quarta-feira, 30 de setembro de 2009

11 modelos automotivos que entraram para a história como grandes micos

Publicado no Terra em setembro de 2009
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Se você for analisar a história dos onze carros abaixo, verá que eles não foram, obrigatoriamente, fracassos de venda. Na verdade, são lembrados até hoje pelos especialistas como estranhos exemplos da interação homem/carro, graças à designs esquisitos, planejamentos malfeitos, motor sofrível e até mesmo inovação antes da época certa. No caso daqueles que venderam muito, só podemos concluir que, no fundo, as pessoas querem ter seu carro de qualquer maneira. E, pelo jeito, não importa que carro que seja. Confira alguns desses clássicos que, para muita gente, não deixaram saudades:

» Veja fotos de alguns carros

1 - Chrysler Desoto Airflow (1934): um dos primeiros modelos de automóvel a levar a aerodinâmica em conta no seu design arrojado foi um verdadeiro fracasso quando lançado, em uma época de turbulêcia econômica nos Estados Unidos. Ganhou o falso mito de ser instável e perigoso, mas muitas de suas novidades (como a distribuição de peso entre traseira e dianteira e estrutura mais leve) acabaram sendo utilizadas mais de 20 anos depois.

2 - Renault Dauphine (1956): este até foi vendido aqui em terras tupiniquins, mas era uma carro tão lerdo que dizia-se que dava para medir seu índice de velocidade com um calendário ao invés de um cronômetro (em um teste feito por uma revista especializada, ele levou 32 segundos para chegar a 95 km/h). De qualquer maneira, vendeu mais de 2 milhões de unidades no mundo todo. O engraçado é que o primeiro nome sugerido para este carro foi Corvette.

3 - Ford Edsel (1958): um caso que é estudado até hoje por cursos de marketing, já que foi feita uma extensiva pesquisa entre os americanos na década de 50 para saber o que eles queriam de um carro. E assim foi criado o Edsel, nomeado em honra da filha de Ford. As vendas foram tão pífias que a Ford levou décadas para se recuperar do desastre. E ainda, muitos críticos da época afirmaram que a razão da baixa venda foi que sua frente lembrava o órgão sexual feminino.

4 - Chevrolet Corvair (1961): todo mundo na década de 60, inspirados pelo Fusca, estava louco para montar carros com motor atrás e os executivos da Chevrolet lançaram seu lindo modelo, mas esqueceram de reforçar a suspensão traseira. Isso fez com que o carro perdesse a estabilidade, girando à toa. Quer mais? Ele pingava óleo e ainda enchia a cabine de gases tóxicos. Apesar disso, foi um grande sucesso de vendas, com mais de 1,5 milhão de unidades vendidas em seus nove anos de vida.

5 - AMC Gremlin (1970): apresentado ao público americano como o primeiro carro subcompacto produzido na América e desenvolvido pelo lendário designer de automóveis Richard A. Teague, o Gremlin acabou virando piada recorrente na época, graças ao seu desenho desproporcional (frente grande e quase nenhuma traseira). Lançado em um primeiro de abril, acabou vendendo, em nove anos, mais de 600.000 unidades.

6 - Ford Pinto (1971): depois do lançamento do Gremlim e do Vega da Chevrolet, a Ford põe na rua seu compacto, que entrou para os anais da história como um dos carros mais perigosos já desenvolvidos. Isso porque o Pinto explodia em chamas no caso de colisão traseira. O mais preocupante é que quando a história ganhou as manchetes, descobriu-se que os executivos da gigante automobilística sabiam dos riscos mas calcularam que reforçar o tanque de gasolina na traseira custaria 121 milhões de dólares enquanto os processos por morte ou deformações físicas sairiam, no máximo, 50 milhões.

7 - Austin Allegro (1973): considerado pelo ingleses, através de uma votação online, como o pior automóvel já lançado na terra da rainha, já que seu vidro traseiro costumava cair, a lataria enferrujava rapidamente e tinha, em suas primeiras versões, um volante quase quadrado para dar mais espaço às pernas. Mesmo assim, em 1979, era o quinto carro mais vendido na Grã-Bretanha.

8 - AMC Pacer (1975): considerado hoje o carro mais feio já desenhado, era tão estranho que as duas portas frontais eram de tamanhos diferentes. Alguns modelos tinham os bancos com tecido imitando jeans e, detalhe importante, para ficar mais real colocaram os botões de metal, que esquentavam muito em dias quentes. Apesar disso, foi celebrado como moderno e audacioso na época de seu lançamento pelas revistas especializadas.

9 - De Lorean DMC-12 (1981): a gente sabe que é o carro do Doc Brown de De Volta para o Futuro, mas o automóvel futurista, em aço inoxidável, com um dos desenhos mais bonitos já feitos, era pesado demais para seu motor (ele foi concebido para ter um motor de 200 HP, foi feito com 170 HP e devido a certas regulamentações nos EUA, perdeu 40 HP com a adição de um catalisador). Além disso custava caro demais. E seu criador John DeLorean estava sendo investigado pelo FBI graças a ligações com o crime e seu vício em cocaína.

10 - Yugo GV (1985): desenvolvido na hoje extinta Yuguslavia, o carro é para os americanos o que o Lada foi para o brasileiro: um sofrível automóvel acessível a todos (custava lá menos de 4.000 dólares). Destruído pela crítica especializada, sua situação piorou quando um deles foi jogado de uma ponte pela força do vento, o que causou comoção na imprensa. Detalhe, o veículo estava parado. Apesar de tudo disso, teve sua produção descontinuada apenas no ano passado.

11 - Fiat 147 (1976): muita gente adora brincar com esse modelo dizendo que quem o comprava tinha que se casar com um mecânico e que foi o carro que introduziu a manutenção preventiva no nosso país porque se você não a fizesse, estava ferrado. Na realidade, detratores à parte, o modelo coleciona ineditismo. Foi o primeiro da Fiat no Brasil, o primeiro carro à álcool produzido em série no mundo, o primeiro a ter todas as variações possíveis (hatch, sedan, furgão, pickup e perua). E até hoje tem fã-clube aqui no país.

3 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Comparados com a "mesmice" dos carros atuais, onde só quem tem grana pode comprar algo um pouco diferente, vale pela tentativa de inovação de cada época... Eu tive um Fiat 147: uma bela tranqueira que mais me serviu do que me deixou na mão!...

MOSKNASOPA disse...

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NAUM SAUM FRACASSOS DE VENDAS_?

CLAUDIO, VC TAH DE NOVO DE BRINCADEIRA_?

CONHECI O SAUDOSO BOTINHA 147 PESSOALMENTE, O DE LOREAN ATRAVES DA PELICULA E O DAUPHINE PELO MEU PAI. FORA ISSO EH TUDO LENDA.

PRA FINALIZAR: QUE COISINHA FEIA ESSE PRIMO DO AUSTIN MATIN DB5 DO JAMES BOND_!

johnny disse...

Fica fácil analisar agora carros muito antigos, achando-os ultrapassados em tudo, desde o design à mecânica (se bem que vale para alguns não tão velhinhos assim), isso porque nosso gosto, critérios, experiência e conhecimento na área foi mudando ao longo do tempo, e acabamos comparando os atuais com os antigos. Creio que na época eles fizeram rebuliço. Não sei se foram fracassos de venda, ou micos, ou apenas o que tínhamos disponível na época (lembram-se do Niva, da Lada?), mas conheço muitos que têm histórias pitorescas e até saudosas de um 147 ou de um Gordini, por exemplo. Mas a história serve pra isso tb, aprendermos e nos maravilharmos com as mudanças (ou às vezes, pela falta delas...)