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Na primeira semana de dezembro, já mirando o natal, chega às lojas a quarta e última aventura do ogro Shrek nas lojas. É Shrek Para Sempre, onde o personagem, ao fazer um pacto com o duende Rumplestiltskin, acaba mudando todo o passado e criando uma realidade alternativa. O filme deixa claro que esta é a última aventura do herói, mas pode abrir caminho para spin-offs com, por exemplo, o excelente Gato de Botas de Antonio Banderas. Shrek, o primeiro, pegou todo mundo de surpresa em 2001 com sua sátira aos filmes fofinhos da Disney, mas mais do que isso, introduziu ao mundo um ser fictício que reflete aquilo que muitos homens gostariam para si. Ele é feio, grosso, com péssimos hábitos de higiene, antipático, egoísta e agressivo mas não só consegue conquistar a princesa gostosona, como ela acaba se adaptando ao seu estilo de vida, tornando-se igual a ele!
Existem, porém, outros personagens de desenhos animados que também refletem as diversas facetas do mundo masculino. Um deles é o sensacional Bob Parr ou Sr. Incrível da única animação que mostrou os efeitos da crise da meia idade em um homem, Os Incríveis da Pixar. O cara começa gordo, frustrado, em uma família disfuncional, com pequenas fugas noturnas com um ex-colega de profissão, para depois descobrir que um pouco de aventura não faz mal a ninguém e que acaba incentivando-o a manter a forma e se dedicar ao seu próprio bem-estar. O que acontece neste caso, porém, é que o cara recebe no final todo apoio da família, apesar da vida dupla. Nem sempre isso acontece fora dos desenhos.
A Disney se especializou em criar grandes vilãs para seus desenhos, mas alguns vilões até que são interessantes como Shere Khan em Mowgli, Clayton em Tarzan ou Gaston de A Bela e a Fera. Só que Jafar de Aladdin é que dá um show com sua classe, calma e segurança. Ele reflete o cara que não mede esforços para conseguir o que quer. Primeiro ele controla sutilmente o chefe, depois tenta entrar para a família do superior hierárquico à força e quando tudo dá errado, ele consegue uma ajuda forte o suficiente para se tornar o bambambam do negócio e colocar a chefia aos seus pés. E a gente não pode esquecer que mesmo ele sempre anda com o puxa-saco de plantão, o papagaio Iago.
O que acontece quando você é um adolescente revoltado, líder de uma gangue e seu melhor amigo começa a ficar poderoso demais? Você se alia a um pessoal da pesada e tenta colocar o desafeto na linha. Assim é Kaneda, o personagem principal de uma das melhores animações já realizadas, Akira de Katsuhiro Otomo. O filme consagrou mais do que a técnica de desenho com 327 cores diferentes, 2.212 tomadas e 160.000 figuras individuais (3 vezes mais que um desenho convencional). Na verdade, fez com que muito marmanjo quisesse uma motocicleta como a do protagonista do filme. Com ela, você não só poderia arrasar nas ruas, como teria todo o direito de gritar “Tetsuo” à vontade!
Finalmente temos o último e maior representante da complexa atitude masculina frente a uma mulher, o lobo do clássico e sensacional desenho de Tex Avery, Red Hot Riding Hood. O curta, uma sátira adulta à Chapeuzinho Vermelho, com a menina como uma corista em um clube e o lobo como o cara que quer tê-la a qualquer custo, foi realizado em 1943 pela MGM e foi considerado o sétimo melhor desenho já produzido pelos especialistas em animação, apesar dos problemas com a censura na época. Depois dele, o clássico assobio ao se ver uma mulher, passou a ser conhecido nos Estados Unidos como “Wolf´s whistle” ou assobio do lobo. Em O Máscara, Jim Carrey repete a mesma sequencia de exageros faciais e no comportamento ao ver Cameron Diaz no restaurante. Assista o clássico abaixo (com legendas em espanhol) e depois confesse: quantas vezes você não uivou frente a um belo corpo?
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