quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

As besterias que os homens insistem em falar

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Reza o dito popular que a única coisa que muda quando os homens envelhecem é o preço dos brinquedos. Vendo alguns caras por aí, não dá para negar que é verdade, pois ainda insistem em fazer os mesmos comentários idiotas que usavam aos 12 anos de idade. E naquela idade, já não era engraçado.

Comecemos pela afirmação de masculinidade. Por que perturbar com o número 24? Se for dia 24, é "o dia de pagar o sindicato". Se a pessoa faz 24 anos, é o alvo dos amigos. Se fizer 42, é o 24 ao contrário, logo virou macho. Precisamos disso? É um número que define o homem? E a cor rosa? O infeliz aparece com uma camisa rosa ou ganha uma de presente e sua vida está desgraçada.

Só que quem sofre mais com a imaturidade dos homens são as pobres moçoilas. Porque na hora da conquista barata, os homens não poupam velhos chavões, como o ainda incrivelmente usado "o cachorrinho tem telefone?", ou o "não te conheço de algum lugar?". Ou em piores como "você vem sempre aqui?" e o "você é muito linda, sabia?".

Obviamente existem outros impublicáveis aqui, mas que desafiam qualquer livro do Kama Sutra. A pergunta que não quer calar é será que os rapazes acham que vão ter sucesso com isso? O grande problema é que algumas meninas caem nesse papo e aí o ciclo não para.

Ainda no quesito mulheres, mais duas coisas entram no espetáculo infame do mundo masculino. Uma são os apelidos para mulheres como Raimunda (feia de cara e boa de....você sabe), Camarão (tirando a cabeça, que delícia) ou broto....ssauro (essa provavelmente devido à música de um famoso cantor brasileiro que diz que tudo que Deus fez foi pensando em você, fez a Via Láctea e o dinossauro).

A segunda é conhecer gêmeas e soltar pérolas como "vocês nasceram no mesmo dia?" ou ainda "quem é a mais bonita e quem é a mais inteligente?". Obviamente espera-se também o interrogatório sobre se já houve a chance de trocarem de namorado só para ver se eles reconheciam e coisas do gênero como se todas as gêmeas fossem loucas por um swing.

Dentro do ambiente de trabalho, o machão típico não poupa os colegas. Seja aquele que chega atrasado e é recebido por um antipático "boa tarde" ao invés de "bom dia" ou, quando na hora do almoço, já à mesa, um descuidado indivíduo senta-se à cabeceira e passa a refeição ouvindo que vai pagar a conta. Se alguém pede pavê de sobremesa é lógico que ouvirá se é para ver ou se é para comer. Coma repolho ou ovo e algum palhaço comentará para todos sobre os problemas de gases que você enfrentará.

Embaralhar o "Parabéns a você", ser careca e se despedir dizendo que vai lavar o cabelo, fazer a piada sobre Cuba lançar foguete são mais exemplos da postura desses eternos meninos.

Aparentemente esse tipo de atitude vem de geração em geração como um modo de se mostrar mais descolado e mais homem, mas chegou em um ponto que irrita todo mundo, seja do sexo masculino ou do feminino. Se pudéssemos definir um homem para o século 21, devemos nos mirar em George Clooney, por exemplo, que resgatou a fina ironia de Cary Grant e espalhou, inclusive, entre seu novo Rat Pack (e notem que Bradd Pitt, Matt Damon e Andy Garcia vão pelo mesmo caminho).

A graça sem o escárnio, a leve misoginia sem o machismo, a intelectualidade sem a arrogância e principalmente a segurança de ser o que é tornaram-se marca registrada desse grupo. Pense bem, se todas as mulheres babam por eles, inatingíveis e distantes, o que essas características não fariam por você? Enfim, amadureça hoje e nunca perca o bom humor!

2 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Como sou ignorante!!!... Não tinha visto a possibilidade de comentar todos os posts anteriores...
Grande sacada o blog, pois tava difícil de te achar no Terra... a pergunta é: te ajudamos de alguma forma acessando pelo portal??
De qualquer forma, mais uma vez parabéns pelos excelentes textos!!

Anônimo disse...

Ih, Pucci, vc tá dizendo isso só porque fez aniversário naquela idade inversamente perigosa? Liga não, muitas vezes é pra descontrair o momento, não é que a coisa é levada a sério. As pessoas são o que são, e vivem o momento com são, é natural estarem em estágios diferentes, mas em algum momento crescem e amadurecem, e até lá convivem com pessoas talvez diferentes, mas de forma natural acabam convergindo com outras parecidas, de mesmo nível de amadurecimento. Ou senão, vivem essa eterna diferença, nem vou dizer se é amadurecimento ou falta dele, e naturalmente estarão juntos ou separados, mas cada um tem suas particularidade e peculiaridades que a tornam assim como é, e outras, senão nós, as apreciam como são. Obviamente se a sociedade fosse composta por pessoas muito iguais, haveria menos problemas sociais políticos, etc, mas tb não haveria essa fantástica diversidade de pessoas únicas, para as quais servem a nós, no mínimo, como exercício de tolerância, paciência e humildade.