O Consigliere recomenda os verdadeiros filmes de macho
Publicado na revista VIP em junho de 2007
Tutti uommini gosta de bangue-bangue. É um gênero que passou por muitas fases. No começo, tudo era limpo, da roupa às cidades e o cowboy amava mais seu cavalo que a mocinha. Depois veio o faroeste dramático dos anos 50. Aí, lá pela década de 60, entraram os italianos - quem mais? - e fizeram filmes sujos, com personagens dúbios. E influenciaram os americanos! Então esqueça aquela sessão antiga de TV que passava só o pior do western spaguetti e alugue já os filmes abaixo:
Matar ou morrer (1952) e Os brutos também amam (1953): dois grandes exemplos do faroeste com enormes cargas de drama. No primeiro, um xerife tem que enfrentar um bando, sozinho, já que a cidade que ele protege o abandona. No segundo, um pistoleiro vai trabalhar numa fazenda e vira modelo de homem para o filho do dono da casa, para o desespero do pai. As cenas finais das duas pellicoli são memoráveis.
Três homens em conflito(1966): Sérgio Leone foi o grande Don do faroeste. Tirou um rapazinho do anonimato e fez dele uma estrela. Sim, Clint Eastwood. Nesta pelicola ele é o “bom” (que devia se chamar o menos FDP), Elli Walach é o feio e o saudoso Lee Van Cliff faz os olhos de anjo, o mau. Da trilha sonora espetacular de Enio Morricone (você conhece o tema) ao duelo entre os 3 homens, cada cena é uma obra de arte. Procure nas importadoras a edição especial com 20 minutos a mais de filme. Vale cada dólar furado.
Era uma vez no oeste (1968): mais um Leone com um elenco fenomenal: Jason Robards, Charles Bronson, Claudia Cardinalle e Henry Fonda, no único papel de vilão que fez em toda sua carreira. A seqüência inicial, praticamente muda, é um incrível trabalho de cinematografia. Os diálogos, depois, os mais cáusticos possíveis. E o velho Fonda mostra o quão inescrupuloso pode ser um uommo. Belíssimo.
Sete Homens e um destino (1960): baseado em Os 7 Samurais de Kurosawa, é o grande filme sobre a decadência do pistoleiro. Eles são mais baratos que armas diz Yull Brinner numa passagem memorável. O grande barato é que a maioria dos atores que trabalha nessa pellicola havia visto o original japonês e queria a todo custo trabalhar na versão americana. E você nota essa dedicação, assistindo a interpretações fantásticas. Imperdível.
Meu ódio será tua herança (1969): Sam Peckinpah, o diretor, foi considerado o maestro da violência . Foi o grande inventor da cena de tiro em câmera lenta. Neste épico, um grupo de bandidos americanos foge para o México e se envolve com um general renegado. E aí, eles têm a chance de fazer a única coisa decente em suas vidas. Preste atenção na primeira cena e seqüência final e veja a amarração. Mamma mia, que gênio.
Veja também Por um punhado de dólares (1964), Por alguns dólares a mais (1965), Duelo ao Sol (1946), O homem que matou o facínora (1962) e os Profissionais (1966). Mas se aquele amigo seu que acha que faroeste de verdade é Brokeback Mountain, reclamar das sugestões, bem paisán, il cinema e il mondo hanno cambiato. Fazer o que? Ciao, belo.
Graças a meu avô Renato, gosto de ler.
Graças a meu avô Antônio, aprecio história.
Graças aos meus pais, curto um bom filme e uma boa música.
Graças ao finado professor Wilson, respeito o português.
Apesar das mulheres que tive, ainda acredito em romance.
Graças ao grande amigo e excelente jornalista, Edson Rossi, descobri que todas essas influências anteriores me dão base para trabalhar escrevendo e que ainda eu poderia me divertir muito com isso. Já fui colaborador da revista VIP e do portal Terra nos canais Vida & Estilo e Diversão e hoje colabora no site da revista Alfa
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