quinta-feira, 16 de abril de 2009

Veja lista de cinco filmes imperdíveis de Chaplin

Publicado no Terra em abril de 2009
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Muita gente pode torcer o nariz para listas porque sempre algo é esquecido e a filmografia de Chaplin, com certeza, traz em sua totalidade os toques de genialidade de seu criador. Mesmo assim, arriscamos relacionar cinco filmes essenciais para entender as várias facetas do cineasta. Confira:

O Garoto (1921): o filme auto-intitulado "a comédia com um sorriso e talvez uma lágrima" mostra a tocante história do vagabundo adotando uma criança órfã, apesar da vida paupérrima que levava. A obra vai da comédia ao drama, facilmente, sem cair em cenas piegas ou forçadas e já mostrava o lado humano do gênio com um final que enaltece as virtudes do homem.

Luzes da Cidade (1931): Carlitos se apaixona por uma jovem florista cega que o confunde com um rico duque. Ao saber que sua visão poderia ser restaurada através de uma operação, o vagabundo se envolve em todo o tipo de trabalho e confusões para conseguir o dinheiro. Seus esforços dão resultado, mas acabam levando-o para a cadeia. A cena final onde ela, com a visão restaurada, descobre a verdadeira identidade de seu benfeitor faz derreter o coração do mais durão dos homens.

Tempos Modernos (1936): a grande crítica ao lado desumano das fábricas e da grande depressão americana foi o primeiro filme onde Chaplin falou (ou cantou, no caso). Ao lado de Paulette Goddard, Chaplin cria situações surreais, seja tendo uma crise nervosa por repetir o mesmo movimento nas linhas de produção ou se envolvendo com manifestações comunistas. No final do filme, o vagabundo canta, mas Chaplin foi tão genial que o que fala é inteligível. Para ele, Carlitos era mundial, logo não poderia falar essa ou aquela língua.

O Grande Ditador (1940): antes mesmo que as atrocidades nazistas chegassem aos ouvidos do mundo, Chaplin já fazia uma contundente crítica aos governantes europeus e ao racismo alemão, incorporando Adenoyd Hynkell, ditador da Tomania e seu gêmeo, um perseguido barbeiro judeu. Além de ser seu primeiro filme totalmente falado, entrou para a história do cinema pelo bailado com o globo terrestre e por seu discurso final, carregado de esperanças para o futuro.

Monsieur Verdoux (1947): o filme mais incompreendido do gênio, ganha uma releitura especial no século 21. Ao mostrar a história de um sedutor francês, que assassinava ricas mulheres fúteis para sustentar sua família, Chaplin mostrava as agruras do capitalismo e da vida regida a dinheiro. O diálogo final com o padre é um sensacional discurso sobre a hipocrisia humana, onde o assassino ousa dizer que se um homem mata uma pessoa é considerado cruel, mas se um soldado mata dezenas é chamado de herói.

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