem que aguentar a mãe viciada e alcoólatra que a humilha e agride o tempo todo. Incapaz de mudar sua vida, a progenitora culpa a filha de todas as suas mazelas e tenta, a todo custo, destruir seus sonhos. O pesadíssimo papel dramático deu à cantora Mo’nique um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2010 (o filme também levou de Melhor Roteiro Adaptado).