sábado, 14 de fevereiro de 2009

Para as noites quentes de verão, peça um prosecco

Publicado no Terra em janeiro de 2009
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Popular nos anos 60 na Itália, febre hoje nos EUA e com o Brasil como o quinto maior exportador do produto, o prosecco é um vinho frisante feito de uvas naturais do Veneto na Itália. Leve, frutado, refrescante e de baixo teor alcoólico (cerca de 11,5%), é uma bebida ideal para dias e noites quentes, podendo ser tomado sozinho como um drinque ou acompanhando carnes brancas, peixes, massas e, acredite, vai muito bem com pizza.

O verdadeiro prosecco, ou aqueles com o DOC (denominazione di origine controllata), são provenientes dos campos e montanhas entre Valdobbiadene e Conegliano no nordeste italiano, região de Veneza e Verona, e, pelas normas, o vinho deve ser feito com pelo menos 85% de uvas prosecco (outras podem ser misturadas como pinot bianco, pinot grigio, chardonay), enquanto aqueles produzidos fora do Veneto, devem ter 75%.

As uvas são colhidas à mão, sem muita maquinaria, e o processo de re-fermentação, ao contrário da champagne e de outros vinhos espumantes, acontece em grandes tanques de aço e não nas garrafas, o que reduz bastante o custo final, dada a produção em massa.

Segundo Giancarlo Bisol, vinicultor de Valdobbiadene, a bebida encontrou um grande mercado no Brasil, com uma produção nacional no sul do país, muito devido á maciça colônia italiana da região. "Cerca de 2 mil acres de uva prosecco são plantadas no Brasil", diz Bisol. "Brasileiro adora uma festa! E bebem muito prosecco", complementa. Para se ter uma idéia, entre 2003 e 2008, US$283 mi foram gastos com o vinho por aqui.

Esse sucesso do espumante em terras tupiniquins, porém, tem um viés. Muitas marcas vendidas hoje, mesmo italianas, são de qualidade duvidosa. "As pessoas assimilaram o prosecco como sinônimo de espumante. Até champagne está sendo servida com esse nome", diz Rodrigo Neves Mainardi, responsável pelo marketing da Mistral, uma das maiores importadores de vinho no Brasil. Na recomendação de boas marcas, ele é contundente. "Trabalhamos com duas marcas que são consideradas de alta qualidade como Adami, aclamado pela crítica especializada como um dos dois melhores produtores de prosecco do mundo e também com o Sacchetto, que tem uma ótima relação qualidade-preço."

Um excelente prosecco é mais barato que um vinho tranqüilo de primeira linha. Uma garrafa de Adami, por exemplo, varia de R$ 47 (Prosecco di Valdobbiadene Brut) a R$87 (Prosecco Vigneto Giardino 2007), enquanto os da vinícola Sacchetto giram em torno de R$60. Já entre as marcas nacionais, a Salton é a que consegue qualidade razoável em suas espumantes, superior a muitas hoje vendidas por aqui, por preços que ficam entre R$20 e R$30.

O prosecco é então uma ótima pedida para suas noites a dois, sempre servido gelado a uma temperatura em torno dos 10ºC. Lembre-se porém da regra básica para não comprar gato por lebre: todo prosecco é espumante, mas nem todo espumante é um prosecco. Capici?


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