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Roberto Carlos cantou para muita gente, fez música para todo tipo de mulher e é até hoje o soberano das rádios populares, mas não apareceu muito nas telas de cinema, como seria de esperar de um ídolo desse porte.Por mais que fosse chamado de “Elvis Presley brasileiro” por Carlos Imperial no programa Clube do Rock, o Rei não seguiu os mesmos passos do monarca americano e trabalhou como ator apenas cinco vezes entre as décadas de 50 e 70, além de compor nove trilhas sonoras.
A primeira vez dele no cinema foi justamente quando o Brasil estava descobrindo o endiabrado Rock´n´Roll . O filme era Minha Sogra é da Polícia de 1958 com Costinha, Wilza Carla e a comediante Violeta Ferraz, onde Roberto e Erasmo eram para lá de coadjuvantes. Infelizmente, a única cena do filme que achei disponível na internet, não consta o filho de Lady Laura, mas vale a pena conferir Cauby Peixoto (sim, ele!) cantando ‘That´s Rock’, composta por Imperial:
Em 1958 ainda, o Rei apareceu numa pontinha do filme Alegria de Viver com Eliana (não é a dos dedinhos), Yoná Magalhães, John Herbert, roteiro de Chico Anysio e direção de Watson Macedo. Em 1965, já famoso, Roberto, ao lado de Erasmo e Wandeléia, passou a apresentar o programa Jovem Guarda e os três se tornaram ídolos da juventude pós-revolução. O diretor e produtor Roberto Farias quis capitalizar em cima do sucesso estrondoso do trio e os colocou em duas aventuras no cinema em 1968: Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa e Roberto Carlos em Ritmo de Aventura.
No primeiro, o trio está no Japão quando a ternurinha compra uma estatueta e logo todos passam a ser perseguidos pelo cruel Pierre (o sempre vilão José Lewgoy) e seu bando de lutadores orientais. A cantora cai prisioneira e a intrépida dupla de astros descobre que a estatueta é guardada por um gênio chamado Eugênio. Assim, entre altos e baixos, a aventura vai parar no Rio de Janeiro, onde estaria escondido um tesouro fenício. Aqui está o momento onde eles descobrem onde está a fortuna:
Já Em Ritmo de Aventuras, brinca com metalinguagem e traz Roberto Carlos como ele mesmo, sendo perseguido por vilões que querem levá-lo aos EUA, para que possam produzir músicas em massa com a ajuda de um (até então chamado de) cérebro eletrônico. O cantor, no melhor estilo James Bond brazuca, dirige carros, aviões, tanques, helicópteros e até foguete nesse filme que tinha ainda Reginaldo Farias no elenco, roteiro de Paulo Mendes Campos e que consagrou, entre outras, as músicas ‘Eu Sou Terrível’ e ‘Quando’, esta num clipe genial filmado no alto do Copan, em São Paulo:
Em 1971 o cantor deu as caras nas telas de cinema com Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora, mais uma vez sob a batuta de Roberto Farias. No filme, é um mecânico de carros apaixonado pela namorada do patrão, o piloto de corridas Rodolfo (Raul Cortez). Quando este desiste de correr e vai para a Europa, Roberto com a ajuda de seu parceiro Pedro Navalha (o indefectível Erasmo) corre o grande prêmio Brasil em Interlagos em seu lugar e o Rei mostra que também domina as pistas. Aqui a abertura do filme:
Depois desse sucesso, o Rei abandonou o cinema e só se mostrou de novo em Uma Noite em 1967, o ótimo documentário de Ricardo Cali e Renato Terra sobre o famoso festival da TV Record na década de 60. É de se pensar o que teria sido se Roberto Carlos tivesse continuado sua carreira cinematográfica. Será que teríamos Roberto Carlos e a Mulher de 40? Ao Rei, parabéns por 70 anos de muito sucesso e carisma.
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