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Não sou fanático por carros, mas desde o filme Os Irmãos Cara-de-pau de 1980, descobri que adoro perseguições de automóveis no cinema, com motoristas fazendo manobras inacreditáveis e motores sendo levados ao máximo. Esse tipo de cena de ação é tão recorrente que existe desde o cinema mudo com as peripécias dos Keystone Kops de Max Sennet. Em velhos Ford T ou em antigas motocicletas, os amalucados policiais faziam coisas incríveis em uma época onde para se ter um bom efeito especial se corria risco de vida, como mostra a cena abaixo:
Ainda no ramo da comédia, o já citado Blues Brothers conseguiu criar cenas hilárias às custas de dezenas de carros destruídos como na famosa cena da invasão do shopping center. Para fazer a sequencia, o diretor John Landis ocupou um local abandonado, recheou seu estacionamento de carros 0 km fornecidos por uma concessionária (com a promessa que nenhum sofreria nem arranhão) e preencheu as lojas tomando o cuidado para que todos os frequentadores do shopping fossem dublês profissionais. O resultado está aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=_oMtdXaqBx4&feature=relatedE para aqueles que viveram os anos de 1980, Eddie Murphy estreou uma das mais célebres perseguições do cinema quando num caminhão de cigarros contrabandeados resolve aloprar as ruas de Detroit. A pergunta que não quer calar é "como alguém consegue dar 'cavalo de pau' em um ônibus?" e o filme é Um Tira da Pesada (1984).
Todo mundo assistiu e vibrou com 60 Segundos com Nicholas Cage e Angelina Jolie, mas pouca gente sabia que tratava-se da refilmagem de um obscuro filme de 1974, que conseguiu destruir 93 automóveis em 97 minutos de história e foi interpretado por pessoas "normais" e não atores. Com vocês, a Eleanor original:
A década de 1970 produziu fantásticas sequencias envolvendo carros e câmeras, a começar por 1971 que nos brindou com o detetive Jimmy "Popeye" Doyle e sua guerra contra o cartel francês de drogas em Nova York no filme Operação França. Durante a cena abaixo, o acidente de carro que ocorre no cruzamento da avenida Stillwell e 86 St., não foi planejado e acabou entrando no filme por causa de seu realismo. O cidadão cujo carro foi atingido tinha acabado de sair de sua casa a poucos quarteirões do cruzamento para ir trabalhar e não sabia que uma perseguição de carro estava sendo filmada. Os produtores, obviamente, pagaram todo o conserto:
Num momento em que a contracultura estava no auge, era óbvio que rebeldia, protesto e carros estariam unidos nas telonas, mostrando "párias" da sociedade fugindo do poder vigente atrás do volante. Dois filmes se destacaram nessa época, Corrida Contra o Destino de 1971 e Fuga Alucinada de 1974. Aqui você confere uma propaganda feita para a TV, anunciando uma sessão dupla com as duas produções:
James Bond não seria tão poderoso se não soubesse dirigir como ninguém. Seja atrás de um poderoso Aston Martin ou de um pequeno Citroen 2CV 6, o agente consegue realizar proezas incríveis sobre quatro rodas, como fazer um AMC Hornet dar 360 graus no ar. A cena a seguir é a estonteante abertura de Quantum of Solace:
http://www.youtube.com/watch?v=QXJiYV9K77QQuando Ronin de 1998 foi lançado, uma revista brasileira disse que no futuro os cursos de cinema no mundo teriam uma matéria ensinando a fazer uma perseguição de carros como as do filme. O próprio diretor, John Frankenheimer disse fez o filme porque sentia falta de uma boa corrida de automóveis nas telas de cinema. A cena a seguir mostra o duelo entre uma BMW 535i e um Peugeot 406 nas ruas de Paris:
E finalmente aquela que é considerada por muitos críticos como a melhor perseguição de carros da história do cinema e responsável pela revitalização do gênero: Steve McQueen e seu Mustang 390 GT 2+2 Fastback nas íngremes ruas de São Francisco, no clássico policial Bullit de 1968. Na verdade o ator, famoso por fazer suas próprias cenas e ser um entusiasta em velocidade, foi substituído pelo dublê Bud Enkins em parte da sequencia, que levou três semanas para ser filmada e saiu com 9 minutos e 42 segundos na edição final:
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