sábado, 14 de fevereiro de 2009

Como driblar cinco terríveis perguntas femininas

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Você está com sua esposa, namorada ou caso, desfrutando de um singelo momento a dois e de repente, sem qualquer aviso, ela dispara uma daquelas questões que faz você perder o chão, gaguejar e desejar estar na Faixa de Gaza com mísseis explodindo na sua cabeça.

E, obviamente, sua falta de preparo em uma resposta desencadeará mais e mais perguntas, girando em torno do tema -o que você quer dizer com isso?. Nem naqueles antigos filmes hollywoodianos de nazistas, o interrogatório era tão terrível e exaustivo.

Por isso, assim como acontece nas entrevistas de emprego, um planejamento prévio das possíveis indagações pode livrar sua cara e manter os espíritos preservados. Acompanhe a relação abaixo e veja como se safar.

Pergunta terrível 1: "Você acha que eu engordei?"
O que gostaríamos de responder mesmo é: "Finalmente você notou, não é, Free Willy?".
Só que a melhor resposta nesse caso é voltar a pergunta a ela. Responda simplesmente: "Se você engordou, eu não notei. Você acha que engordou?". Assim, se ela disser que sim, você pode paternalmente incentivá-la a fazer um regimezinho. Nunca, em hipótese nenhuma, tente subterfúgios e indiretas como: "Não sei, mas acho que suas roupas encolheram, porque estão apertadas pacas".

Pergunta terrível 2: "Não notou nada diferente em mim?"
Se a vida fosse justa, ela faria essa pergunta já com múltipla escolha de resposta e você diria opção A, B, C ou D. O que acontece, porém, é que realizamos uma varredura mental na mocinha, arriscamos cerca de cinqüenta palpites e descobrimos que ela está usando um brinco novo, muito parecido aliás, com outros doze que ela possui.
A melhor saída é invocar São Wando e castigá-la com algo como "Amor, o que mais adoro em você é que está sempre me surpreendendo. O que você tem para mim hoje?". E abrace-a. Seguramente ela vai entregar a resposta na hora e seu comentário será apenas "Que lindo!". Não estenda o assunto.

Pergunta terrível 3: "Você acha a fulana mais bonita do que eu?"
A eterna armadilha da comparação já fez muitas vítimas e deveria constar da Convenção de Genebra. Não adianta dizer que não presta atenção nas outras ou tentar disfarçar com explicações pseudo-sociológicas como "é um tipo diferente de beleza". Diga não. Só isso. Ela vai tentar extrair mais de você, mas aí é engatar um "estou feliz com o que tenho" e a questão está resolvida.

Pergunta terrível 4: "O que é que você tem hoje?"
Todos nós sabemos que seu silêncio significa que está repassando mentalmente todas as jogadas de Remo versus Ituano direto de Limeira ou ainda está pensando na Valdirene do Contas a Pagar que, apesar do bigodinho, até que é jeitosinha; mas sua parceira está com a imaginação à mil, pronta para aplicar uma demorada DR (discussão da relação).
Faça uma cara séria e meio que compenetrado solte: "É um probleminha no trabalho. Nada para se preocupar". Se ela insistir, use alguns termos técnicos como o turn-over do call-center vai mexer com PNL do próximo quarter e afetar o IPO e, em menos de dois minutos, o silêncio reinará de novo e Valdirene repovoará seus pensamentos.

Pergunta terrível 5: "Você me ama?"
Aqui não dá para evitar. Se você ama mesmo, diga sim. Se não ama, diga não. O importante é dizer detalhadamente o que sente e ser realmente sincero, para não complicar o futuro. Só deixamos claro que essa regra só é válida a partir do 61º dia de namoro. Antes disso, você tem todo o direito de responder: "Você deve estar brincando, não é?".

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