terça-feira, 31 de março de 2009

Cadeira do capitão Kirk é a fronteira final em decoração

Publicado no Terra em março de 2009
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Alguns homens têm a fantasia, desde criança, de dirigir uma Ferrari. Outros gostariam de poder jogar futebol no Maracanã. Já para os fanáticos por Jornada nas Estrelas (ou Star Trek, conforme o gosto dos fãs), mais que usar uniformes da Frota ou orelhas do Spock, o máximo é sentar na cadeira do capitão Kirk e comandar a sua nave. Isso, sem sair da sala de estar.

» Veja fotos de fãs do capitão Kirk, orgulhosos com suas cadeiras

Quase quarenta e três anos depois de seu lançamento, as aventuras de Kirk, Spock e Cia continuam no imaginário popular e muitos americanos estão construindo ou comprando cadeiras de capitão para complementar a decoração da casa, segundo o New York Times. Scott Veazie, de 27 anos, não era nem nascido quando Star Trek foi ao ar pela primeira vez, mas as inúmeras reprises na TV o encantaram mais do que as séries mais modernas da franquia. Veazie construiu sua própria poltrona de capitão e a exibe, orgulhoso, em sua sala. "Quando alguém vem em casa, é a primeira coisa que repara", diz o trekkie.

Para montar uma, os fãs têm à disposição livros e websites com plantas detalhadas de cada componente da nave estelar Enterprise, como, por exemplo, o site Star Trek LCARS Blueprints Database. Para aqueles que não querem se dar ao trabalho de passar semanas montando uma, empresas como Diamond Select Toys & Collectibles, vendem uma réplica perfeita pela bagatela de US$ 2.700. Esta versão, que possui 1701 peças (em homenagem ao número de registro da Enterprise - NCC 1701), vem com luzes e efeitos sonoros.

Alguns eternos capitães Kirk dométicos já querem algo mais útil que simplesmente luzinhas e sons. Keith Marshall, outro trekker de carteirinha, está adaptando um sistema de comunicador residencial e controle de luzes da casa nos botões na poltrona que está construindo.

A cadeira original do seriado foi vendida em 2002 em um leilão e alcançou a marca de US$ 305.000, fazendo parte hoje do Science Fiction Museum and Hall of Fame em Seattle, nos Estados Unidos. Há várias versões para a origem da peça. Alguns dizem que foi baseada em um modelo produzido entre 1962 e 1968 pela Madison Furniture Industries of Canton. Só que Herbert F. Solow, antigo vice-presidente da Desilu, estúdio da comediante Lucille Ball, onde Star Trek era filmado, já afirmou que foi feita com sobras do estúdio (como quase tudo da série, reza a lenda). Da mesma opinião é John Jefferies, designer e irmão de Matt Jefferies, o homem que projetou todas as naves e cenários do seriado. John se lembra de ajudar seu irmão a construir a cadeira com madeira compensada e pintá-la de cinza.

A poltrona em si era extremamente desconfortável, já que os braços eram baixo demais e muito afastados, o que explica porque William Shatner, o ator canadense que fazia o capitão Kirk, estava sempre inclinado para a frente. Só que o charme da poltrona era imbatível, e os antigos fãs já estão chiando a respeito da nova versão no filme de JJ Abraham que estréia em breve. Segundo eles, parece uma cadeira de escritório.

Voltando aos fãs, o que uma pessoa sente ao ter uma cadeira de capitão em casa? Bruce Boyd, que também montou a sua, afirma: "todo mundo quer se sentar nela. Tem algo de carismático, é difícil explicar. Eu sei que não é real, mas toda vez que sento nela, sinto um arrepio na nuca. Além disso, tenho quatro filhos e, quando há uma briga doméstica, é nela que aplico a lei". Clark Bradshaw, designer gráfico, adora fazer caras e poses sentado na sua. É inevitável. Já Todd Sturgeon se sente o comandante da casa e não deixa de jogar videogames de Star Trek, em sua própria poltrona do Kirk.

E o que as esposas deles acham de tudo isso? A senhora Bradshaw permitiu que a cadeira ficasse no escritório de Clark e o ameaçou com um divórcio caso ela voltasse para a sala de estar. Já Bárbara Paugh, esposa de Mike Paugh, que assiste aos episódios em sua cadeira especial e reproduz verbalmente cada som e diálogo, já é mais contundente: "acho que meu marido é um nerd".

E antes que você também comece a pensar "que nerd babaca", fica a pergunta: existe alguma diferença entre esses fanáticos com seus uniformes espaciais e aqueles indivíduos que se travestem com a camisa de seu time de futebol, não admitem que se use as cores do adversário e enchem o carro ou quarto do filho com flâmulas e símbolos? Cada um com sua paixão, meu caro!

2 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Gosto do seriado... Mas definitivamente cai na real de que não sou um fã!!
U$ 2.700,00 pela réplica de uma cadeira??!?!... Fico com a réplica da camisa do meu tricolor paulista por R$ 160,00 (sendo que tem a opção genérica por R$ 20,00 na frente do Morumbi ou na 25 de Março)... Ah!!! E com mais R$ 35,00/mês vejo todos os jogos do meu time no pay-per-view!
... Realmente, cada um com a sua paixão!

Joe_Brazuca disse...


Muito legal seu blog, amigo !
Quem me indicou foi a Dalila ( acho que vc deve conhece-la, né não ?...rsrs)

Mas, olha...na boa, tenho mesma opinião do Marcelo, acima...
Tb "adoro" a série...afinal tihna 10 anos quando começou a ser produzida e uns 13, 14, quando começou a ser exibida no Brasil ( naquela época tudo demorava pra cehgar por aqui...)

Mas, como diria o ditado popular, "coisa de americano" ( sem nenhum átmo de racismo não viu...rs), gastar uma pequena fortuna numa réplica da bendita cadeira do Kirk !!!

É por essa e por outras tantas que arrazaram o meundo com o seu "capitalismo e consumerismo acachapante", né mesmo ?
Em total desprezo ao resto do planeta, criaram um "sem noção" de desenfreada "orgia" financeira do "vale-tudo" das compras e vendas, que deu no que deu...
Agora vem pedir ao mundo (governos)de pires na mão !

Haja "Vida longa e Prosperidade", viu ?...rsrsr

abraço
Joe