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Tenho que confessar que minha experiência mais próxima com desfiles de moda foi assistir ao filme Prêt-à-porter do saudoso Robert Altman no cinema. Sendo assim, ir ao primeiro dia da São Paulo Fashion Week veio cercado de fantasias envolvendo um ambiente muito louco, cheio de ferveção e baladas. Não é bem assim. O evento em si é bem mais sério, frio e comercial do que minha vã filosofia podia perceber.
É quase como se você fosse uma Alice em um "País das Maravilhas" comportado, faltando um toque de surrealismo e insanidade no ambiente, mas sobrando os tipos esquisitos da obra de Lewis Carroll. Sim, porque lá está cheio de chapeleiros loucos (os decolados do mundo da moda), Rainhas de Copas (os estilistas), lagartas blasé (as modelos) e coelhos apressados (no caso, os jornalistas - maior público presente - correndo de um desfile ao outro).
Ainda nesse paralelo, assim como a menina saiu de seu mundo normal para cair em um buraco, atravessei um Parque do Ibirapuera lotado em uma abafada tarde de domingão, repleto de jovens emo, famílias se divertindo e esportistas de fim-de-semana, para entrar no Pavilhão da Bienal, cheio do pessoal descolado e moderninho. E por moderninho entende-se um visual envolvendo calças justas, camisetas mais justas ainda, tênis e óculos enormes. Aliás, quando maior seus óculos, mais moderninho você é. Pelo menos é o que parece.
Um comentário:
Quem usa óculos enormes não quer ser moderninho Claudio. Quer ser cool! rsrs
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