terça-feira, 28 de abril de 2009

No Dia da Sogra, mães de Sandy e Ticiane Pinheiro falam da relação com genros

Publicado no terra em abril de 2009
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Bruxa, intrometida, rainha da discórdia. Se ser mãe é "padecer no paraíso", como diz o ditado, ser sogra é, muitas vezes, sofrer com o preconceito na própria vida terrena. E não é só hoje, Dia da Sogra, que elas são vítimas de línguas venenosas.

Através dos tempos (e isso vem desde a mitologia greco-romana, já que as deusas não eram muito amáveis com as amantes de seus filhos), a figura da mãe do marido e, principalmente, da esposa acabou se tornando um arquétipo com todos os defeitos do mundo e quase nada de bom. A sogra é a vítima das piadas, dos caras chatos, de parachoques de caminhão - como o lendário "Não mando minha sogra para o inferno porque fico com pena do Diabo" - e até marchinhas de carnaval onde o coração dela foi trocado pelo de um jacaré.

No entanto, a relação das mulheres que entregaram as mãos de suas filhas famosas com seus genros tem muito de paraíso e pouco de padecer. Sogra desejada por uma geração de homens, Noely Lima, mãe de Sandy, diz que a relação com o genro Lucas é de parceria e amizade.

"Eu e o Lucas temos um ótimo relacionamento, que vai além da relação sogra e genro: somos também muito amigos. Temos muitas coisas em comum, como o bom humor. Vamos juntos ao cinema, às vezes viajamos juntos, temos gostos muito parecidos. Somos muito parceiros."

Ao falar do genro - o publicitário e apresentador de TV Roberto Justus -, a eterna garota de Ipanema, Helô Pinheiro, é só confete. Para ela, o mais importante é a felicidade da filha Ticiane. E, neste aspecto, Justus estaria se saindo muito bem.

"Sou uma sogra muito orgulhosa, de um genro inteligente, de um coração maravilhoso e que está fazendo minha filha feliz, o que é o mais importante de tudo. Sogra nessa situação já passa a ser até mãe, é um momento especial. Isso em si já é um presente."

Mulher é quem reclama da sogra
O interessante é que os homens adoram perturbar por causa da sogra, mas estudos mostram que quem sofre mesmo é a esposa com a mãe de seu marido. A psicóloga da Universidade de Cambridge, Terri Apter, lança em julho próximo o livro "What do you want from me?" (O que você quer de mim?) com seus estudos de mais de 20 anos nas relações genros/noras com suas sogras. Depois de pesquisar a vida de 163 pessoas, Apter descobriu que 60% das mulheres reclamam de sua relação com a megera, especialmente no que diz respeito a criação de filhos e cuidados na casa. Já entre o público masculino, somente 15% tem dor de cabeça com a progenitora da esposa.

No Japão, pesquisadores acompanharam 91.000 pessoas por 10 anos e mostraram que mulheres que tem que morar com a sogra são três vezes mais propensas a ter um ataque cardíaco, já que o stress as levam a beber e fumar além do limite. E quem podia reclamar mesmo da sogra foi Lady Diana Spencer, afinal a mulher era nora de uma rainha em um país conhecido pela frieza da realeza. Já Xuxa, rainha aqui, não agradou a mãe de Luciano Szafir e todo mundo conhece a confusão de que instalou quando da gravidez de Sasha.

Muitos psicólogos acreditam que o ódio pela sogra começa na realidade quando o filho ou filha começa a descrever as mazelas da personalidade da mãe para seu parceiro. Obviamente que a este não vai ficar com uma impressão muito boa da coitada e, na primeira situação ruim que acontecer, vai repetir justamente o que escutou e aí, imagina o que acontece? Você estará falando da mãe dele ou dela e o tempo vai fechar.

Só que existem maneiras de provocar outras situações péssimas. Sogras odeiam a competição, mesmo porque antes de serem sogras, elas são mães. Então, seja você o homem ou a mulher, frases como "não se preocupe porque agora vai ter alguém para cuidar dele/dela" soa mais ou menos como desafio para duelo em filme de bangue-bangue, já que passa a impressão de que antes de você, o parceiro não tinha atenção. Aí, até o entardecer, a cidade ficará pequena demais para vocês dois.

Se você for a esposa/namorada, acostume-se ao fato de que nunca vai fazer o filé do jeito que o Júnior gosta, de que ela conhece pelo menos 117 maneiras simples de fazer o bebê parar de chorar e que sim, existe uma maneira de tirar manchas da toalha de mesa. Você que não se esforçou direito. Lembre-se que ela só quer o melhor para o filhinho e o melhor para ele é ela.

A sogra, porém, pode ser uma grande aliada dos namorados da filha para viagens a dois já que é ela que vai acalmar o sogro ou até mesmo ajudar a acobertar coisas como "não, querido, vai toda a turma dela". Mesmo porque para o pai sempre vai valer a regra "não faça com minha filha o que fiz com a filha dos outros". Como a sogra já foi filha, sabe das manobras necessárias para tudo dar certo. Só que se você pisar na bola, é ela que vai fazer a sua caveira, da maneira mais criativa e colorida que existe, para seu parceiro ou parceira. Não existe aliada e inimiga maior que a sogra.

Agora, se sua sogra for realmente um inferno, você pode fazer como o bósnio Miroslav Miljici. Ele foi recentemente condenado porque disparou um míssil antitanque em cima da casa de sua sogra. Como a velha não morreu, tentou metralhá-la. Mesmo assim, a mulher sobreviveu. Ele devia saber da máxima popular: você até pode virar ex, mas sogra é para sempre.

2 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Me dou muito bem com minha ex-sogra!! Já minha mãe e minha ex-mulher, nem "divorciadas" tem jeito... Tenho que tirar o chapéu para a psicóloga Terri Apter!

cerolzin disse...

A minha era uma bruaca!