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O Oscar acabou de acabar e ganharam exatamente aqueles que todos esperavam nas categorias principais. Fico imaginando que nos famosos bolões do Oscar, cada grupo teve uns 33 vencedores ou o critério de desempate tenha sido quem acertou o Melhor Curta em Documentário (Strangers No More, sobre uma escola em Tel Aviv onde crianças de 48 países diferentes estudam juntos…. peraí…. esse também era óbvio….. qualquer documentário passado em Israel ou que fale sobre boa vontade entre os povos leva a estatueta).
Foi um Oscar sem graça. A começar pelos apresentadores. A tentativa de ligar a nova geração a Hollywood não foi a melhor das idéias. James Franco (que tuitava nos bastidores) parecia estar com cara de saco cheio e Anne Hathaway dava gritinos histéricos de deslumbramento a cada um que subia no palco. Se era para ser a festa da juventude hollywoodiana, foi bizarro ver a platéia aplaudir de pé Billy Crystal, o comediante que vestiu o manto de mestre-de-cerimônias da festa por oito vezes, todas muito bem sucedidas. Crystal homenageou outro grande apresentador da cerimônia, Bob Hope (morto em 2003), que num efeito incrível e mais curto do que deveria, anunciou a entrada de Jude Law e Robert Downey Jr no palco. No final das contas, a impressão que passou era que por mais que a molecada pudesse estar se divertindo, são os veteranos que mais manjam mesmo da coisa.
E foi justamente um veterano que roubou a noite logo no começo do espetáculo. O lendário Kirk Douglas, do alto de seus 94 anaos de idade, apresentou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, mas não sem antes mostrar que é ainda é um tremendo sedutor, saudando Hathaway com um “onde você estava quando eu ainda fazia filmes?”. Melissa Leo que levou o prêmio como a mãe dos lutadores em O Vencedor, não só soltou um ‘FUCKING’ no discurso de agradecimento e como ainda, impressionada com a virilidade do velhinho, convidou Douglas para sair (“O que você vai fazer depois do show?”). Parecia que seria uma premiação engraçada e cheia de surpresas. Mas não foi.
Salvaram-se alguns lampejos de espontaneidade em algumas apresentações e discursos, como de Cate Blanchet que, apresentando o prêmio de melhor maquiagem, soltou um “Que nojento” depois do clipe que mostrava cenas do filme O Lobisomem (que acabou levando a estatueta). Luke Matheny, que recebeu o prêmio de Melhor Curta por God of Love começou seu discurso com um “eu devia ter cortado o cabelo”. O sensacional Christian Bale iniciou seu agradecimento com um ‘bloody hell’. Kevin Spacey se apresentou como “Olá, meu nome é George Clooney” ao mostrar dois concorrentes de melhor canção.
Mas o melhor discurso da noite mesmo foi do sempre mau humorado Randy Newman, vencedor de melhor canção por We Belong Together de Toy Story 3. O maestro já concorreu por 20 vezes ao Oscar e era somente a segunda vez que ganhava a estatueta e começou a zombar disso e do almoço dado aos concorrentes aos prêmios, onde foi recomendado a todos que não tirassem uma lista de agradecimentos do bolso, pois isso não é bom material para a TV. E também destaco o discurso “mais ironicamente inglês, impossível” de Colin Firth ao receber por melhor ator do ano.
No fim, esnobaram o ótimo Bravura Indômita e os Coen, o Brasil não viu o documentário Lixo Extraordinário ganhar seu prêmio e o pesado Biutiful perdeu para o dinamarquês Em um Mundo Melhor como Melhor Filme em Língua Estrangeira.
O pior do pior: é bom destacar a transmissão da Globo em sinal aberto. A emissora, que passou a semana inteira perturbando e anunciando que havia recuperado os direitos de transmissão da festa, começou a programa com mais de uma hora de atraso, porque estava transmitindo Big Brother Brasil. Ou seja, quem não tinha TV a cabo ou computador com transmissão online em tempo real, dançou.
O melhor do pior: quem assistiu pelo computador, pode ter a chance de ver uma das propagandas mais engraçadas de todos os tempos com Ozzy Osbourne e Justin Bieber anunciando uma promoção da Best Buy. Quando o “cantor” teen apresenta uma celular 6G, Kelly Osbourne pergunta “o que diabos é um 6G?” e Ozzy solta “o que diabos é um Bieber?”. Impagável.
E a lista dos vencedores:
COM 4 OSCARS:
O Discurso do Rei - Melhor roteiro original
- Melhor Diretor: Tom Hooper
- Melhor ator: Colin Firth
- Melhor filme
- Melhor fotografia
- Melhor Mixagem de Som
- Melhor Edição de Som
- Melhores Efeitos Visuais
A Rede Social
- Melhor roteiro adaptado
- Melhor Trilha Sonora Original
- Melhor Edição
O Vencedor
- Melhor atriz coadjuvante: Melissa Leo
- Melhor ator coadjuvante: Christian Bale, por O Vencedor
- Melhor direção de arte
- Melhor Figurino
- Melhor animação
- Melhor Canção Original: We Belong Together
Cisne Negro
- Melhor atriz: Natalie Portman
- Melhor filme estrangeiro
- Melhor Maquiagem
- Melhor Curta em Documentário
- Melhor Curta
- Melhor Documentário
- Melhor Curta de Animação
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