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Aparentemente hoje, 6/9 (é sugestivo) é Dia do Sexo (como se isso precisasse de dia certo) e em comemoração à efeméride vou listar cinco filmes eróticos que chocaram o mundo no seu lançamento e que depois perderam a força com a liberalidade dos tempos modernos. Foram filmes que fizeram um barulho danado justamente por tratar de sexo como parte integrante da vida de uma pessoa, mas não poupavam o realismo das cenas mais íntimas. O mais interessante é que eles romperam a linha entre a produção mainstream (que tinha cenas mais coreografadas e românticas) com a produção pornô. Ou seja, eles puseram o explícito no filme convencional, alguns com resultados duvidosos.
O Último Tango em Paris (1972): quando o filme foi mostrado em Nova York, um crítico disse que “aquele que não se sentir enojado, excitado, chocado, fascinado, revoltado ou encantado com as cenas do começo do filme, não se preocupe. Tem mais coisa por aí”. A história de uma relação entre uma jovem francesa e um americano de meia idade, baseada intergralmente em sexo, ainda causa sensação, quase 40 anos depois. O filme deu fama a Bernardo Bertolucci, acrescentou mais algumas bizarrices à biografia de Marlon Brando e destruiu a cabeça de Maria Schneider. E, depois dele, a margarina nunca mais foi a mesma.
Emmanuelle (1974): na verdade a personagem Emmanuelle Arsan já havia aparecido nas telas antes, mas foi a holandesa Sylvia Kristel que eternizou a dona de casa jovem e entediada que descobre um mundo de prazer e liberdade na Bangcock dos anos 70. O filme tinha masturbação, transa no banheiro do avião (que virou moda e acabou sendo chamada de ‘mile high club’), estupro e a eterna cena de uma praticante de pompoarismo fumando com a vagina. É o maior sucesso francês em bilheteria e acabou sendo distribuído sem cortes para os Estados Unidos, o que gerou uma legião de fãs. O efeito colateral é que por 30 anos, a personagem teve mais continuações que o pistoleiro Sartana. Foram 36 filmes, sendo que 11 com Kristel (quatro para o cinema e sete para a TV). Em tempo, aparentemente nunca houve uma Emmanuelle Arsan. Ela seria o pseudônimo de Louis-Jacques Rollet-Andriane.
O Império do Sentidos (1976): a história real do romance entre um homem casado e uma prostituta que se apaixonam e vivem um amor tão desenfreado que acaba com a morte dele, gerou um dos filmes mais polêmicos da história do cinema. O diretor Nagisa Oshima deu um tratamento de sexo explícito às cenas e o casal principal transou mesmo durante as filmagens, o que fez com que o filme não pudesse ser editado no Japão (teve de ir para a França) e fosse proibido e/ou cortado em diversos países do mundo. A história do filme até que é bem interessante, especialmente a conexão entre os dois e as cenas são bem quentes mesmo (a do ovo é ótima), mas o filme em si é muito chato. Para os de estômago fraco, o final pode chocar bastante.
Calígula (1979): imagine o que acontece quando um filme histórico, retratando um dos mais loucos, tarados e descontrolados imperadores romanos e escrito por um dos grandes nomes do século 20, é financiado por uma revista erótica. O resultado é esse “clássico” do mau gosto, que conseguiu colocar atores renomados como Helen Mirren, Malcolm MacDowell e Sir John Gielgud em cenas de sexo explícito. Na verdade, o filme foi dirigido pelo italiano especializado em filmes eróticos leves, Tinto Brass (responsável, por exemplo, por Monella com a deliciosa Anna Ammirati), baseado no roteiro de Gore Vidal. Depois de uma produção conturbada, com diretor, atores e roteirista se odiando, o produtor do filme, Bob Guccione, dono da revista Penthouse, resolve demitir Brass e tomar conta da edição do filme. Segundo ele, havia pouco sexo na história e dá-lhe colocar cenas de harcore. E mais, ao invés de chamar as modelos de sua revista, o homem contrata mulheres feias, gordas e velhas para dar um ar mais “realista”. O filme foi um fracasso de crítica e bilheteria e teve vários cortes, inclusive uma versão sem sexo.
Diabo no Corpo (1986): no ano de 1986, nós não éramos mais assim tão ingênuos em termo de sexo no cinema, mas o diretor italiano Marco Bellochio causou furor com uma cena explícita de sexo oral da então gatíssima atriz holandesa Marushka Detmers no seu parceiro de cena, Federico Pitzalis. A menina, então com 24 anos e uma das musas de Jean-Luc Godard (fez Carmem), se arrependeu amargamente da brincadeira, pois ela “acabou nublando suas outras performances”, como se o fato dela aparecer nua a todo momento no filme também não fizesse isso. A coisa deve tê-la mesmo traumatizado, porque logo depois estrelou no cinema americano com o terrível Os Reis do Mambo e depois sumiu.
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