segunda-feira, 2 de março de 2009

Como arrumar emprego em tempos de crise econômica

Publicado no Terra em março de 2009
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Sempre que se começa a falar de crises econômicas há pelo menos uma reação imediata: o medo de perder o emprego e não conseguir recolocação. Ao se entregar às más notícias, o profissional acaba refletindo essa atitude negativa no seu dia-a-dia - abrindo espaço para que a crise se instale em sua vida. "Não pode haver uma crise esta semana, minha agenda já está cheia", disse certa vez o ex-secretário de estado norte-americano Henry Kissinger. Segundo especialistas, esse é o tipo de pensamento que deve nortear as ações de quem está no mercado de trabalho.

Para entender como a crise econômica afeta o emprego, ajudar a desenvolver estratégias para crescer nesse momento difícil e enxergar os diferentes espectros do recrutamento, o Terra conversou com três consultores em RH, cada um com uma especialização. Rodrigo Vianna é gerente da Hays Consulting, consultoria que ajuda empresas a contratar profissionais de média e alta gerência. Pedro Carvalho é sócio da consultoria Authent, que tem uma unidade especializada em ajudar executivos a crescer profissionalmente. Já Dulce Salles, proprietária da Dulce Salles Recursos Humanos, atua em uma área extremamente específica, o mercado de luxo.

Como dizem que a economia brasileira só começa a funcionar efetivamente depois do Carnaval, o Terra preparou uma série de seis reportagens com dicas de como ter mais chances de sucesso na hora de procurar um novo emprego.

As boas novas da crise
Existe, sim, uma crise econômica - mas ela não atingiu a área de recrutamento. Alguns setores foram duramente atingidos, como a indústria pesada, cujo grande exemplo é a automotiva, que dependem de capital externo, e os que sobrevivem através de exportação e importação. "Mesmo as empresas que estão sendo vistas como demissionárias ainda não mexeram em seus quadros de executivos", afirma Pedro Carvalho. "É preferível preservar profissionais técnicos que levaram anos para serem treinados".

Rodrigo Vianna concorda e complementa: "na crise é onde se encontra oportunidade de crescimento e, segmentos como serviços, telecomunicações, tecnologia e bens de consumo". Outro dado curioso levantado por Carvalho é que, em épocas de economia em retração, o setor de cosméticos, especialmente os de alto luxo, cresce bastante.

No quesito especialização do executivo, as áreas de finanças e vendas são aquelas pouco afetadas pela crise. As empresas precisam mais do que nunca vender mais e ter maior controle dos seus custos. Brand marketing, compras, logística e produção, por outro lado, sofrem mais com essa situação.

Apesar das notícias ruins, Dulce Salles também está bastante confiante. "Tivemos alguns adiamentos de processos e não cancelamentos. As pessoas estão pensando mais antes de contratar, analisando melhor o que querem". Essa está sendo uma das atitudes mais comuns dentro das grandes corporações: planejar melhor e aproveitar a mão-de-obra atual, fazendo remanejamentos e movimentações internas para evitar demissões. E é nessas horas que o profissional com perfil híbrido e polivalente leva mais vantagem que os outros.

"Uma pessoa com forte experiência em planejamento de marketing pode ser aproveitada para planejamento financeiro. Ou um profissional de vendas ser deslocado para trade marketing", diz Rodrigo Vianna. Por essa razão, para justamente se proteger das marolas econômicas, que o profissional deve investir em si mesmo o tempo todo, seja através de cursos como MBA ou pós-graduação, seja se atualizando sobre o mercado via encontros sociais, entidades de classes, grupos etc.

Nesta terça-feira, dia 03 de março - A segunda da série de reportagens sobre trabalho mostra o que o profissional precisa fazer antes de procurar um novo emprego.


Hays - Consultoria especializada em ajudar empresas a contratar. Informações: www.hays.com.br

Authent - Consultoria com unidade especializada na recolocação de executivos. Informações: www.authent.com.br

Dulce Salles - Consultoria especializada em empregos no mercado de luxo. Informações: www.dulcesalles.com.br

2 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Vem crise, sai crise, emprego sempre tem!!... Tá certo que as vezes demora um tempo, e até por nossa culpa mesmo (salário, local, futuro, etc.)
... Mas conheço gente que arrumou um bom emprego agora, quando se fala que a crise vai se instalar no Brasil... e olha que o cara tá mandando bem!!!

Anônimo disse...

Crise depende tb da área. Tem gente que lucra com crises. Essas empresas de recolocação p.ex. crescem nesses períodos, sem falar nos Cathos da vida. A palavra 'crise', em chinês, é combinação de duas palavras, se não me engano: perigo e oportunidade. Só tenho que ter alguma idéia maravilhosa para aproveitar esse período e encontrar não apenas meios para contorná-lo, mas para que seja combustível para impulsionar novos projetos.
Agora, em relação ao texto, o enfoque principal foi de grandes executivos, mas e sobre o pobre operário, comé que fica? Claro é outro extremo, mas em relação a gente normal, gente como a gente, classe média...? Ou sou só eu classe média, hehehe....