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No Oscar de 2009, Robert De Niro foi apresentar Sean Penn, então concorrendo ao prêmio de melhor ator por Milk e disse “Sean, como você pode? Você é o cara mais macho que e conheço e conseguiu fazer um perfeito gay. Como você pode?”. Sean Penn pode porque é, de longe, o melhor ator de uma geração. O cara que começou fazendo uma pontinha em um episódio da série de TV Os Pioneiros aos 14 anos de idade (porque seu pai era o diretor) é hoje uma grife, no sentido de transformar qualquer filme em um ótima experiência.
Sean já teve várias facetas. Fez um tremendo sucesso com o drogado surfista Jeff Spicoli de Picardias Estudantis de 1982, quase se transformou no Sr. Madonna quando se casou com a cantora em 1985 e viu sua carreira crescer com boas escolhas de papéis como o filho de Chris Walken em Caminhos Violentos, o oficial novato de As Cores da Violência, o advogado de Pacino em Pagamento Final até que surgiu um filme que mostraria a força de sua interpretação. Em 1995, Penn fez até estátuas chorarem com Os Últimos Passos de um Homem, onde interpretou um condenado no corredor da morte e seus últimos dias ao lado de uma freira, baseado no trabalho real de Helen Prejean. Pelo papel, Sean ganhou seu primeiro Oscar.
Em 2001, o ator deu mais um show de interpretação como um deficiente mental que luta pela custódia da filha de sete anos no sensível Uma Lição de Amr, um filme que na mão de qualquer outro ator escorregaria no piegas, mas não nas dele (levou uma Palma de Ouro em Cannes pelo personagem). Depois vieram Sobre Meninos e Lobos (numa atuação de dar medo), 21 Gramas, A Grande Ilusão (a boa refilmagem do clássico de 1949), o já citado Milk (quando levou sua segunda estatueta) e agora A Árvore da Vida. Em 2013, ele aparecerá como o chefão Mickey Cohen em The Gangster Squad ao lado de Josh Brolin e Ryan Gosling.
Mas o que impressiona também nesse homem é sua força vital. Penn é daqueles que defende seu ponto de vista e é extremamente politizado. Tudo isso sem deixar de ser um cara bravo pacas. Quando casado com Madonna ganhou fama de violento depois de esmurrar um fotógrafo. Depois, assumiu uma guerra pessoal contra George W. Bush e sua campanha no oriente médio. Chegou a visitar o Irã e o Iraque, gastou US$ 56 mil para colocar um anúncio no Washington Post em 2002, pedindo ao presidente que acabasse com suas agressões a outros países e à liberdades civis e por causa disso ficou amigo do “ditador democrático” Hugo Chávez. De quebra, mandou uma carta aberta aos criadores de South Park, por causa de certas piadas do filme Team America onde terminava com um singelo “All best, and a sincere fuck you”.
Por outro lado é um ardente defensor dos direitos dos gays, lésbicas e transexuais, foi ajudar pessoalmente no resgate de vítimas do furacão Katrina em Nova Orleans e quando do terremoto do Haiti, bancou um campo de refugiados ajudando mais de 55 mil pessoas. Se você somar ao fato de que já esteve envolvido com as mulheres do naipe de Susan Sarandon, Robin Wright, a cantora Jewel, Scarlet Johansson e Elisabeth McGovern, ele, que completa 51 anos de idade hoje, 17 de agosto (junto com Bob De Niro, aliás, que faz 68 anos), se torna seguramente o cara que a gente gostaria de ser.
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