Já que o assunto da vez é o Capitão Nascimento (desculpe, mas ainda não vou conseguir chamá-lo de Coronel) e seu BOPE em Tropa de Elite 2, vale a pena dar uma olhada em alguns policiais que foram eternizados no cinema, tanto por serem durões pacas (ou como diriam na língua do bardo, badasses) ou corruptos demais e aqueles mais idealistas.

Chefe Harlan Quilan em A Marca da Maldade (1958): estrelado e dirigido por um imenso Orson Welles (que foi demitido da direção já na pós-produção), o clássico mostrou dois extremos da força policial, o correto oficial da divisão de narcóticos interpretado por Charlton Heston e o extremamente corrupto chefe de polícia (Welles) na investigação do assassinato de um empreiteiro em uma cidade na fronteira com o México. A abertura do filme, uma sequencia de três minutos sem cortes acompanhando um carro com uma bomba dentro, virou clássica.

Virgil Tibbs em No Calor da Noite (1967): um policial negro de Nova York tem que investigar um assassinato em uma cidade racista pacas no sul dos Estados Unidos. O filme tem os geniais Sidney Poitier e Rod Steiger e uma de suas frases entrou para o as 100 melhores da história do cinema. Quando o policial racista lhe pergunta “como é que tem chamam na sua cidade, crioulo?”, Poitier simplesmente dispara “Eles me me chamam de Sr. Tibbs”.

Dirty Harry em Magnum Force (1973): na segunda aventura de Clint Eastwood como o policial harry Calaham, ele precisa um esquadrão da morte repleto de policiais corruptos, que matam aqueles que são considerados indesejáveis na cidade de San Francisco. Nada que uma Magnum 44 na mão não resolva.

Frank Serpico em Serpico (1973): cinebiografia do policial novaiorquino que se recusava terminantemente a receber propina e acabou não só sendo isolado pelos colegas, como correu perigo de vida e levou a uma mega investigação na polícia de NY. Al Pacino levou o Globo de Ouro por sua interpretação.

Stansfield em O Profissional (1994): Gary Oldman dá um show de interpretação na pele do policial Norman Stansfield, que lidera um negócio de drogas em NY e está atrás da garotinha Mathilda (Natalie Portman, então com 12 anos de idade), única testemunha do massacre de sua família.

Bud White em Los Angeles – Cidade Proibida (1997): no moderno filme noir de Curtis Hanson, o foco é a força policial de Los Angeles nos anos de 1950. Com tipos como o policial galã de Kevin Spacey e CDFs como Guy Pearce, o detaque vai para o brutamontes de Russell Crowe, que prefere fechar os olhos para os esquemas de corrupção do lugar até que se torna um alvo.

Detetive Alonzo Harris em Dia de Treinamento (2001): Denzel Washington abandonou o papel de mocinho e assumiu a pele do corrupto, violento e imoral Alonzo, policial da divisão de narcóticos em Los Angeles e acabou levando uma estatueta do Oscar com isso, provando que o crime compensa (pelo menos nas telas). Duvido você não ficar com raiva do cara.

Billy Costigan e Colin Sullivan em Os Infiltrados (2006): de um lado um policial fingindo ser bandido (Di Caprio) e do outro um bandido tentando ser policial (Matt Damon), numa produção menor de Martin Scorcese (refilmagem do chinês Infernal Affairs) que acabou lhe dando o Oscar de Melhor Diretor e levou também o de melhor filme do ano.