sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Trabalhar demais pode prejudicar o cérebro

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Você trabalha mais de 55 horas por semana? Então é bom conversar com seu chefe agora e rever suas atitudes. Pesquisadores finlandeses do Finnish Institute of Occupational Health, liderados por Mariana Virtanen, monitoraram mais de 2.200 trabalhadores ingleses desde os anos 80. E o resultado mostrou que os que fizeram horas extras demais mostraram declínio em suas funções cognitivas (inteligência e memória, por exemplo).

O grupo estudado, hoje todos na casa dos 50 anos de idade, passou por 5 baterias de testes entre 1997 e 1999 e mais uma vez entre 2002 e 2004. As pessoas que trabalharam mais de 11 horas por dia tiveram piores resultados em teste de vocabulário, raciocínio e memória de curto prazo quando comparados aos considerados trabalhadores normais (até 40 horas de trabalho semanal) e os medianos (entre 41 e 55 horas). O efeito da sobrecarga de trabalho foi cumulativo nos resultados, ou seja, quanto mais horas em média o profissional passou no emprego, maiores foram os danos e piores os resultados.

Apesar de não haver uma explicação conclusiva sobre esse efeito, os pesquisadores inferiram que quanto mais a pessoa trabalha, menos dorme, mais propenso à depressão e às doenças cardiovasculares fica e mais álcool consome. O professor Mika Kivimäki, um dos líderes no projeto, afirmou que estudos adicionais serão conduzidos no futuro, já que é muito importante saber se os efeitos causados aos workaholics pode chegar à demência total do cérebro.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Os itens do guarda-roupa masculino que as mulheres abominam

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Nenhum homem no mundo é obrigado a ser um escravo das tendências da moda ou acompanhar todos os modelos de cores e tecidos dos eventos "fashion week" antes de sair de casa, mas o mínimo de bom senso é necessário para não fazer feio frente ao público feminino.

Sendo assim, perguntamos a 10 mulheres, entre 25 e 40 anos, o que as horrorizavam no modo masculino de se vestir e saímos com uma lista de todos os itens errados. Se você tiver um deles em casa, queime-o. Confira:

Camiseta regata
Essa peça parece ser a primeira grande unanimidade. Só se usa a regata na praia, para ir e voltar da areia. Fora disso, por mais sarado que você seja, ela deve permanecer na gaveta.

Pochete
Outro grande campeão na ojeriza das moças. As pochetes são perdoáveis apenas no modelo esportivo, usados por corredores, durante a corrida ou por fotógrafos e assistentes para auxiliar na profissão.

Camiseta de futebol
Por mais fanático que você seja por seu time, essa vestimenta é direcionada apenas na prática do esporte bretão ou para ir e voltar do estádio. Não envergonhe sua namorada desfilando com uma ao lado dela.

Short curto
Aqui parte-se do pressuposto que suas pernas vão encantar as meninas, mas o visual geral vai afastá-las. Pior ainda é se você for adepto do short com a camiseta enfiada para dentro. Aí o melhor é comprar um boné com hélice em cima para completar o visual nerd.

Camisa de manga curta e gravata
A menos que você seja um nativo dos EUA ou da Europa (eles adoram!), por favor evite isso. O melhor é uma bela camisa social de manga comprida dobrada.

Tênis de corrida com calça jeans
Não, você não parecerá descolado com esse visual. Tênis de corrida serve para correr mesmo. Invista em você mesmo e compre um de solado baixo com cores mais transadas e de uma marca boa.

Roupas e acessórios marrom
É muito difícil combinar preto ou azul marinho com marrom. Tem que ser craque para parecer elegante com isso, portanto não coloque uma calça preta com cinto marrom, ou azul com sapato cor da terra. É tiro e queda para parecer ridículo.

Papete ou sandália franciscano
Boa para caminhadas na praia ou algumas trilhas, pode ser considerada crime se usada na cidade. De meia, então, já é uma grande justificativa para a pena de morte.

Gravata de crochê
Essa moda foi morta e enterrada nos anos 80 e é lá que deve ficar.

Visual de skatista
Se você já passou dos 25 anos de idade, não vai ficar legal aparecer com aquelas camisetas largas e enormes e metade da cueca para fora da calça. Aliás, calças de cintura mais baixa provocam o humilhante visual do "cofrinho" em mesas de bar.

Por fim, atente para mais alguns detalhes básicos:
- Eventos sociais pedem roupas sociais, nunca jeans.
- A menos que você seja carcereiro de alguma penitenciária não precisa andar com um molho de 25 chaves no bolso (não é esse volume que chama a atenção).
- Celular preso ao cinto até pode fazer com que você se sinta o Batman, mas não vai atrair nenhuma mulher-gato.
- Corrente de ouro no peito com camisa aberta faz um sucesso tremendo na banca do bicho. Só lá.
- Não misture estilos. Camiseta não cai legal com calça social e sapato. E, em tempo, calça social sempre pede um cinto.
- Finalmente, vale a pena sempre ressaltar que sapato preto vai bem com meia preta. Nunca, em hipótese nenhuma, com meias bege ou branca.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

As besterias que os homens insistem em falar

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Reza o dito popular que a única coisa que muda quando os homens envelhecem é o preço dos brinquedos. Vendo alguns caras por aí, não dá para negar que é verdade, pois ainda insistem em fazer os mesmos comentários idiotas que usavam aos 12 anos de idade. E naquela idade, já não era engraçado.

Comecemos pela afirmação de masculinidade. Por que perturbar com o número 24? Se for dia 24, é "o dia de pagar o sindicato". Se a pessoa faz 24 anos, é o alvo dos amigos. Se fizer 42, é o 24 ao contrário, logo virou macho. Precisamos disso? É um número que define o homem? E a cor rosa? O infeliz aparece com uma camisa rosa ou ganha uma de presente e sua vida está desgraçada.

Só que quem sofre mais com a imaturidade dos homens são as pobres moçoilas. Porque na hora da conquista barata, os homens não poupam velhos chavões, como o ainda incrivelmente usado "o cachorrinho tem telefone?", ou o "não te conheço de algum lugar?". Ou em piores como "você vem sempre aqui?" e o "você é muito linda, sabia?".

Obviamente existem outros impublicáveis aqui, mas que desafiam qualquer livro do Kama Sutra. A pergunta que não quer calar é será que os rapazes acham que vão ter sucesso com isso? O grande problema é que algumas meninas caem nesse papo e aí o ciclo não para.

Ainda no quesito mulheres, mais duas coisas entram no espetáculo infame do mundo masculino. Uma são os apelidos para mulheres como Raimunda (feia de cara e boa de....você sabe), Camarão (tirando a cabeça, que delícia) ou broto....ssauro (essa provavelmente devido à música de um famoso cantor brasileiro que diz que tudo que Deus fez foi pensando em você, fez a Via Láctea e o dinossauro).

A segunda é conhecer gêmeas e soltar pérolas como "vocês nasceram no mesmo dia?" ou ainda "quem é a mais bonita e quem é a mais inteligente?". Obviamente espera-se também o interrogatório sobre se já houve a chance de trocarem de namorado só para ver se eles reconheciam e coisas do gênero como se todas as gêmeas fossem loucas por um swing.

Dentro do ambiente de trabalho, o machão típico não poupa os colegas. Seja aquele que chega atrasado e é recebido por um antipático "boa tarde" ao invés de "bom dia" ou, quando na hora do almoço, já à mesa, um descuidado indivíduo senta-se à cabeceira e passa a refeição ouvindo que vai pagar a conta. Se alguém pede pavê de sobremesa é lógico que ouvirá se é para ver ou se é para comer. Coma repolho ou ovo e algum palhaço comentará para todos sobre os problemas de gases que você enfrentará.

Embaralhar o "Parabéns a você", ser careca e se despedir dizendo que vai lavar o cabelo, fazer a piada sobre Cuba lançar foguete são mais exemplos da postura desses eternos meninos.

Aparentemente esse tipo de atitude vem de geração em geração como um modo de se mostrar mais descolado e mais homem, mas chegou em um ponto que irrita todo mundo, seja do sexo masculino ou do feminino. Se pudéssemos definir um homem para o século 21, devemos nos mirar em George Clooney, por exemplo, que resgatou a fina ironia de Cary Grant e espalhou, inclusive, entre seu novo Rat Pack (e notem que Bradd Pitt, Matt Damon e Andy Garcia vão pelo mesmo caminho).

A graça sem o escárnio, a leve misoginia sem o machismo, a intelectualidade sem a arrogância e principalmente a segurança de ser o que é tornaram-se marca registrada desse grupo. Pense bem, se todas as mulheres babam por eles, inatingíveis e distantes, o que essas características não fariam por você? Enfim, amadureça hoje e nunca perca o bom humor!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Vilões, loucos, sedutores e fortes têm mais chances no Oscar

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Um grande barato do cinema é ver até que ponto um ou outro personagem nos tocou. Interiormente, sentimos mais ou menos atração pelas características de um dos protagonistas e nos identificamos com seus ideais ou nos horrorizamos com a falta deles. E se a interpretação do ator ou atriz for boa, então, saímos da sala escura achando que o profissional é daquele jeito e não seu trabalho.

E como domingo é dia de Oscar, aquela cerimônia que todo cinéfilo de carteirinha diz que é brega e injusta, mas não perde a exibição por nada nesse mundo, resolvemos ver que tipos de personas fictícias a Academia de Artes de Ciências de Hollywood premia com a estatueta de ouro.

No Oscar de melhor ator

Os perdedores: sabe aquele cara que ninguém dá nada e ele se dá bem? Na sala escura eles fazem um sucesso tremendo e todos ficam impressionados com sua total dedicação em conseguir vencer na vida, apesar das intempéries. O primeiro prêmio da academia consagrou um. Emil Jannings ganhou-o (quando nem se chamava Oscar ainda) pelo seu Gen. Dolgorucki em The Last Command, onde um militar russo derrotado pela revolução comunista é chamado aos estúdios para justamente interpretar a si mesmo em um filme. E nesses anos todos tivemos tipos como, o alcoólatra Don Birnam deFarrapo Humano; o açougueiro tímido e encalhado de Marty (em uma interpretação redentora para Ernest Borgnine) até chegarmos no Lester Burnham de Kevin Spacey em Beleza Americana, o maior dos perdedores modernos.

Os desajustados: se seu tipo for o rebelde ou o cara que está totalmente deslocado no meio que vive, parabéns. Muitos desses modelos já foram premiados pela academia. E os grandes destaques vão para o sensacional Terry Malloy de Marlon Brando em Sindicato de Ladrões ou ainda o Sargento. J.J. Sefton, acusado de ser um traidor no campo de prisioneiros em Stalag 17. Mais recentemente temos o boxeador Jake La Motta de Robert De Niro em Touro Indomável; o suicida Ben Sanderson de Despedida em Las Vegas (outro alcoólatra) e finalmente, mais um personagem da vida real, Truman Capote, que deu o Oscar a Philip Seymour Hoffman.

Os mau-caráter: Se tem uma coisa que adoramos é ver tipinhos refletindo nosso lado mal nas telas. E quanto mais sacana, mais gostamos. E nesse rol temos políticos corruptos como Willie Stark de A Grande Ilusão, o manipulador Elmer Gantry de Burt Lancaster em Entre Deus e o Pecado, o racista chefe de policia Bill Gillespie de No Calor da Noite, o compositor Antônio Salieri de Amadeus e três grandes destaques em termos de sede por dinheiro e falta de escrúpulos: Gordon "ganância é bom" Gekko de Wall Street; o policial, mais que corrupto, Alonzo Harris de Denzel Washington em Dia de Treinamento e o ganhador do Oscar do ano passado, Daniel Day-Lewis, pelo terrível Daniel Plainview de Sangue Negro.

Os puros: rapazes muito bons ou puros são considerados chatos pacas na vida real, mas nas telas, são aqueles que mais levam prêmios para casa. Destacamos os religiosos Padre Flannagan e Padre O´Malley de Cidades dos Meninos e O Bom Pastor, passando pelo Ben Hur de Charlton Heston; pelo Gandhi de Ben Kingsley, o Forrest Gump de Tom Hanks; o Raymond Babbitt de Rain Man, até chegarmos ao impertinente Guido Orefice de A Vida é Bela.

Os loucos: caras que se fecham dentro de seu próprio mundo também caem no gosto das pessoas e geralmente acabam fazendo um estrago tremendo com suas manias. O brilhante General Patton, interpretado por George C. Scott se achava reencarnação de um militar romano; R.P. McMurphy de Jack Nicholson no brilhante Um Estranho no Ninho era um sociopata de primeiríssima qualidade; o âncora Howard Beale de Rede de Intrigas enlouquece no ar, aumenta a audiência e deu um prêmio póstumo a Peter Finch; o psicopata Hannibal Lecter de Silêncio dos Inocentes fez tanto sucesso que continuações de baixa qualidade foram produzidas e finalmente o neurótico Melvin Udall de Melhor é Impossível levou, mais uma vez, Jack Nicholson para a glória.

Os dúbios: como todo mundo tem um lado bom e um ruim, os personagens que combinam as duas características são bem mais interessantes e divertidos, formando o que chamamos de anti-heróis. O Peter Warne de Clark Gable em Aconteceu Naquela Noite é um deles, em sua guerra de sexos contra Claudette Cobert (que também levou sua estátua). O capitão Charlie Allnut de Humphrey Bogart em Uma Aventura na África também. O que não dizer de Jimmy "Popeye" Doyle, o policial que não tem limites para levar traficantes para a cadeia em Conexão França? Já baseado na vida real, Klaus Von Bülow de Jeremy Irons em O Reverso da Fortuna foi acusado de pôr sua mulher em coma em uma tentativa de assassinato e nunca se provou nada a seu respeito. Finalmente, o maior de todos os personagens dúbios da história do cinema: Don Corleonne de O Poderoso Chefão que, apesar de mafioso, é cheio de honra e regras de conduta rígidas.

No Oscar de melhor atriz

As coitadas: o Oscar parece querer que mulheres sofram muito, porque as que comeram o pão que o diabo almoçou são as que mais levam estatuetas. A primeira delas já foi para Janet Gaynor em Sétimo Céu, um dramalhão tremendo. Lina McLaidlaw Aysgarth de Joan Fontaine quase surta com a desconfiança que seu marido é um assassino em Suspeita. Já Ingrid Bergman descobre que seu marido realmente o é e está a enlouquecendo em À Meia-Luz. A jovem Catherine Sloper interpretada por Olivia de Havilland pasta muito no amor por causa de um pai rigoroso em Tarde Demais. Sophia Loren é violentada junto da filha na Itália pós-guerra de Duas Mulheres. A Alice de Ellen Burstin tenta retomar sua vida depois da morte do marido em Alice Não Mora Mais Aqui. A personagem Carol Connelly de Melhor É Impossível se divide entre suas neuroses, seu filho e o louco Melvin Udell. E recentemente tivemos Halle Berry e sua Letícia Musgroove ganhando seu Oscar por A Última Ceia, como a mulher que perde o marido executado e o filho atropelado e engata um novo relacionamento.

As sedutoras: mulheres que usam sua beleza para conseguir o que querem e levam os homens à loucura também se dão bem na premiação, assim como na vida real. Logo no começo, a Academia premiou a Coquette de Mary Pickford. Já Vivien Leigh subiu ao palco para receber seus prêmios com duas personagens manipuladoras: Scarlet O´Hara de E O Vento Levou e Blache Dubois de Uma Rua Chamado Pecado. Em Um Toque de Classe, Glenda Jackson se envolve com um homem casado, enquanto a Loretta Castorini de Cher seduz o irmão do noivo em O Feitiço da Lua. Já Geraldine Page ganhou com a menina que leva um indiano ao tribunal por um estupro que nunca houve em Passagem para a Índia, enquanto Jodie Foster e sua Sarah Tobias chegam às vias de fato em uma curra em Os Acusados.

As neuróticas: as moças explosivas, loucas e ruins de se lidar levam seu quinhão junto aos membros da Academia de Artes e Ciências. E quanto mais complicada, melhores as chances. Em A Cruz da Minha Vida, a personagem Lola Delaney era uma bêbada obcecada por sua cadela fugitiva, Sheeba. Já Joanne Woodward, senhora Paul Newman, interpretou uma mulher com três personalidades distintas em As Três Faces de Eva. Elisabeth Taylor se especializou nesse tipo de papel e levou uma estatueta pela histriônica Martha em Quem tem Medo de Virginia Woolf. Sophie Zawistowski de A Escolha de Sofia nunca mais foi a mesma depois que teve que optar entre a vida do filho ou da filha em um campo de concentração e a Anna Wilkes de Louca Obsessão prende em casa seu escritor favorito. A mais recente lunática premiada foi Aileen Wuornos, psicótica americana real, interpretada por Charlize Theron.

As fortes: moçoilas que sabem o que querem, tem personalidade própria e dominam a situação também não foram esquecidas pelo Oscar. Bette Davies se imortalizou em papéis de mulheres assim e ganhou o prêmio por Perigosa. Em O Leão no Inverno somos apresentados a Eleanor da Aquitânia, rainha durona e sábia. A professora liberal e carismática de Maggie Smith em Primavera Para Uma Solteirona também se encaixa no perfil. O mesmo pode-se dizer da produtora de TV Diana Christensen de Rede de Intrigas que não mede esforços para conseguir o lugar do chefe; além da Norma Rae de Sally Fields,na pele de uma líder sindical, a policial calma e muito grávida, Marge Gunderson de Fargo e a lutadora Maggie Fitzgerald de Menina de Ouro. Em 2006, a realeza volta para as luzes com o grande símbolo da fortaleza feminina, a Elisabeth II de Helen Mirren em A Rainha.

As santinhas: castas, puras, virginais e cheias das melhores intenções, as mocinhas de família povoam as telas do cinema e são reconhecidas pela crítica e o público. Uma delas, Bernadette, faz parte do imaginário católico pois teria visto Nossa Senhora e aparece na produção de 1943, A Canção de Bernadette. A babá mágica Mary Poppins também encantou os jurados assim como Fanny Brice de Funny Girl. Além disso temos a irmã Helen Prejean que assiste um condenado à morte em Os Últimos Passos de um Homem e a insossa Viola De Lesseps, de Shakespeare Apaixonado.


E quem entrará nesse rol este ano? Temos um lutador fracassado, um político corrupto, um político idealista, um professor sofredor e um homem estranho. Já nas mulheres temos uma ex-viciada, uma freira cruel, uma sofredora, uma forte e uma ex-nazista. Façam suas apostas nos vencedores e bom divertimento.

Pesquisas explicam 'nosso estranho jeito na cama'

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Ah, a ciência! Sempre tentando descobrir porque fazemos tanta bobagem! E o que não faltam são pesquisas para explicar nosso comportamento na cama. Aqui estão algumas das últimas descobertas destes exploradores da alma humana:

*Pesquisadores alemães da universidade de Göttinger, chefiados por um médico de nome bastante sugestivo, Ragnar Beer, chegaram à conclusão que quanto menos sexo você fizer, mais trabalho vai procurar. Isso mesmo! Pessoas com reduzida vida sexual buscam outras formas de compensação e é geralmente no trabalho. E mais, sexo reduz o estresse e quanto menor a quantidade de sexo na semana, menos sexo o frustrado vai procurar. Ou seja, aquele seu colega de trabalho workaholic e estourado, no fundo só está precisando de uma tórrida noite de amor. Ajude-o e o clima no escritório vai ficar uma maravilha.

*O Instituto Kinsey, o mais famoso em pesquisas sexuais, já havia mostrado que mulheres mudam suas preferências masculinas durante o ciclo menstrual. Agora conseguiram provar que durante a ovulação, as mocinhas preferem rostos mais masculinos, que mostrem mais testosterona! Elas consideram que esses caras podem ser um risco, mas são mais recompensadores porque farão melhores filhos. Assim, meu amigo, deixe a barba por fazer e saia à luta. Só use camisinha reforçada, porque sua parceira vai estar com os hormônios à toda.

*Já na Inglaterra, a professora Anne Campbell da Universidade de Durham provou que apesar de todo o discurso feminista, as mulheres ainda não curtem sexo casual como os homens fazem. Para elas, qualidade supera quantidade e, ao contrário do que reza a lenda popular, ela não vai transar com você porque quer um relacionamento de longo prazo. E mais, enquanto nós homens nos gabamos de nossa conquista, as moçoilas se sentem usadas e morrem de medo que essa aventura manche sua reputação. Mais uma vez a ovulação salva nossa vida já que a pesquisa também apontou que a maioria das respondentes que toparam sexo casual foram motivadas, principalmente, por seus hormônios.

*E essa aqui foi publicada em 2008 no HealthDay News. Garotas norte-americanas que se comprometeram a manter a virgindade até o casamento e praticar abstinência sexual, tiveram o mesmo comportamento sexual que aquelas que não fizeram a promessa. Ou seja, transaram! E o mais bacana é que cinco anos depois do juramento, elas negaram que o tinham feito. O grande problema é que essas meninas são as que menos usam métodos contraceptivos ou de proteção conta DST. Ou seja, além de inexperientes e mentirosas, as gurias são burras!

*E, para terminar, finalmente conseguiram provar que é verdade que não existe mulher feia, foi você quem bebeu pouco. Cientistas da Universidade de Bristol no Reino Unido conduziram uma pesquisa com 84 estudantes divididos em dois grupos: o que tomou refrigerante e outro que sorveu copos de vodca. Depois de 15 minutos, as duas turmas analisaram fotos de rostos de 40 outros estudantes e os embriagados consideraram-nos mais atraentes. O próximo passo desta importantíssima investigação será definir se esse efeito alcoólico se restringe à face ou se pode ser ampliada ao corpo ou a outras coisas sem caráter sexual (como filhotes de animais, por exemplo).

Entre de cabeça na prática do mergulho

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Esqueça tudo o que você tem como conceito de mergulho. Essa prática esportiva não é tão cara quanto parece, não é reservada somente a homens e é menos perigosa que pegar ônibus lotado no fim da tarde.

Apesar de existir desde a antiguidade (Heródoto relatou resgate submarino de tesouros em navios persas, 500 anos antes de Cristo), até meados do século 20 a prática era restrita ao uso militar e a alguns aventureiros que se dispunham a investir nos equipamentos caríssimos como o escafandro e o SCUBA.

Os grandes revolucionários da área foram os franceses Jacques Cousteau e Emile Gagnan que aperfeiçoaram o sistema de cilindro de ar comprimido e regulador de ar conhecido hoje como aqualung (pulmão aquático), dando maior mobilidade ao mergulhador e popularizando o equipamento em todo mundo. Até 30 anos atrás, quem queria se arriscar a respirar debaixo da água tinha que passar por um treinamento rígido e extenuante, geralmente ministrado pela marinha. Daí, atrelar o esporte a quem possui porte físico avantajado, ou seja, ao público masculino.

As organizações oficiais de mergulho, entre elas, a PADI, até por razões mais comerciais, resolveram amainar o treinamento e dividi-los em partes menores de curta duração e hoje é possível mesmo com cursos introdutórios, já se divertir muito e explorar as profundezas. No Brasil, é possível achar escolas que ministram todo tipo de treinamento, começando pelo básico (que vai mostrar como é o equipamento, como respirar, normas de segurança, procedimentos de resgate etc.), seguido pelo avançado (mergulho noturno, profundo - até 30 metros - navegação por bússola, naufrágio de observação, busca e recuperação, entre outros) e depois uma gama enorme de especializações como cavernas, navegação submarina, mergulho multi-níveis e mergulho técnico.

Cristina Alencar, proprietária da RIMAK (www.rimak.com.br), uma das mais conhecidas escolas em São Paulo e mergulhadora há 14 anos acredita que o esporte é ótimo para fazer amigos. "Quando você sai em uma excursão de mergulho, encontra uma série de pessoas com o mesmo perfil e objetivos que você. Não é nem preciso vir acompanhado porque os grupos são grandes e sempre acontece um entrosamento muito grande". Uma vez que as regras de segurança ditam que sempre se mergulha em duplas, a prática é excelente também para casais, mesmo porque poderão dizer a todos que se amam até debaixo d´água. Além disso, o mergulho possibilita um grande autoconhecimento e um contato maior com seus próprios limites. Isso sem contar a maravilhosa experiência de descobrir um mundo totalmente diferente, com cores, seres e ambientes deslumbrantes e aprender a respeitar o mar.

Outro detalhe importante é, que em grande parte dos cursos, o aluno vai praticar antes dentro de uma piscina. Depois, o seu primeiro contato submarino real será acompanhado por um instrutor. Somente após realizar uma série de exercícios, receberá sua carteira de mergulhador. Vivemos em um país que possui 9.188 quilômetros de costa marítima, e a prática é possível em todos os meses do ano, mesmo que seja no inverno. Aliás, é nessa estação, mais propriamente no eixo Rio-São Paulo, que encontramos a melhor água, ou seja, a visibilidade é maior devido a pouca chuva e a temperatura do mar é mais quente que no verão em muitos pontos. "Cada região do Brasil tem características diferentes. Em Fernando de Noronha, por exemplo, por seis meses mergulha-se no mar de dentro - lado da ilha voltado ao continente - e nos outros no mar de fora, mesmo porque as águas ficam agitadas e mexidas, impossibilitando um bom mergulho", diz Cristina.

Se você quiser aprender hoje mesmo saiba que um bom curso (duração de quatro noites ou um fim-de-semana) varia entre R$300 e R$350. Não é necessário ter todo o equipamento, somente o básico: nadadeira, snorkel e máscara. Se quiser levar a garotadinha também (uma grande oportunidade para elas começarem a respeitar o mar e a vida marinha), as escolas ensinam crianças a partir de 10 anos de idade.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Paixão entre gostosas e nerds está na moda

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Um dos reality shows mais criativos e interessantes que já apareceu na TV é The Beauty and the Geek (que no Brasil, exibido no canal Multishow, da TV a cabo, recebeu o nome idiota de As Gostosas e os Geeks). No programa, dez mulheres absurdamente bonitas, gostosas e ignorantes são trancafiadas em uma casa com dez nerds, que nunca viram uma garota daquelas na frente antes, a não ser que tivesse o sufixo .jpeg no nome.

Mike Richards, o apresentador, proclama que é uma competição de transformação, já que, em duplas, as meninas terão que ficar mais antenadas com o que rola no mundo real e os nerds precisam aprender a ser mais descolados. E já aconteceu de um dos rapazes namorar uma das meninas na terceira temporada. A deliciosa Jennylee se apaixonou por Nate, cantor em uma banda que só toca músicas relacionadas com Star Wars. E por que rolou todo esse clima? Nate era sensível, tímido, carinhoso e atencioso com uma pessoa acostumada a ser vista com simplesmente como um delicioso pedaço de carne.

Em um mundo onde beleza física e corpos sarados dão o tom, os nerds geralmente saem perdendo em disputas amorosas, mas algumas meninas já estão vendo as vantagens de sair com um cara que é só cultura. "Durante a faculdade tive um rolo com um rapaz nerd. Eu adorava a inteligência dele e inteligência pode ser afrodisíaca, sabia?", afirma Lorena Araújo, jornalista de 24 anos. A profissional de marketing Lara Belmonte, 31 anos acredita que namorar uma pessoa extremamente culta é vantajoso porque se aprende muito. "E ainda dá para posar de inteligente longe dele", brinca.No programa, vemos que a relação nerds-mulheres tem grandes vantagens para os dois lados. Primeiramente o geek vai se dedicar integralmente à mulher que o escolher, mesmo porque se sente - finalmente - valorizado e pode apostar que isso vai refletir no sexo também. Ele não vai passar horas na frente do espelho par conferir se está tudo me cima e estará mais preocupado em lhe agradar na cama. Além disso, vai ter sempre assunto para conversar em todos os momentos e com mais profundidade do que um sarado gostosão.

Por outro lado, a menina pode, seguramente, ir moldando seu rapaz, ensinando-o a ser vestir, a ficar mais solto em público e se tornar um cara mais cool. Isso sem contra o fato de que, de cara, ele vai agradar os sogros com a promessa velada de se tornar um novo Bill Gates ou o substituto de Steven Spielberg, dois exemplos de nerds muito bem-sucedidos. Obviamente que nerds atendem bem aos desejos de uma relação casual, mas para as de longo prazo serão ótimos.

O grande pulo-do-gato nessa história é a mulher estar bem segura do que quer e ainda não cair na síndrome do "o que minhas amigas vão pensar de me ver com ele". Andrea Lavinthal, co-autora do guia de sobrevivência para mulheres solteiras, The Hookup Handbook, dedicou um capítulo todo ao assunto e alerta "dê a seu nerd o respeito que ele merece e não se ache melhor que ele". Mesmo porque o cara pode ser um geek mas não é idiota. De uma maneira mais mundana, a menina que se aventurar com um nerd tem que se lembrar da estonteante Jessica Rabbit, a personagem de desenho animado mais sensual já feita, que, ao ser indagada pelo por que ter se casado com um coelho idiota, dispara: "ele me faz rir".

Outro ponto a ser considerado é que um nerd conquista aos poucos e dificilmente vai atacar de primeira com clichês prontos. Regina Vaz em seu livro Vamos discutir a relação mostra que meninas gordinhas são mais felizes porque atraem o seu alvo mostrando sua verdadeira personalidade. A convivência que se inicia como amizade, paulatinamente faz com que o rapaz comece a enxergar que tem mais a ganhar com uma pessoa gentil e carinhosa que com a peituda gostosona. Com os homens não parece ser diferente. Lorena passou por isso em sua relação: "começamos como amigos, conversando sobre vários assuntos e me atraí muito mais por tudo o que ele sabia do que pelo físico".

Enfim, por trás dos óculos de lentes grossas bate um coração ávido por um grande amor e um relacionamento saudável e duradouro. Que o diga Leonard Hofstadter, o personagem de Johnny Galecki em The Big Bang Theory, a comédia que é um dos maiores sucessos da TV atualmente que trata justamente do mundo de físicos nerds e suas dificuldades com as mazelas do universo feminino.

Dinheiro gasto em experiências traz satisfação

Publicado em fevereiro de 2009
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O que pode fazer alguém mais feliz: uma TV LCD de alta definição ou uma viagem à praia? E para as mulheres? Um sapato novo ou um jantar em um restaurante luxuoso? Se você respondeu a segunda opção para as duas perguntas, está de acordo com as descobertas feitas pelo professor de psiquiatria da San Francisco State University, Ryan Howell.

O estudo descobriu que um jantar fora ou um ingresso para o teatro traz mais satisfação e bem-estar que posses materiais porque está diretamente relacionado com uma necessidade superior, a de se sentir vivo e estar conectado socialmente a outras pessoas.Os participantes da pesquisa foram solicitados a escrever e responder perguntas sobre suas últimas posses e mostraram que aquelas mais experimentais trouxeram mais felicidade não só para eles como aos que o cercam.

Também foi constatado que a quantidade despendida não influencia o grau de satisfação. Essas experiências também provocam uma satisfação a longo prazo, uma vez que criam memórias afetivas enquanto há a possibilidade de se cansar de algo material adquirido. Apesar dos estudos feitos nos últimos 35 anos mostrarem que dinheiro não traz a felicidade, o Dr. Howell acredita que essa crença se mantém muito devido à qualidade do que se está adquirindo, em especial a esses bons momentos.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carnaval reforça "nossa fixação pelo traseiro"

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Há algum tempo atrás, o escritor e crítico de restaurantes, A. A. Gill, escreveu uma matéria bastante preconceituosa para a revista Vanity Fair, em que dividia o mundo em dois hemisférios: o breast world (mundo dos peitos) no norte e o bottom world (mundo do traseiro) no sul.

A partir dessa idéia, ele afirmou que as mulheres brasileiras são diferentes das outras por causa da tara que temos por bundas. Nos Estados Unidos, a paixão por peitos faz com que a menina possa olhar nos olhos de quem admira seus seios (o que levou o comediante Seinfeld a dizer que decote é como eclipse, não se pode olhar diretamente). Aqui não. Como ela não sabe a reação do rapaz ao olhar suas nádegas, capricha na ginga e no modo de desfilar. E o autor arrisca que isso trouxe maior independência à mulherada brasileira.

Essa "coisa" que temos com bunda será aguçada ainda mais a partir de hoje, durante quatro dias de transmissões do Carnaval. As emissoras adoram mostrar os variados tipos, tamanhos e consistências desta protuberância tão amada.

A única explicação plausível para nossa dedicação a essa parte da anatomia feminina vem dos tempos de escravidão no Brasil - época em que negras da etnia mbunda de Angola faziam os portugueses arrepiar seus bigodes e esquecer a bacalhoada da Maria de Fátima.

A bunda é tão importante no mundo masculino tupiniquim que é capaz de definir uma mulher. Daí os termos mulher-pêra (magra de quadril largo e bunda grande), mulher-Raimunda (feia de cara e boa de bunda), mulher-nadadora (nada de frente, nada de costas - a total ausência de bunda) e assim por diante. Bundas vendem cerveja, aumentam a procura de CDs se estiverem na capa e, ainda, dão audiência em certos programas de TV. É tão forte essa ligação que nem mesmo a moda do silicone nos peitos conseguiu derrubar a bunda do primeiro lugar na lista de preferências masculina.

Em 2008, o concurso Show Me Your Sloggy em Paris, coroou a catarinense de 20 anos Melanie Fronckowiak como a melhor bunda do mundo. Ela levou para a casa o prêmio de 15 mil euros e um seguro para sua derrière e fez aquilo que a seleção brasileira de futebol não consegue mais: preservou nossa boa fama.

E como identificar a bunda perfeita? Em 2006, pesquisadores da universidade de Manchester (sempre a Inglaterra e suas pesquisas geniais) chegaram a uma fórmula matemática para calcular o índice da bunda feminina: (S+C) x (B+F) / (T-V). Explicando: S é o formato do traseiro (e quanto mais parecer com um pêssego, melhor), C é sua curvatura (redonda é a ideal), B é balanço (não pode ficar chacoalhando), F é a firmeza (os bumbuns durinhos levam vantagem) e T vai para a textura da pele (agora sim, as moçoilas podem se desesperar por causa da celulite, porque os furinhos as farão perder pontos).

Faça as contas e quanto mais próximo o índice estiver de 80, mais perfeita a bunda será. Obviamente que tudo isso é uma grande bobagem, porque, em primeiro lugar, inglês não entende nada de bunda e, depois, o melhor é a análise táctil-visual para tirar as conclusões e não uma calculadora científica.

Existe, porém, algo intrigante nessa história: por que, com todo esse amor pelas nádegas, quando queremos ofender alguém, o chamamos de bundão?

Vá para o Inferno e outros lugares com nomes engraçados

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Se você vai viajar e quer tirar ótimas fotos ao lado de placas de cidades com nomes estranhos, saiba que o mundo está recheado de lugares onde dá para parar e pensar "o que a pessoa tinha na cabeça quando nomeou o vilarejo daquele jeito?". Pior: muitas prefeituras usam a denominação do local para alavancar o turismo, que tem uma série de atrações. Confira.

Nos domínios do tinhoso
Uma das cidades mais famosas dos Estados Unidos é Hell (Inferno, em inglês), no estado de Michigan. Existem duas histórias para esse título. A primeira envolve colonizadores alemães que em 1830, ao chegarem, exclamaram em sua língua materna que tudo era "so schön und hell" (tão bonito e brilhante) e aí o nome pegou. A segunda envolve o fundador da vila. Quando perguntado que nome ela teria, disse "you can name it Hell for all I care" (por mim, você pode chamá-la de inferno). Seja qual for a versão verdadeira, tudo lá gira em torno de brincadeiras com o nome, das camisetas à decoração das lojas até o bar The Damn Site Inn (o lugar amaldiçoado). Hell também batiza o nome de cidades na Noruega e nas Grandes Cayman e, no mesmo tema, no estado de Vermont temos a Satans Kingdom (reino de Satã). Um detalhe engraçado é que a 453 km da versão americana de Hell, encontramos a cidade de Paradise (paraíso).

Não era isso que a gente queria dizer
Na Áustria existe uma vila com o singelo nome de Fucking (que lá se pronuncia fu-quing). Antes que você pense bobagem, o nome veio da família que fundou o condado lá pelos idos de 1070, chamada Focko. Só que no alemão o sufixo ING indica a que família pertencia o local. Ou seja, Fucking quer dizer "da família Focko". Na segunda guerra mundial, depois da invasão aliada, a cidade fez sucesso entre os soldados americanos e ingleses, por razões óbvias. Hoje existe até excursão para o local. Aliás, a vila detém o recorde austríaco de roubos de placas. Todos querem levar a indicação de Fucking para casa.

Sopa de letrinhas
Imagine o que deve ser morar ou fabricar placas indicativas para as cidades de LLANFAIRPWLLGWYNGYLLGOGERYCHWYRNDROBWLLLLANTYSILIOGOGOGOCH (escrito assim mesmo, mas conhecida apenas por Llanfairpwllgwyngyll), no país de Gales ou ainda Taumatawhakatangihangakoauauotamateapokaiwhenuakitanatahu na Nova Zelândia. O nome da primeira cidade, com 58 letras, quer dizer "A igreja de Santa Maria no vale da nogueira branca perto da corredeira do redemoinho e da igreja de São Tarsílio da caverna vermelha". Tudo isso em galês. O nome foi oficializado no século 19 como uma tentativa de aumentar a visitação ao local e muita gente hoje pára em sua estação de trem só para ser fotografado ao lado de uma placa.

A segunda cidade foi batizada com o nome de um morro e, para encurtar a conversação entre os locais, é apelidada de Taumata. No dialeto maori, o nome significa "o topo onde Tamatea, o homem dos grandes joelhos, o escalador de montanhas, o engolidor das terras por onde viajou, tocou sua flauta para sua amada". Está no Guinness Book como o maior nome de cidade no mundo.

Santo batismo, Batman!
Para quem curte o homem-morcego, existem duas opções bem legais. Você pode visitar Batman na Turquia, cujo prefeito chegou ao ponto de tentar processar Christopher Nowlan e a Warner Bros por usar o nome da cidade no filme Batman Returns. Nem o Coringa teria pensado nessa! Já nos Estados Unidos temos a comunidade de Bat Cave (Batcaverna ou caverna dos morcegos), na Carolina do Norte. O divertido mesmo é passar por lá e levar para casa o jornal The Bat Biz (negócios de Bat).

Ho Ho Ho!
Para quem adora o bom velhinho e as luzes coloridas piscantes, a pedida é viajar para North Pole, no Alaska, cidade a 2,7 mil quilômetros ao sul do verdadeiro pólo norte geográfico da Terra. Obviamente que lá é Natal o ano todo e o turista tem a chance de ver a maior estátua de Papai Noel do mundo e a loja Santa Claus House. O interessante é que milhares de cartas de crianças são endereçadas ao local perto de 25 de dezembro, e muita gente vai até lá só para carimbar cartões de Natal nos correios. A cidade já foi até destruída no gibi dos Novos Vingadores, da Marvel Comics, em 2006, porque vilões não comemoram o Natal. Só que Papai Noel mesmo mora na Finlândia, mais especificamente no Santa Claus Village, um parque temático na Lapônia todo dedicado ao gordo velhinho.

A baixaria está na sua cabeça
Existem inúmeras cidades que fazem a alegria de brasileiros, já que adoramos uma piada de duplo sentido. Por exemplo, você pode ir para Bunda, na Tanzânia, ou ainda em Bunda, na Austrália, onde existe até a Rua Bunda. E que tal viajar para Bosta na Suécia, que, ao contrário do que o nome sugere, é um belíssimo lugar? Isso sem contar algumas cidades cuja sonoridade dos nomes lembram coisas impublicáveis aqui.

Para brasileiro rir muito
Se você prefere, porém, prestigiar o turismo nacional, o Brasil possui inúmeros locais que vão ficar ótimos no seu álbum de viagem. Temos Nova Iorque no Maranhão, Barcelona no Rio Grande do Norte, Buenos Aires em Pernambuco, Holanda no Ceará (que tem também outra cidade chamada Tróia) e França na Bahia. Em Minas Gerais, os machões se encontram em Pintópolis ou em Ressaquinha. No Rio de Janeiro, temos a cidade de Varre-e-Sai, enquanto no Rio Grande do Sul encontramos a capital das meninas frescas, Não-me-Toque. Para os exaltados sugerimos Bofete em São Paulo. E, no próximo fim de ano, pegue toda a família e comemore a data festiva em Feliz Natal no Mato Grosso.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Woody Allen pode "ensinar" a discutir a relação

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Talvez não exista e nunca existirá um cineasta que mais entenda de relacionamentos complicados como Woody Allen. Seus filmes mais clássicos, como Noivo Neurótico Noiva Nervosa, Manhattan, Sonhos de um Sedutor, Poderosa Afrodite, e até os mais recentes, como Vicky Cristina Barcelona, envolvem romances confusos, até bem mais realistas que os mostrados em comédias românticas. Existem dois pontos, porém, que são marcas nos filmes de Allen: um profundo entendimento do que é a cabeça feminina (a ponto de fazer A Outra, abordando com propriedade o que é uma mulher aos 50 anos de idade) e o fato dos relacionamentos mostrados na tela serem pautados por diálogos e desabafos, nem sempre carinhosos, mas muito esclarecedores.

Allen aqui nos serve como antítese do velho chavão corrente: homens não sabem e não querem discutir a relação. E as mulheres ficam extremamente irritadas com isso. A especialista em relacionamentos, diretora da Consulte Brasil e autora do livro Vamos Discutir a Relação? (Editora Planeta), Regina Vaz, acredita que isso acontece porque homens e mulheres lidam com seus problemas de maneira diferente.

Segundo ela, a mulher tem uma grande necessidade de contar sua má situação a todo mundo, da pessoa que nunca viu na vida e que está sentada ao seu lado na manicure ao garagista do estacionamento. Isso funciona bem no mundo feminino, porque é assim que as idéias são organizadas e a solução aparece. Já os marmanjos guardam o problema para si, preservando sua condição de macho alfa e de pessoa viril, potente e auto-suficiente.

As discussões de relação (famosas DRs), então, podem não funcionar, porque é uma tentativa frustrada de juntar dois lados antagônicos, que insistem em manter seu modus operandi: ela escancarada e ele fechado. E, nas palavras de Regina, o que temos são duas pessoas gritando e nenhuma escutando. E aí, voltamos a Woody Allen e aprendemos que temos que entender as sutilezas do sexo oposto.

No livro Homens, Amor e Sexo, de David Zinczenko e Ted Spiker (Editora Sextante), os autores partem da teoria de que homens pensam, enquanto mulheres sentem. Então, quando a mulher insiste em saber o que ele sente em relação ao namoro ou casamento, a coisa complica. O ideal é perguntar o que ele pensa a respeito disso. E ainda dão dicas interessantes sobre como a mulher pode mudar seu discurso e substituir frases como "você não me entende" por "gostaria de conseguir me fazer mais clara para você" ou ainda ao invés de convidar para sentar e conversar propor passearem de carro e aí falar. Até porque o homem fica menos tenso quando está realizando alguma atividade física, como dirigir por exemplo.

Muitos relacionamentos hoje estão padecendo pela falta de sinceridade e do verdadeiro diálogo: franco, maduro e enriquecedor. E, para que isso aconteça, Regina Vaz recomenda que a relação esteja pautada nos três "A": Admiração (sem ela não haverá respeito), Atração (é o que faz os momentos a dois mais interessantes) e Amizade (que permite justamente essa troca de idéias).

Além disso, é muito importante que tanto o homem quanto a mulher preservem e mantenham sua auto-estima elevada. Isolar-se dentro da relação, deixando de lado amigos, família, profissão e tudo mais, seguramente vai dar pano para manga para longos e terríveis duelos de egos.

Também é recomendável que na relação os dois dividam as responsabilidades e saiam de papéis predeterminados como "pai provedor" ou "mulher submissa", por exemplo. Caso contrário, você pode cair na situação de Woody Allen no filme Poderosa Afrodite, quando seu filho lhe pergunta quem é o chefe da casa e ele responde: "Você ainda pergunta? Eu sou o chefe. Sua mãe só toma as decisões".

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O que nunca falar para uma mulher

Publicado no Terra em fevereiro de 2009.
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Ali Babá gritava "Abre-te, Sésamo" e uma porta se abria. Se você falar "Klaatu Barada Nikto" ao robô Gort, ele pára de destruir a Terra. Billy Batson gritava Shazam e virava o todo-poderoso Capitão Marvel. O mundo da ficção é recheado de frases mágicas que provocavam reações maravilhosas e efeitos indescritíveis.

Já na vida real, existem algumas que quando ditas para uma mulher tem a capacidade mágica de transformá-las de donzelas meigas para tsunamis destruidores. E como nossa falta de tato masculina é famosa, segue uma relação delas para evitar inútil e farto derramamento de gritos.

1. O que você fez com seu cabelo?
Esta frase vem acompanhada por uma expressão do homem que mistura nojo e espanto e provoca na moça a busca de um culpado. Como ela sempre corta o cabelo com o mesmo cara há anos, que além de tudo é confidente, adivinha quem vai ser escolhido como bode-expiatório? Quem mandou não ler revista feminina e não saber as tendências em cabelo para esta estação?

2. Você fica tão sensual quando está brava!
Se você solta essa no meio de uma discussão, pode ter certeza que não vai conseguir terminar com a briga de vocês. Só vai deixar sua namorada mais, como dizer, sensual!

3. Você não está raciocinando direito!
Aqui você mexe nos brios da menina. Eu sei que o que você quer dizer é que ela não está levando em consideração os elementos apresentados e que diversos fatores ignorados podem conduzir a uma resolução importante do problema, incluindo aí alternativas e planos de escape. Só que na cabeça dela, soa como "caramba, como você é burra!". Vai por mim. Seja o mais explícito possível.

4. Não era assim que minha ex fazia!
Essa sentença, especialmente dita em momentos mais íntimos, cai que nem míssil Scud em países do oriente médio. Faz estrago e mata inocentes. A menina quer sempre ser a melhor na sua vida e se você a comparou com a(s) anterior(es), você está classificando-a como segunda linha. É muito provável que você escutará, nessa ordem, um "volta para ela, então" seguida de uma batida de porta.

5. Você está parecendo a minha mãe!
Aqui vai ficar a dúvida cruel: você está ofendendo a menina, a sua mãe ou as duas ao mesmo tempo? Problemas maternos são resolvidos com terapia, ok?

6. Você sabia que eu era assim quando quis ficar comigo.
Sim, ela sabia. E ela também sabe que toda mulher acha que o homem vai mudar e o homem acha que a mulher não vai mudar nunca. Soltar uma frase dessas mostra que você é inflexível e que está pouco se lixando com o que ela pensa ou quer. Talvez isso não vá gerar uma briga, mas certamente, uma semente de dúvida estará plantada na cabeça dela e o jardineiro responsável por cultivá-la e fazer crescer será a melhor amiga de sua esposa ou namorada. E aí, meu amigo, verás os frutos amargos que sairão desta árvore.

7. Você fala demais!
Óbvio! A maioria das mulheres tem incontinência verbal. Elas precisam disso para organizar as idéias! Já está no inconsciente coletivo feminino. Tenha paciência, engula sua raiva e leia também o item 10 porque será importante para esses casos.

8. Já estamos naquele período do mês, é?
TPM é uma coisa que é muito difícil para um homem compreender e lidar. É quando os hormônios femininos ficam acendendo e piscando como uma máquina de fliperama. Por isso, seguindo a tradição da polícia norte-americana, tudo o que você disser pode e será usado contra você. Existem jeitos de se perguntar se ela está no período explosivo do mês, mas tem que se fazer com carinho e paternalmente. Lembre-se também que as três letrinhas servem de atenuantes em casos de homicídio no Brasil.

9. Para quando é?
Esta não é para a namorada, mas para aquela amiga que você não encontra há tempos e está com uma barriguinha saliente. Não arrisque! Pode ser que ela não esteja grávida e sim tenha feito uma dieta à base de cerveja, feijoada e chocolate. Lembre-se que se você realmente estiver errado, a vergonha lhe perseguirá por muito tempo. A amiga não.

10. (nada)
Não falar nada, ficar em silêncio e só soltar um "hum-hum" é uma ótima maneira de experimentar ao vivo o que Robert Louis Stevenson descreveu na obra O Médico e O Monstro, quando o Dr. Jeckill tomava sua poção. Aos poucos a expressão do rosto dela vai se alterando, a cor muda de pálido para vermelho e em segundos, você estará escutando berros dignos de uma ópera de Verdi. Isso também é válido para frases telegráficas como "ok", "como você quiser" e "você decide". Expresse sua opinião, mas, mais uma vez, voltando ao começo do texto, cuidado com o que você fala.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Por debaixo do pano, peças íntimas fazem história

Publicado no Terra em fevereiro de 2009.
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Brasília comemorou nesta terça-feira o Dia Nacional da Roupa de Baixo. Modelos desfilaram peças de 20 marcas de lingerie nos corredores do Conjunto Nacional e na Rodoviária do Plano Piloto. É a segunda edição do projeto, criado pelo site de moda brasiliense Finíssimo. A iniciativa foi inspirada em um evento parecido, que acontece desde 2003 em Nova York, nos Estados Unidos, e tem apoio dos fabricantes de lingerie.

Mas não é de hoje que a peça íntima desperta interesse. Uma lingerie pode ser uma ótima arma de sedução ou destruir um momento romântico. Uma cueca pode lhe dar ares de homem sedutor ou lhe mostrar como um ser abjeto. As roupas de baixo acompanham as pessoas desde o início da humanidade e dizem muito sobre suas personalidades.

No começo era o saiote, usado por homens e mulheres, que consistia em um pedaço de pano ou couro amarrado na cintura para esconder as partes proibidas. Um desses saiotes foi encontrado por arqueólogos e datava de 7 mil anos atrás. Na Roma antiga era comum ver escravos usando a peça, enquanto os ricos desfilavam em suas togas sem nada por baixo. Já as mulheres romanas usavam uma versão primitiva do sutiã e calcinha, em duas peças separadas. Mesmo no Japão, o fundoshi, aquela tira de tecido usada hoje por lutadores de sumo, já era obrigatório há milênios.

A idade média inovou com a adição do legging para homens, muitas vezes usado como roupa exposta e não escondida e algumas ainda permitiam aos marmanjos urinar sem ter que tirar toda a peça. Aliás, naquela época, tantos homens e mulheres usavam camisetas sob a roupa, as chemises francesas. Os corsets também apareceram nesse mesmo tempo para apertar os peitos femininos. Nunca se provou a existência dos cintos de castidade para evitar que as mulheres traíssem. Na realidade, muitos historiadores acreditam que era uma arma contra estupros já que os homens estavam em cruzadas e guerras e que próprias mulheres possuíam as chaves.

A revolução industrial trouxe a possibilidade da produção em massa. Foi aí que lançou-se a moda das cinturas de vespas e as moçoilas corriam para colocar seu espartilho. O grande problema é que para ficar bom, tinha-se que apertar muito e não era raro ver moças desmaiando por falta de ar.

Nos idos de 1880 apareceu o corpete saudável, uma versão mais light do espartilho, que não provocava quebra dos ossos ou prejudicava os músculos. Para os homens, além da mais que obrigatória ceroula, a novidade foi o aparecimentos do jockstraps em 1874, muito usado por esportistas, especialmente ciclistas, porque protegia aquela parte mais sensível da anatomia masculina. Hoje faz um sucesso tremendo no mundo gay.

A tecnologia têxtil do início do século 20, permitiu um relaxamento nos corpetes e espartilhos femininos e tecidos mais confortáveis aos marmanjos. Foi na virada do século que o americano Benjamin Joseph Clark criou a cueca boxer, mais firme, justa e curta, muito parecida com as atuais.

Também foi nessa época que se começou a separar as roupas femininas em parte superiores e inferiores. Em 1913, uma invenção que mudaria o mundo. Mary Phelps Jacob cria o sutiã, livrando as moças do aperto. Homens já usavam cuecas curtas com botões na frente, no modelo conhecido no Brasil atualmente como samba-canção.

Com as separações das roupas de baixo, as calcinhas também diminuíram e agora as pernas eram cobertas por meias de tecido, substituídas depois pelo nylon. E também é aí que, inspiradas pelas dançarinas francesas de can-can, as mulheres começaram a usar a liga, tanto nas pernas como na cintura.

Os anos 30 deram aos homens a cueca slip (ainda maior que as atuais) e um cavalheiro sempre usava regata sobre o peito, até que Clark Gable, o grande referencial masculino de Hollywood na época, tira sua camisa no filme Aconteceu Aquela Noite e estava sem nada por baixo. A moda acabou ali mesmo.

O elástico sanfonado e a mistura do corset com o sutiã aparecem no período da segunda grande guerra, enquanto nos anos 60 as mulheres saem às ruas para queimar sutiãs como símbolo da opressão masculina (como se nós as obrigássemos a usar).

E assim, nos últimos 40 anos vimos as roupas de baixo crescerem e diminuírem. Algumas vezes a moda é mais retrô, outras mais ousadas. Até mesmo o não uso de calcinha virou moda! Mesmo porque segundo alguns médicos, os tecidos sintéticos ou muito grossos dificultam a ventilação, proporcionando o aparecimento de bactérias e fungos. O que rege a indústria seguramente é que, além de conforto, o importante é a mensagem de sensualidade que a calcinha, sutiã e cueca vão passar.

Nesse processo da sedução, as mulheres contam com a tanga (bem mais curtinha), a fio-dental (que necessita de muita parcimônia por parte da moça para usar porque pode chocar e passar a mensagem "hoje estou fácil") e a cinta-liga (muito sensual, matadora, mas também tem hora certa).

Branco e preto são recomendáveis, vermelha precisa de muito conhecimento para não parecer vulgar, calcinha e/ou sutiã bege estão completamente descartadas da equação, por mais que "combine com a roupa", pois passam a idéia clara que o homem está para transar com sua avó. E as com mensagens e bichinhos são ótimas quando se tem de 8 a 12 anos, mas depois fica meio estranho, a menos, obviamente, que faça parte da fantasia do casal.

Já os homens tem a slip com ou sem abertura, as samba-canção (de seda está muito fora de moda hoje em dia), as boxer (muito indicadas, bonitas e confortáveis) e as joks (ótimas para luta greco-romana, se é que você me entende). Branca e preta são ideais. Azul, somente se for beirando o preto. Vermelha só se você quer parecer ator de antigos filmes de pornochanchada brasileiros.

De qualquer maneira, seja homem ou mulher, o importante é não descuidar desta peça do vestuário. Vestir qualquer coisa porque ninguém vai ver é uma tremenda roubada. Nada mais agradável a um homem que despir uma mulher e vê-la com uma lingerie bonita, nova e sensual. O mesmo para a mulher, quando seu homem tira a roupa e mostra que sua cueca condiz com seu tipo físico. Ou seja, gordo de slip larga ou o cara com uma cueca com uma marca indelével na parte traseira, não dá.

Site permite acompanhar e criar histórico da sua vida sexual

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Quando você acha que já viu de tudo na internet, sempre aparece algo novo para nos surpreender. Depois de ferramentas online para acompanharmos o que comemos, com quem nos relacionamos, nossas finanças, árvore genealógica da família etc., vem aí o Bedposted.com.

O site permite que você cadastre todos os detalhes de sua luxuriante noite de sexo. Você pode criar uma ficha de seu parceiro ou parceira e depois clicar no calendário para marcar quando se deu a transa.

Aí, é só registrar horário, duração, algumas descrições e dar uma nota com sistema de estrelas (de 0 a 5, dependendo da performance). Com isso, você terá um histórico do mês e ainda poderá analisar dados estatísticos como freqüência, nota média e total mensal e anual. Mais divertido que analisar números no escritório! Detalhe: "solo sex", ou seja, masturbação, também está disponível!

Os criadores garantem o sigilo total das informações e não oferecem nenhum tipo de rede social pelo site. Isso significa que só você vê as suas coisas e não haverá a menor possibilidade de achar aquela menina que só tem cinco estrelas.

Como a própria página na web diz: é talvez a mais pessoal de todas as informações, tirando as de sua conta no banco. Ainda em versão beta (é preciso cadastrar seu e-mail para receber o convite), o Bedposted.com está à procura de patrocinadores para conseguir ser um projeto de longo prazo. O site (em inglês) pode ser acessado no endereço www.bedposted.com.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Dois santos para abençoar e aquecer as vendas

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Hoje é um dia festivo em maior parte do mundo. Comemora-se o dia dos namorados em honra a São Valentim. Apesar da igreja católica ter em seus registros três São Valentim, um deles deu origem à data.

A história mais comumente contada, se iniciou no século 13 e reza que Valentim era um venerado pregador cristão em Roma que celebrava matrimônios secretamente, já que a lei da época não permitia uniões (isso porque homens casados não ingressavam no exército e o governo precisava de soldados).

Chamado à frente do imperador Claudius II (conhecido como O Cruel), negou-se a aceitar os deuses pagãos e a desistir de suas práticas. Feito prisioneiro na casa do chefe de prefeitura, Valentim não só abençoou a residência de seu captor, como também curou a cegueira de sua filha Julia com suas orações.

Obviamente que toda a família do prefeito se converteu ao cristianismo. Infelizmente o imperador ordenou sua execução e na prisão o mártir recebia muitas mensagens de jovens apaixonados que o consagravam por sua celebração ao amor. No final, ele foi decapitado e hoje oito igrejas afirmam conter seus restos mortais.

Por sua dedicação ao matrimônio, Valentim foi associado aos namorados, mas outras teorias também explicam a relação como por exemplo a festa de Lupercalia, festividade pagã de fertilidade em honra a Juno onde casais se formavam e até mesmo os pássaros foram envolvidos na tradição, já que é na idade média que seu acasalamento ocorria nesta data.

Como uma das tradições do Dia de São Valentim era oferecer cartões à pessoa amada (até relembrando o que o santo passou na prisão), começou a prática dos presentes no dia dos namorados. Já no Brasil, o amor e a paixão do Dia dos Namorados estão relacionados com duas coisas: vendas e Santo Antônio.

Explicando melhor, a tradição começou em 1949, quando João Dória da agência de propaganda Standart criou uma campanha para alavancar as vendas das lojas Clipper. Como 13 de junho já era de Dia de Antônio, o santo casamenteiro, o publicitário brincou com o slogan "Não é só de beijos que se prova o amor" e a tradição de se trocar presentes estava lançada. Hoje, o 12 de junho é a terceira data mais lucrativa para as lojas nacionais, perdendo para o Natal e para o Dia das Mães.

Santo Antônio, na realidade nasceu Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo e foi um franciscano português, teólogo e professor, que viveu entre 1195 e 1231 e faleceu em Pádua na Itália. Grande defensor do casamento e da importância do amor, acabou atrelado ao matrimônio. O interessante é que como a imagem é a do jovem em trajes de monge segurando o menino Jesus, muitas mulheres costumavam roubar a figura da criança das igrejas, prometendo devolvê-la quando arranjasse um marido.

Hoje, as mulheres esperam ganhar presentes. E em tempos de crise global, o Valentine´s Day nos EUA está sendo bastante diferente este ano. Jóias com descontos, cartões feitos em casa e jantares em casa deram o tom da comemoração. Enquanto no ano passado os americanos gastaram em média US$ 122,98 com presentes e comemorações a expectativa é que em 2009 o gasto seja de US$ 102,95, segundo a National Retail Federation (Associação do Varejo).

Até mesmos flores estão sendo vendidas em buquês de 10 unidades ao invés de dúzia para custar um pouco menos. No final das contas, o que deve prevalecer este ano é mais o romantismo que o capitalismo, que tanto Valentim como Antônio pregavam.

Visite os sete lugares aprovados por James Bond

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Além de carros incríveis, mulheres deslumbrantes e equipamentos invejáveis, o maior agente da coroa britânica, James Bond, possui uma milhagem aérea considerável e tem a oportunidade de conhecer locais exóticos e se hospedar em hotéis luxuosíssimos.

Você seguramente não precisa ser um agente "00" para fazer o mesmo, então confira alguns destinos dignos do mito:

Veneza, Itália
Umas das cidades mais associadas a romantismo no mundo, Veneza encanta com seus canais e gôndolas, pontes e palácios medievais. E serviu como palco em três aventuras do espião: Moscou contra 007, 007 Contra o Foguete da Morte e o recente Cassino Royale.

Nos passeios vale destacar a Piazza de San Marco, a Torre de Campanile, o palácio dos Doges e ainda ir para Murano, cidade dos famosos cristais e vidros.

Veneza possui todo tipo de acomodação aos visitantes, mas se você quiser viver como um legítimo James Bond, então a pedida são três hotéis 5 estrelas que já serviram de locação nos filmes citados: o Gritti Palace Hotel, o Hotel Danieli e o Cipriani Hotel na ilha de Giudecca. Luxuosíssimos, a diária nesses 3 palácios varia entre 400 e 6.000 euros.

Jamaica
Foi na ilha tropical que vimos Bond, ao lado da estonteante Ursula Andress, enfrentar seu primeiro vilão, o famigerado Dr. No. Depois, na pele de Roger Moore, assistimos o agente secreto derrotar Kananga em Viva e Deixe Morrer.

Terra do reggae, da filosofia rastafári e de praias deslumbrantes, a Jamaica faz parte do arquipélago das Antilhas e o turismo encontra-se mais concentrado no norte da ilha, entre Ocho Rios e Negril.

Dependendo de onde quer se hospedar, as diárias variam de US$70 a US$ 200, isso sem contar os muitos resorts de luxo que abundam no local. Nosso herói descansou no Sans Souci Resort & SPA em Ocho Rios (em torno de US$400, a diária) e quase morreu em uma cerimônia de vudu no Rose Hall Great House, lendária mansão de uma praticante de magia negra, hoje aberta à visitação e com uma taverna onde era a masmorra.

Istambul, Turquia
Na antiga Constantinopla, hoje Istambul, Bond encontrou aliados divertidíssimos em Ali Kerim Bei e seus inúmeros filhos em Moscou contra 007. Já em O Mundo Não é o Bastante, Pierce Brosnan foi torturado por Elektra King numa ilha do Estreito de Bósforo, o menor canal de passagens do mundo.

Confusa, agitada, cheia de contrastes e muita religiosa (são muitas mesquitas), a cidade é situada em dois continentes: parte fica na Europa e parte na Ásia.

Uma verdadeira aula de história a céu aberto, dentre os locais turísticos mais recomendados, os destaques vão para o Museu Arqueológico com inúmeras peças dos impérios Otomano e Bizantino, além do sarcófago de Alexandre, o Grande; o Grande Bazar; o palácio Topkaki; a Mesquita Azul e a Fortaleza da Europa.

Istambul é barata comparada ao resto da Europa, e é possível encontrar hotéis a partir de 45 euros.

Bahamas
Foi na cadeia de ilhas espalhadas em 800 quilômetros de água, separando o mar do caribe do Oceano Atlântico, que 007 acabou com os planos da Spectre em A Chantagem Atômica e ganhou seu Aston Martin em Cassino Royale.

O complexo de 700 ilhas comporta 57 aeroportos e 29 marinas definidas com entradas oficiais nas Bahamas. Entre resorts gigantescos e pequenas pousadas, o turista tem inúmeras opções de hospedagem, dependendo do conforto desejado.

Se você quiser porém, ficar no Albany House, na ilha de New Providence, onde Daniel Craig seduziu a belíssima Caterina Murino (depois de desfilar de sunga na praia), prepare seu bolso.

Um chalé que comporta 10 pessoas varia entre US$50 mil e US$80 mil por semana. Um detalhe importante: todos os vôos que saem do Brasil fazem escala em Miami, então é necessário visto americano para a viagem.

Phuket, Tailândia
A ilha de Phuket, no mar de Andaman na Tailândia é a maior fonte de turismo no país e apareceu em dois sucessos de 007: O Homem da Pistola de Ouro e O Amanhã Nunca Morre.

O filme de 1974 com Roger Moore e Christopher Lee fez o local ser tão famoso que a Phang Nga Bay, com suas incríveis formações rochosas calcárias saindo das águas cristalinas, foi rebatizada de baía James Bond.

É o lugar ideal para quem gosta de esportes radicais, contato com a natureza, agitação noturna e paisagens deslumbrantes. Mais cara que o resto do país, Phuket Town oferece aos seus visitantes hotéis de todas as categorias e resorts para agente secreto nenhum botar defeito.

Os vôos saídos do Brasil param em Dubai e os pacotes geralmente oferecem estadia em Bangkok.

Corfu, Grécia
Em Somente para seus olhos, Bond se vê na Grécia ao lado da mais que belíssima Melina, tentando recuperar um decodificador britânico. Corfu, a ilha em que ele passeia, é a segunda maior de todo o país e foi a primeira a abrir suas portas para o turismo, sendo assim mais estruturada.

Repleta de fortificações, museus, palácios e praias de tirar o fôlego, a ilha também é ponto obrigatório a quem curte esportes no mar, como esqui, vela e outros. E é aí também que a vida noturna é intensa com muitos bares, cafés e danceterias. É possível achar acomodações em torno de 100 euros, a diária.

Udaipur, Índia
O filme era péssimo, mas o local é maravilhoso. Em Octopussy, o agente secreto vai conhecer a líder de uma organização internacional de roubos de arte na Índia, mais especificamente em Udaipur no estado de Rajasthan.

A cidade possui todo aquele ar caótico, típico do país, mas tem muita coisa para ver e conhecer tais como palácios de antigos marajás, zoológico, safári nas florestas locais, museus, muitos templos e ainda um observatório solar, já que as condições climáticas e o fato de estar situado sobre um lago são ideais para observar o astro-rei.

É no lago Pichola que Bond fica hospedado no resort 5 estrelas Taj Lake Palace, um luxuoso palácio construído em 1746, onde a diária mais simples está em torno de US$450. Um detalhe histórico nesse hotel: os atendentes atuais são descendentes dos antigos mordomos imperiais.

Videomaker compila todos os palavrões da família Soprano

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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The Sopranos foi uma das séries mais emblemáticas e de maior sucesso na TV americana em todos os tempos. Contando a história de Tony Soprano, mafioso de New Jersey, e suas duas famílias, aquela com esposa e filhos e a outra com capangas e amantes, o seriado mostrava um dia a dia não muito glamoroso, repleto de traições, embustes e violência. Obviamente que para agüentar tudo isso, o cara precisava de terapia e suas sessões com a Dra Melfi, eram um show à parte.

A série teve a grande vantagem de ser produzida pela HBO, que é famosa por não seguir regras, dar liberdade a seus criadores e ainda ter censura zero. Isso significa que quanto mais realista for o enredo, melhor. E uma das coisas que Sopranos mais tinha eram palavrões, mesmo porque faz parte do universo bronco dos mafiosos. Só a palavra com F foi dita 3.539 em todas as seis temporadas, embora o recorde está com outra série produzida pela emissora, Deadwood, onde foi usada 2.980 vezes em três temporadas (esta era passada no velho oeste, o que é totalmente condizente com o local e época, porque ninguém consegue engolir um caubói sujo e ignorante dizendo "por obséquio cavalheiro, permita-me convidá-lo para um duelo").

E surgiu na Internet um vídeo que justamente mostra em 27 minutos, todos os palavrões e xingamentos de todos os episódios de Família Soprano em ordem cronológica. Como nossa primeira reação foi achar que tem gente que não tem nada para fazer na vida e consegue exprimir seu ócio na rede mundial, fomos atrás do criador do feito, o californiano de 27 anos, Victor Solomon e vimos que existe uma história por trás da façanha.

Por que fazer esse vídeo? É uma piada ou você queria passar uma mensagem?
Inicialmente não começou como piada. Eu estava saindo com uma mulher que era grande fã da série, e fomos para Nova Iorque para a festa de lançamento da quinta temporada. Ela terminou indo para a casa um importante membro do elenco e por causa disso, logo depois, nós terminamos. Aí eu compilei todos os palavrões do primeiro episódio para deixar na sua secretária eletrônica. Como ela não respondeu, eu continuei. Episódio por episódio, deixando recados para ela. É meu surpreendente que minha estratégia de cópia tenha feito tanto sucesso na web.

Quanto tempo levou para produzir o vídeo?
O vídeo todo levou um ano. Eu estava envolvido em outros projetos , então só trabalhava nos Sopranos quando tinha tempo ou quando sentia falta da minha ex-namorada.

Você teve alguma reclamação da HBO?
Eu ainda não escutei nada da HBO, mas tenho certeza que vou receber uma ordem de cessar e desistir em breve. Ou talvez eu seja eliminado. Então se eu desaparecer, você saberá o que aconteceu comigo.

Quais são os outros projetos que você está envolvido?
Eu geralmente faço videoclipes, curtas e comerciais. Eu recentemente terminei um curta chamado Walker Phillips que começará a ser projetado no circuito de festivais em breve e estou também na pré-produção da adaptação da obra Anthropology de Dan Rhodes, que trata de 101 histórias reais de amor. Serão pequenos curtas de humor negro. Cinco deles já estão disponíveis em meu site.

Dez coisas para se aprender com Abraham Lincoln

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Hoje se comemora 200 anos do nascimento de Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos e um verdadeiro ídolo entre os americanos. Figura política controversa, odiado por muitos em seu tempo, está até hoje relacionado com os mais profundos e sinceros ideais democráticos e de respeito ao ser humano.

Nascido pobre, ele estudou apenas 18 meses na escola, mas era um leitor fanático e um autodidata, a ponto de se tornar um advogado de sucesso. Além disso, Lincoln era um exímio boxeador e nunca pescava ou caçava, porque não se sentia bem matando animais.

Foi vereador, deputado e sempre defendeu a abolição da escravatura, apesar de ser considerado por seus colegas um moderado no assunto. Ao chegar à presidência em 1860, com apoio maciço do norte industrializado e sem qualquer voto nos estados agrícolas do sul que dependiam da mão-de-obra escrava, Lincoln enfrentou a tentativa de separação dessas regiões, conhecida hoje por Guerra da Secessão. Cercado de brilhantes generais e com apoio político na capital do país, conseguiu não só ganhar a guerra, como também libertar os escravos.

Apesar de reeleito, toda sua luta pelo que considerava correto levou-o a ser assassinado em 1865 por John Wilkes Booth, um ator famoso na época e defensor da causa sulista. Ele foi o primeiro presidente a ser morto nos EUA, e o crime aconteceu apenas 13 dias depois do fim da guerra que dividiu o país.

Com a eleição do primeiro negro à presidência dos EUA, Barack Obama, o pensamento de Abraham Lincoln está mais atual do que nunca. Os dez ensinamentos que listamos abaixo, entre muitos outros de igual valor, saíram da boca do próprio Abe e dispensam qualquer comentário. Deveriam sim, ser seguidos por qualquer um, especialmente os cidadãos e a classe política brasileira. Assim, provavelmente, o mundo seria bem mais justo.

1 - "Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento."

2 - "Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."

3 - "Quase sempre, a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz."

4 - "Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."

5 - "Não estarei destruindo meus inimigos quando os transformo em amigos?"

6 - "É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é tolo, do que falar e acabar com a dúvida."

7 - "Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado."

8 - "Eu não sei quem foi meu avô; importa-me bem mais saber quem será o meu neto."

9 - "O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer."

10 - "Não poderás ajudar aos homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios."

Estudos desvendam os mistérios do beijo

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Ao contrário da canção As Time Goes By do filme Casablanca, que dizia que um beijo é só um beijo, temos que convir que uma das melhores sensações que existe é dar o primeiro beijo na pessoa que você está interessado. Pesquisas científicas estão ajudando a entender o significado do beijo e a diferença entre a maneira masculina e feminina de beijar.

Em 2007, Susan Huges da Albright College constatou que o beijo é o ponto de partida para a escolha de um parceiro, mesmo porque o cérebro humano é mais dedicado a colher informações através da língua e dos lábios do que, por exemplo, das costas.

E isso é muito mais forte entre as mulheres do que em homens. A maior parte das entrevistadas só aceitariam ter relações sexuais após beijar o parceiro (enquanto no lado masculino, eles transariam mesmo sem o beijo) e, comprovando a teoria popular, a mulherada dificilmente iria para a cama com alguém que beija mal.

Outro ponto abordado pela pesquisa são os diferentes sinais enviados pelo ato de beijar. Para a grande maioria dos homens, o beijo vai levar ao sexo, não importa como, enquanto que, para as mulheres, isso ocorre em apenas um terço das vezes. Só em uma coisa os dois lados concordaram: que um beijo pode encerrar uma briga, apesar de as mulheres o encararem como uma forma de intimidade e o homem, como um poder para seduzir.

Agora, a professora Wendy Hill, da Lafayette College, mostrou que o ambiente no qual o casal convive pode alterar a reação química do beijo. Isso porque beijar aumenta a produção da ocitina, um hormônio produzido pelo hipotálamo (região do cérebro) que ajuda não só a interagir mais com o parceiro, como também reduz a produção de cortisol, o hormônio do estresse.

No teste feito com 15 casais, a reação foi mais forte nos homens do que nas mulheres, o que levou os pesquisadores a entender que o clima dentro do laboratório não ajudava em nada o estudo.

Ao mudar a ambientação e repetir o feito, constatou-se que o aumento do hormônio foi grande nos dois sexos. Ou seja, comprovou-se que beijar é algo mais íntimo para as mulheres do que para os homens e que tudo tem que estar de acordo para que uma reação ocorra.

Obviamente que as pesquisas descritas são válidas para entender o processo de sedução e não as pegações no Carnaval de Salvador e Rio de Janeiro - onde a regra geral é beijar muito e indistintamente.

Loiras são sensuais, morenas são inteligentes

Publicado no Terra em fevereiro de 2009
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Homens preferem as loiras. Esse era o nome do filme emblemático de Marilyn Monroe, que disputava as atenções masculinas com não menos estonteante e lasciva brunette Jane Russell em 1953. De lá para cá aparentemente isso se tornou uma regra na cabeça de todo mundo e a ciência tenta, a todo custo, responder a questão tão delicada. E a resposta não é tão simples assim.

Tudo tem a ver com sobrevivência
Há cerca de 11 mil anos, com o fim da era glacial, uma mutação dos genes humanos causou o aparecimento de loiras e dos olhos azuis, segundo estudos científicos, publicados em 2006.

Os homens da época tinham que sair em caçadas em locais distantes e muitos morriam no caminho, levando as mulheres a disputar os sobreviventes à tapa.

Assim, as pequenas mutações em cores de pele, olhos e cabelos acabavam levando vantagem na competição, por serem diferentes e mais atraentes. Ou seja, desde aquele tempo os homens queriam aparecer e como não havia ainda os carros esportes, o jeito era sair com as loirinhas e fazer os amigos morrerem de inveja. Com isso, a população de cabelos claros foi aumentando o desejo masculino também.

Tudo tem a ver com imagem
Para tentar responder à eterna pergunta, vários estudos científicos foram conduzidos abordando especialmente a sensação que o visual feminino traz na cabeça dos garotões. Ou seja, contrastando com uma campanha famosa de refrigerante e totalmente condizente com o jogo da sedução e conquista, imagem é tudo.

Um estudo conduzido na Inglaterra em 2005, mostrou que as loiras passam a impressão de serem mais sexy, mais extrovertidas e amigáveis, mas em contrapartida, parecem ser mais carentes e dependentes. Já as morenas foram associadas com a imagem de inteligentes, auto-suficientes, estáveis e competentes. As ruivas inglesas já ganharam a pecha de neuróticas e temperamentais.

Tudo isso se confirmou ainda no ano passado nos Estados Unidos, quando outra pesquisa, feitas com três mil marmanjos, mostrou que homens adoram namorar loiras e se casam com as morenas. Enquanto as primeiras se mostram mais sedutoras, divertidas e ótimas para a balada, as outras passam a impressão de serem mais dependentes, confiáveis e amorosas. E o mesmo se deu na Irlanda, onde as morenas se tornaram a preferência masculina.

É só analisar as personagens do mais feminista seriado que já apareceu na TV, Sex and The City, que conseguimos encontrar perfeitamente todos os estereótipos encontrados nas conclusões científicas: Carrie é a loira inocente, Samantha a loira safada, Charlotte é a morena para se casar e Miranda, a ruiva neurórica. Tenho certeza que a maioria dos homens passariam a noite com Samantha, fugiriam de Miranda, namorariam Carrie, mas se casariam com Charlotte.

E como o assunto está longe de ser esgotado, mesmo depois de 100 séculos, no começo do mês de janeiro, na Sorbonne de Paris, realizou-se um congresso onde especialistas em artes, ciências, música e cinema analisaram o porquê dessa adoração. A organizadora do evento, a morena Marie-Camille Bouchindomme, declarou que loiras despertam desejos por causa da ambivalência que carregam entre a inocência e a perversão. Isso talvez explique porque a Lolita de Nabukov é morena no livro e loiras nas adaptações cinematográficas.

Concluindo o longo debate, não há resposta concreta. Loiras e morenas mexem com a libido masculina de diferentes maneiras e não há razão para nenhum dos lados se sentir perdendo a guerra. Aliás, não há motivo nem para ter a guerra! A única certeza de tudo isso é que a história que as loiras vão desaparecer em 200 anos e que os homens preferem as moças de cabelos tingidos às com cor natural foi uma das maiores pegadinhas já publicadas na imprensa mundial e foi desmentida pela Organização Mundial de Saúde. Ou seja, os fãs dos cabelos claros, naturais ou não, podem dormir tranqüilos.