sábado, 6 de junho de 2009

Vinte e cinco filmes para entender a Segunda Guerra

Publicado no Terra em junho de 2009
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Há exatos 65 anos, no dia 6 de junho de 1944, começou a grande ofensiva aliada que daria um fim às pretensões nazistas de dominar toda a Europa. Era o Dia D, ou Operação Overlord, que consistiu em um maciço desembarque de forças inglesas e americanas na costa da França, mais especificamente nas praias da Normandia. A partir daí, mais e mais países foram sendo libertados, culminando com a rendição alemã, em maio de 1945, e a dos japoneses, em 14 de agosto do mesmo ano.

Obviamente o cinema retratou de várias maneiras diferentes o conflito que mudou a face do mundo e deixou o planeta menos ingênuo (nas palavras de John Kenneth Galbraith), seja através de filmes fantasiosos e maniqueístas até chegar a um recente revisionismo histórico. Confira abaixo uma lista de grandes obras clássicas que podem ajudar a entender o que foi a II Grande Guerra:

O Dia D
O Mais Longo dos Dias (1962): um dos maiores épicos já produzidos, estrelado por 52 astros de primeira grandeza encabeçados por John Wayne, mostra o desembarque na Normandia. Ganhou Oscar de Fotografia em Preto e Branco e Efeitos Especiais.

O Resgate do Soldado Ryan (1998): para contar a história de um grupo de soldados que tem como missão salvar um soldado cujos irmãos morreram em combate, Spielberg abriu o filme com a recriação mais real, cruel e sanguinolenta da batalha na praia de Omaha já vista. Nenhum filme de guerra foi o mesmo depois dele.

Grandes batalhas
Uma Ponte Longe Demais (1977): elenco estelar (James Caan, Michael Caine, Sean Connery, Anthony Hopkins) para contar a história da Operação Market Garden, um dos maiores fiascos aliado da II Guerra, que causou mais baixas que no próprio Dia D.

Os Canhões de Navarone (1961): grupo de soldados da resistência tenta explodir os poderosos canhões nazistas localizados na costa do Mar Egeu. Com Gregory Peck, David Niven e Anthony Quinn.

Patton (1970): cinebiografia, vencedora de sete Oscars, do mais controverso general americano, George S. Patton (magistralmente interpretado por George C. Scott) e sua guerra pessoal de egos contra o alemão Rommel, no Egito, e o inglês Montgomery, na liberação da Itália.

Por dentro de campos de prisioneiros
Fugindo do Inferno (1963): um grupo de prisioneiros ingleses e americanos tenta escapar de um campo alemão à prova de fugas. No elenco, Steve Mcqueen, Charles Bronson, James Coburn e Richard Attenborough.

A Ponte do Rio Kwai (1957): prisioneiros ingleses são obrigados a construir uma ponte para os japoneses e, para provar a superioridade técnica dos britânicos, quase acabam por ajudar o inimigo. Destaque a música-tema, Colonel Bogey March, que ficou famosíssima (lembra dos britânicos assobiando a melodia?), e pelas interpretações de Alec Guiness e William Holden.

O Império do Sol (1987): tocante filme de Spielberg com a história do filho de um funcionário público inglês que é mantido prisioneiro em campo de concentração japonês. Foi o primeiro filme de Christian "Batman" Bale e ainda tem John Malkovich e Miranda Richardson no elenco.

O ataque a Pearl Harbor
Tora!Tora!Tora! (1970): o ataque a Pearl Harbor do ponto de vista japonês e do ponto de vista americano em um filme com direção mista (Kinji Fukasaku e Richard Fleischer), além de grandes atores, como Martin Balsam, Joseph Cotten e E.G. Marshall.

A Um Passo da Eternidade (1953): ganhador de oito Oscars, mostra a vida em um campo militar americano no Havaí antes do ataque japonês. A cena do beijo entre Burt Lancaster e Deborah Kerr à beira-mar ficou famosíssima. Além disso, seria o filme que Frank Sinatra usou de seus contatos na máfia para conseguir um papel e inspirou o Johnny Fontaine de O Poderoso Chefão. Com Ernest Borgnine e Montgomery Cliff.

O absurdo da Guerra
Os 12 Condenados (1967): o diretor Robert Aldrich, conhecido pacifista, mostra a insanidade dos conflitos na história do batalhão formado por 12 sociopatas condenados em uma missão suicida. Elenco para ninguém botar defeito com Lee Marvin, John Cassavetes, Charles Bronson e Telly "Kojak" Savallas.

Inferno no Pacífico (1968): mais uma vez Lee Marvin aparece em um libelo antiguerra. Em uma ilha no Pacífico, um oficial americano e um soldado japonês travam uma batalha pela sobrevivência, um contra o outro, até que descobrem que a única maneira de ficar vivo é se aliarem. O grande ator japonês, Toshiro Mifune, dá um show à parte.

O sofrimento judeu
O Pianista (2002): o diretor Roman Polanski, sobrevivente de um campo de concentração, conta a história do pianista judeu Wladyslaw Szpilman e sua luta para sobreviver nos guetos de Varsóvia. Adrian Brody ganhou o Oscar de melhor ator por sua atuação.

A Lista de Schindler (1993): um dos melhores e mais comoventes filmes de Steven Spielberg na trajetória de Oskar Schindler, empresário que, nas palavras do diretor, fracassou em todos os negócios que teve antes e depois da Guerra. Durante o conflito, porém, foi muito bem-sucedido em salvar centenas de judeus dos campos de concentração.

Enxergando o lado alemão
Cruz de Ferro (1976): Sam Peckinpah inovou mostrando grandes atores americanos e ingleses interpretando alemães nessa trama que envolve o conflito entre um sargento e um capitão obcecado em ganhar uma medalha ¿cruz de ferro¿ durante a invasão da União Soviética. Com James Coburn, James Mason, Maximillian Schell e David Warner.

O Barco - Inferno no Mar (1981): claustrofóbico drama dirigido por Wolfgang Petersen. O filme acontece dentro de um submarino alemão e mostra a tripulação tentando escapar da marinha britânica.

A Queda (2004): os últimos dias de Hitler em seu bunker, do ponto de vista de Traudl Junge, secretária do Führer. Filme tenso, pesado e com a magistral interpretação de Bruno Ganz.

Entendendo o lado japonês
Cartas de Iwo Jiwa (2006): dirigido por Clint Eastwood, faz dobradinha com o filme A Conquista da Honra e mostra o desespero, o fanatismo e a obsessão dos japoneses quando os aliados invadem a ilha de Iwo Jima, importante ponto para o ataque a Tóquio.

Vivendo em tempos de guerra
Adeus Meninos (1987): a infância do diretor Louis Malle na França, em 1944, e o impacto em sua vida quando seu colégio passa a abrigar crianças judias perseguidas pela Gestapo.

Esperança e Glória (1987): a vida em Londres em meio a ataques aéreos alemães, na visão do menino Bill Rohan, no divertido e tocante filme de John Boorman, baseado em sua própria experiência pessoal. A última cena é impagável.

Casablanca (1942): em um dos maiores clássicos do cinema, romance e dramas pessoais se misturam no Rick´s Americain Café, no Marrocos, pertencente ao misterioso e ranzinza Humphrey Bogart. A cena onde os alemães cantando no bar são encobertos pelos franceses e sua Marseillaise (o hino nacional francês) é uma verdadeira batalha campal.

Resistência x Colaboracionismo
Roma, Cidade Aberta (1946): grande expoente do neo-realismo italiano, Roberto Rossellini mostra a resistência italiana contra a presença alemã, inspirado na vida de Dom Luigi Morosini, um pároco que abrigava refugiados políticos.

Lacombe Lucien (1974): o diretor Louis Malle mais uma vez mostra o impacto da guerra na vida cotidiana através de Lucien, jovem e iletrado camponês que depois de ser recusado pela resistência francesa, passa a colaborar com os invasores nazistas.

A vida no pós-guerra
Julgamento em Nuremberg (1961): um dos mais brilhantes filmes sobre os aspectos políticos e sociais da guerra e o início da guerra fria, dirigido soberbamente por Stanley Kramer e com um elenco fenomenal (Burt Lancaster, Montgomery Cliff, Spencer Tracy, Maximillian Schell, Judy Garland, Marlene Dietrich, entre outros) narra o julgamento de juízes nazista condenados por garantir a perseguição indistinta de judeus na Alemanha.

Os Melhores Anos de Nossa Vida (1946): ganhador de sete Oscars, é um dos primeiros filmes a mostrar três ex-combatentes quando de seu retorno aos Estados Unidos e a difícil readaptação à vida civil. O ator Harold Russell, que não tinha as duas mãos na vida real, interpretava um marinheiro que havia sido mutilado em uma batalha.

6 comentários:

MOSKNASOPA disse...

SO ASSISTI PEARL HARBOR, E ACHO QUE NAUM FOI ESSE MENCIONADO.

ESTOU PERDENDO ALGUMA COISA ?

Marcelo Tadeu disse...

Assisti alguns, mas pura diversão... Não creio que um filme consiguirá mostrar ou ajudará a entender o que foi a II Grande Guerra...

johnny disse...

Tadeu disse quase tudo. Acho que só daria pra sentir mesmo como foi se tivéssemos passado por situação semelhante. Fora disso seria algo meio superficial. Mas não deixa de ter seu mérito, de tentar transmitir aos outros, ou outras gerações, um pouco, o 'gostinho', dos horrores do que é uma guerra, principalmente se tentar se o mais realista possível. Hoje em dia as pessoas (de um modo geral) estão mais insensibilizadas, com tanta tragédia mostrada e banalizada cotidianamente. A frase 'sentir como o outro se sente' virou clichê, infelizmente. Vc pode imaginar o que seria perder repentinamente seu filho ou filha? A pessoa amada? Pai, mãe ou irmãos? Vamos tentar só imaginar, já seria um grande progresso... e não apenas pra nós, apenas. A 'guerra' não está assim tão longe...

Xiboquinha disse...

'Gostinho' dos horrores? É só sair de casa depois das 20:00h em qualquer grande cidade do Brasil e presenciar a guerra em que vivemos.
Em relação aos filmes, assisti 'Casablanca' e 'Cartas de Iwo Jiwa', este por sinal, muito bom.

cerolzin disse...

eu gosto de filme sobre guerra e já vi alguns de lista.acho que a maioria fala de um só tema:a estupidez humana

Claudio R S Pucci disse...

Moska,

Pearl Harbor é péssimo. Um desperdicio de efeitos visuais em uma historinha pifia. Tentaram fazer um Titanic II mas deu com um burros n´agua.