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Sir Thomas Sean Connery, o escocês mais famoso do mundo depois do uísque, chega aos 81 anos de idade hoje, 26 de agosto e ainda é um daqueles caras que a gente quer ser na próxima encarnação. Connery é considerado por muitos o melhor James Bond, conseguiu escapar brilhantemente do espectro do personagem e encarnar tipos fascinantes como um almirante russo em A Caçada ao Outubro Vermelho, um rei grego em Os Bandidos do Tempo, um irlandês em A Lenda dos Anões Mágicos, um americano em Encontrando Forrester entre tantos outros. E todos escoceses, segundo ele.
Connery foi leiteiro, marinheiro, salva-vidas, polidor de caixões e modelo até cair no teatro em 1951 e depois em pequenos papéis no cinema. Logo no começo de sua carreira cinematográfica ocorreu um incidente que iniciou a sua fama de machão. Ao trabalhar em Vítima de uma Paixão ao lado de Lana Turner, Sean teve que enfrentar o ciume doentio do namorado da atriz, o gangster Johnny Stompanato. O bandido invadiu o set de arma em punho e ameaçou o ator, que simplesmente desarmou o cara e meteu-lhe um direto na cara, derrubando-o. Por alguns meses, Connery teve que tomar cuidado porque o chefão de Stompanato, o mafioso Mickey Cohen, queria pegá-lo.
E foi por essa atitude máscula, pelo jeito blasé, o charme e elegância que em 1952, Connery se tornou James Bond, contrariando o criador do personagem que preferia alguém mais aristocrático como David Niven ou James Mason. Foram cinco filmes do personagem na cronologia oficial e um “por fora”, na refilmagem de ‘Thunderball’, Nunca Mais Outra Vez. Essa masculinidade heróica pontuou todos os outros papéis de sua carreira, inclusive já na idade avançada, trabalhando em ótimas aventuras como Highlander – O Guerreiro Imortal, Os Intocáveis e o divertido e exagerado A Rocha e outras bem duvidosas como A Liga dos Cavalheiros Extraordinários ou Armadilha. Também estreou dramas interessantes tais como Encontrando Forrester e Corações Apaixonados. E, em uma homenagem incrível, foi o pai de Indiana Jones em A Última Cruzada.
Sean Connery também sempre foi o rei de declarações polêmicas, daquelas que as pessoas pedem uma retratação e ele faz que não está nem aí. Causou furor ao dar uma entrevista nos EUA e quando indagado se era verdade que ele tinha batido em sua ex-mulher, tascou “que dar uns tapas de vez em quando era necessário e bom”. Ao ser criticado por ter deixado de torcer pelo Celtic FC e passar a apoiar os Rangers FC, disse “eu torço para quem joga melhor. Ter uma dedicação religiosa a um time não diz nada para mim”. Recusou ser Gandalf na trilogia de O Senhor dos Anéis porque “não entendeu nada”. E finalmente, quando decidiu se aposentar das telonas depois do péssimo A Liga Extraordinária, afirmou que estava farto com os idiotas e com o abismo cada vez maior entre as pessoas que sabem como fazer filmes e aqueles que o aprovam. E complementou: “Eu não digo que eles são todos idiotas – Eu só estou dizendo que há um monte deles”.
Connery chega aos 81 anos como Cavaleiro do Império Britânico, com um Oscar, dois Bafta e três Globos de Ouro na estante, uma estátua de bronze em Tallinn, capital da Estônia e em 1999 foi escolhido o homem mais sexy do século pela revista People. Jolly pretty good and congratulations, old chap!
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