quinta-feira, 30 de junho de 2011

Afinal, quem foi Marilyn Monroe?

Publicado no site da revista Alfa em junho de 2011
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Se estivesse viva, Marilyn Monroe completaria 85 anos de idade hoje, 01 de junho, e nos faz pensar que tipo de senhora ela se tornaria. Será que conseguiria a felicidade depois dos affairs com os Kennedy? Será que imitaria outras duas grandes musas, Greta Garbo e Marlene Dietrich e se fecharia ao mundo, nunca se deixando fotografar? Ou faria como Betty White, a comediante que desde 1953 encanta os norteamericanos e hoje, aos 89 anos, continua atuando e virou ícone da nova geração pela quantidade monumental de palavrões que solta nas piadas? Nós nunca saberemos. Nem conseguiremos definir quem foi o fenômeno Marilyn Monroe, mesmo porque ela teve muitas facetas e muitos nomes. Nasceu Norma Jean Mortenson, foi criada como Norma Jean Baker em muitos orfanatos, posou como Mona Baker e em 1947 fez seu debut no cinema em dois filmes, Sua Alteza, Secretária e Idade Perigosa, depois de uma bem sucedida carreira como modelo e se tornou Marilyn Monroe.


Seu primeiro grande sucesso dramático no cinema foi Niagara ou Torrentes de Paixões, como se chamou aqui e abriu caminho para ela crescer tanto no drama, como na comédia e encantar as platéias com Homens Preferem as Louras,  o sensacional Quanto Mais Quente Melhor, o melhor filme sobre as agruras do homem casado quando fica sozinho: O Pecado Mora ao Lado, Os Desajustados, entre muitos outros. Só que a Marilyn das telas não era a real. Foi casada três vezes, a primeira com um amor de juventude, James Dougherty; depois com o jogador de baseball Joe DiMaggio (que até o fim da vida dele, colocou flores no túmulo dela) e, algo que ninguém pode explicar, com o escritor e intelectual Arthur Miller. E não foi feliz. Cantou e seduziu o presidente e também não foi feliz. Morreu misteriosamente em 1962, bêbada e viciada em barbitúricos e virou uma lenda em si. Tanto que aquela moça ruiva, que dizia querer conquistar o mundo, “cheinha” para os padrões atuais, que usava óculos e que, segundo dizem, era temperamental e nada confiável foi escolhida como a mulher mais sexy do século XX pela revista People. Mas quem foi ela? O melhor é deixar as pessoas que a conheceram de perto definir a deusa:

“Não é difícil entender o fascínio da América com Marilyn Monroe. Ela foi a primeira garota a vestir blusas transparentes. Eu a conheci em 49 na Universal. Eu já estava sob contrato. Ela estava à procura de um contrato. Eu devia ter 23 ou 24. Nos encontramos no estúdio e começamos a sair. Ficamos juntos por seis ou sete meses. Firmes.. Na época, ninguém sabia o quão grande ela se tornaria. Eu nunca senti que seu corpo era assim tão bom. Eu achava que era um pouco irregular em alguns lugares. Ela era uma ruiva na época, e no momento ela não parecia ser diferente de todas as outras mulheres jovens gostosas que tentavam entrar em filmes. Mas então ela desenvolveu aquela mulher estúpida -- Não, eu não quero chamá-la assim -- era mais como uma menininha ingênua. No cinema, ela começou a falar devagar, como se ela estivesse pensando nas palavras que ia dizer, isso é que se tornou sua magia. Isso as blusas transparentes se encaixaram perfeitamente.”
Tony Curtis, que trabalharia com ela em Quanto Mais Quente, Melhor

“Eu tive um calafrio. Esta menina tinha algo que eu não tinha visto desde filmes mudos. Ela tinha uma beleza fantástica, como Gloria Swanson, quando uma estrela de cinema tinha que  ter um olhar lindo, e ela tinha uma sexualidade como Jean Harlow.”
Leon Shamroy, diretor de fotografia em 12o filmes, sobre o primeiro teste de Marilyn em 1946

“As inseguranças Marilyn praticamente saíam para fora dela. Se ela tivesse um encontro às oito horas, eu tinha que estar lá ao meio-dia para começar a trabalhá-la. Se eu atrasasse dois minutos, ela ficava furiosa, mas isso não a impedia de fazer as outras pessoas esperarem por horas ou dias.”
George Masters, maquiador

“Ela não era o ídolo do cinema que a gente estava acostumado. Havia algo de democrático sobre ela. Ela era do tipo que iria se juntar a você e lavar os pratos do jantar, mesmo que você não pedisse a ela.”
Carl Sandburg, escritor e poeta

“Marilyn estava a um passo do esquecimento quando a dirigi em O Segredo das Jóias. Lembro que ela me impressionou mais fora do que dentro das telas … havia algo de tocante e atraentes sobre ela.”
John Huston, o grande mestre do cinema e diretor de os Desajustados e O Segredo das Jóias

“Ela se viu afundando em Hollywood em 1955 e disse ao seu estúdio: ‘Eu não estou aqui apenas balançando meu traseiro.’ Marilyn não é uma coisa qualquer, ela é multidimensional. Como atriz, ela tem muitas imitadoras, mas só Marilyn sobrevive “
Eli Wallach, o grande ator que trabalhou com ela em Os Desajustados

Eu vi que o que ela parecia não era o que ela realmente era e o que estava acontecendo dentro dela, não era o que estava acontecendo lá fora, e isso sempre significa que pode haver algo com que se trabalhar. No caso de Marilyn, as reações foram fenomenais . Ela pode envolver-se emocionalmente, o que é necessário para uma boa cena. Seu alcance é infinito. “
Lee Strasberg, diretor e criador do Actors Studio e professor de interpretação de Marilyn (que deixou sua herança a ele)

“Seu trabalho a assustava e apesar de ter inquestionável talento, eu acho que ela tinha uma resistência subconsciente para o exercício de ser atriz, mas ela estava intrigada com sua mística e feliz como uma criança quando estava para ser fotografada. Gerenciou todos os negócios do estrelato com incrível, inteligente e aparente facilidade”.
Sir Laurence Olivier, que trabalhou com Marilyn em O Príncipe Encantado e -- dizem -- se envolveu com ela nas filmagens

Você se lembra de quando Marilyn Monroe morreu? Todo mundo parou de trabalhar, e você podia ver o dia todo,  as mesmas expressões em seus rostos, o mesmo pensamento: “Como pode uma menina com sucesso, fama, juventude, dinheiro, beleza. . . Como ela poderia se matar? Ninguém conseguia entender, porque essas são as coisas que todo mundo quer, e eles não podem acreditar que a vida não era importante para Marilyn Monroe, ou que sua vida estava em outro lugar.”
Marlon Brando, que dispensa apresentações

“Ela vale todo o problema que causar”
Joshua Logan, que foi seu par romântico em Nunca Fui Santa para Laurence Olivier

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