quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Grandes perseguições de carro no cinema

Publicado no site da revista Alfa em outubro de 2010
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Não sou fanático por carros, mas desde o filme Os Irmãos Cara-de-pau de 1980, descobri que adoro perseguições de automóveis no cinema, com motoristas fazendo manobras inacreditáveis e motores sendo levados ao máximo. Esse tipo de cena de ação é tão recorrente que existe desde o cinema mudo com as peripécias dos Keystone Kops de Max Sennet. Em velhos Ford T ou em antigas motocicletas, os amalucados policiais faziam coisas incríveis em uma época onde para se ter um bom efeito especial se corria risco de vida, como mostra a cena abaixo:


Ainda no ramo da comédia, o já citado Blues Brothers conseguiu criar cenas hilárias às custas de dezenas de carros destruídos como na famosa cena da invasão do shopping center. Para fazer a sequencia, o diretor John Landis ocupou um local abandonado, recheou seu estacionamento de carros 0 km fornecidos por uma concessionária (com a promessa que nenhum sofreria nem arranhão) e preencheu as lojas tomando o cuidado para que todos os frequentadores do shopping fossem dublês profissionais. O resultado está aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=_oMtdXaqBx4&feature=related

E para aqueles que viveram os anos de 1980, Eddie Murphy estreou uma das mais célebres perseguições do cinema quando num caminhão de cigarros contrabandeados resolve aloprar as ruas de Detroit. A pergunta que não quer calar é "como alguém consegue dar 'cavalo de pau' em um ônibus?" e o filme é Um Tira da Pesada (1984).


Todo mundo assistiu e vibrou com 60 Segundos com Nicholas Cage e Angelina Jolie, mas pouca gente sabia que tratava-se da refilmagem de um obscuro filme de 1974, que conseguiu destruir 93 automóveis em 97 minutos de história e foi interpretado por pessoas "normais" e não atores. Com vocês, a Eleanor original:


A década de 1970 produziu fantásticas sequencias envolvendo carros e câmeras, a começar por 1971 que nos brindou com o detetive Jimmy "Popeye" Doyle e sua guerra contra o cartel francês de drogas em Nova York no filme Operação França. Durante a cena abaixo, o acidente de carro que ocorre no cruzamento da avenida Stillwell e 86 St., não foi planejado e acabou entrando no filme por causa de seu realismo. O cidadão cujo carro foi atingido tinha acabado de sair de sua casa a poucos quarteirões do cruzamento para ir trabalhar e não sabia que uma perseguição de carro estava sendo filmada. Os produtores, obviamente, pagaram todo o conserto:


Num momento em que a contracultura estava no auge, era óbvio que rebeldia, protesto e carros estariam unidos nas telonas, mostrando "párias" da sociedade fugindo do poder vigente atrás do volante. Dois filmes se destacaram nessa época, Corrida Contra o Destino de 1971 e Fuga Alucinada de 1974. Aqui você confere uma propaganda feita para a TV, anunciando uma sessão dupla com as duas produções:


James Bond não seria tão poderoso se não soubesse dirigir como ninguém. Seja atrás de um poderoso Aston Martin ou de um pequeno Citroen 2CV 6, o agente consegue realizar proezas incríveis sobre quatro rodas, como fazer um AMC Hornet dar 360 graus no ar. A cena a seguir é a estonteante abertura de Quantum of Solace:

http://www.youtube.com/watch?v=QXJiYV9K77Q

Quando Ronin de 1998 foi lançado, uma revista brasileira disse que no futuro os cursos de cinema no mundo teriam uma matéria ensinando a fazer uma perseguição de carros como as do filme. O próprio diretor, John Frankenheimer disse fez o filme porque sentia falta de uma boa corrida de automóveis nas telas de cinema. A cena a seguir mostra o duelo entre uma BMW 535i e um Peugeot 406 nas ruas de Paris:


E finalmente aquela que é considerada por muitos críticos como a melhor perseguição de carros da história do cinema e responsável pela revitalização do gênero: Steve McQueen e seu Mustang 390 GT 2+2 Fastback nas íngremes ruas de São Francisco, no clássico policial Bullit de 1968. Na verdade o ator, famoso por fazer suas próprias cenas e ser um entusiasta em velocidade, foi substituído pelo dublê Bud Enkins em parte da sequencia, que levou três semanas para ser filmada e saiu com 9 minutos e 42 segundos na edição final:


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