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Hoje, Alain Fabien Maurice Marcel Delon completa 75 anos de idade. Não sabe quem é ele? Pergunte para sua mãe e suas tias. Elas morriam por esse francês nascido em 1935 e que acabou se tornando um dos maiores sex symbols da França. A própria vida de Delon daria um filme. Ele foi criado por pais adotivos perto de uma prisão e na infância ficava brincando com os guardas. Depois que estes pais adotivos foram assassinados, voltou a morar com a mãe verdadeira em Paris e não conseguia parar em escola nenhuma. Infeliz, alistou-se e foi paraquedista dos fuzileiros navais franceses na Guerra da Indochina na década de 50 e depois garçom, porteiro, secretário e vendedor até conhecer o produtor americano David O. Selznick (que deu E O Vento Levou ao mundo) em um visita a Cannes. Selznick queria levá-lo para os EUA, Delon preferiu ficar no seu país de origem, e estreou nas telas com Quand la Femme s’en Mêle de Yves Allégret de 1957.
Talvez se Delon tivesse aceitado o convite de Selznick, sua carreira teria sido marcada por tipos mais românticos e amantes hollywoodianos, mas o fato de ter permanecido na Europa o fez assumir uma persona mais sombria nas telas, personagens que tinham algo a esconder ou que estavam remoídos por dores e dúvidas, aos moldes do que James Dean mostrava na America. Só que ao contrário de Dean, Delon preferia não escancarar seus sentimentos, mantendo um ar mais cool e menos sofrido. Isso ficou muito claro quando incorporou Tom Ripley em O Sol Por Testemunha de 1960 (A obra de Patricia Highsmith foi refilmada anos mais tarde com Matt Demon, como O Talentoso Sr. Ripley) ou em O Samurai de 1967, onde interpreta um assassino e ainda em Borsalino de 1970. Neste último contracena com outro grande galã francês (e seu maior rival), Jean-Paul Blemondo, mostrando a ascensão da máfia em Marselha nos anos de 1930. Sua grande consagração veio com o grande clássico de Luchino Visconti, Rocco e seus Irmãos de 1970. Ele trabalharia mais uma vez com o famoso diretor italiano em outra grande produção, O Leopardo, ao lado de Burt Lancaster.
Alain Delon é, sem dúvida nenhuma, uma das maiores celebridades francesas de todos os tempos. Mesmo um escândallo em 1968 que o envolveu com orgias bissexuais e mostrou suas ligações com o gangster corso François Marcantoni, não abalou sua imagem (ele acabou sendo inocentado de todas as acusações). Sua empresa, a Alain Delon Diffusion, imprime o nome do ator em relógios, roupas, óculos, champagne, conhaque, papelaria e cigarros. Teve affaires com belíssimas mulheres como a cantora e modelo alemã Nico, a atriz Romy Schneider e a modelo holandesa Rosalie van Breemen.
Aos 75 anos, cavaleiro da Legião de Honra francesa, Delon ainda atua com a mesma característica que o marcou: a imagem tranquila e blasé e o contraste da beleza do rosto de um anjo com a corrupção da alma de um demônio.
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