terça-feira, 28 de julho de 2009

Lei antifumo pode gerar oportunidades para paquera

Publicado no Terra em julho de 2009
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No filme As Neves do Kilimanjaro, Gregory Peck acende seu cigarro e eis que surge "o mais belo animal do mundo", a estonteante Ava Garner. Ele leva seu fósforo ainda aceso para perto do rosto dela e ela também acende um. E aí começa o romance. Se você é fumante e acha que isso só acontece em filmes, comece a se preparar.

A partir da semana que vem, oficialmente, através da lei aprovada pelo governador José Serra, os fumantes do Estado de São Paulo estarão proibidos de praticar seu hábito em ambientes públicos fechados. Ou seja, a partir de agora, ou se fuma em casa ou na calçada. Nada de fumódromos, cinzeiros na mesa do bar ou de cigarro nas áreas comuns de condomínios, incluindo áreas cobertas por toldos (marquises, coberturas etc.). Inexplicavelmente (ou não) o fumo está liberado em estádios de futebol.

Alguns lugares já começaram a se adequar à nova legislação desde que foi sancionada em 07 de maio último. O nível de gás carbônico em algumas danceterias e bares no horário de pico chega a ser o dobro do encontrado em ruas movimentadas da capital. A falta de controle dos donos de estabelecimento e as instalações sem a ventilação adequada acabaram transformando a vida de todos num inferno e afetando profundamente a saúde de fumantes e não-fumantes. Um ano após a Itália ter tomado a mesma medida, o país viu uma redução de 11% nos casos de enfarte em pessoas com idade entre 35 e 64 anos e uma diminuição de 5,5% na venda de cigarros em todo o país.

Acontece que o ato que Peck e Garner praticaram no filme de 1952 virou moda na Irlanda desde que esse país radicalizou contra o tabaco. É o smirting, expressão que junta as palavras smoking e flirting (fumar e flertar). Lá, o fato de sair para a rua para acender seu bastonete nicotinoso mostrou-se ser uma ótima estratégia para um bate-papo com aquela menininha que o cara estava de olho no bar. Até mesmo alguns rituais como as moçoilas manterem seus isqueiros à mostra para atrair rapazes ou esconderem quando o moço não é interessante foram incorporados ao método do xaveco. A coisa é tão gritante que o jornal The Times mostrou um estudo que verificou que entre 2007 e 2008, 25% dos casais irlandeses se conheceram numa dessas escapadas para fora de ambientes fechados.

O periódico inglês The Sun também publicou dicas para que sua cantada movida a fumo dê certo e uma delas é esperar começar a chover já que isso obriga as pessoas a se espremerem em pequenos locais cobertos. Outra é nunca tossir. Sem contar que começar o papo com "você tem um isqueiro?" é bem melhor do que os chavões "você vem sempre aqui?" ou "o cachorrinho tem telefone?". De qualquer maneira, pelo menos você estará conversando com uma pessoa que pratica a mesma coisa que você e que não lhe perturbará pelo vício ou lhe dará uma lição sobre os malefícios do cigarro.

Outra reação ocorrida especialmente na Irlanda (e que espero que aconteça aqui) foi o fim da chatice do não-fumante. Aquelas pessoas que reclamavam da fumaça e do cheiro e consideravam fumar como um hábito antissocial, agora saem para ficar entre os fumantes, já que a socialização está ocorrendo fora dos bares e das danceterias.

Ainda dentro das oportunidades, fumar nas calçadas também pode ser uma ótima desculpa para fugir da mesa quando o papo ou a companhia está ruim. E o fato do fumante poder ficar no mínimo 5 minutos afastado, fazendo novos amigo,s parece ser uma perspectiva muito boa. Por outro lado, se o parceiro ou parceiro forem bacanas, o abandono em nome de algumas tragadas pode cair mal pacas.

De qualquer maneira, de agora em diante nas baladas, passe a carregar sempre um isqueiro, seja generoso com seu cigarro e não se esqueça dos dropes de menta. Nunca se sabe quando você terá que mostrar se realmente tem fogo.

11 comentários:

Língua de trapo disse...

Porra Claudio, dropes de menta?

MOSKNASOPA disse...

.

VAMOS VER SE AGORA O PESSOAL REPEITA UM POUCO MAIS O FUMANTE_!

Marcelo Tadeu disse...

A nova lei dará um empurrão a quem frequenta bares e restaurantes regularmente e estava pensando em largar o vício... Ou vai colocar todo mundo pro lado de fora, tal qual na Irlanda!?
Mas que o fumante vem sendo discriminado há tempos, isso é uma verdade... Já esse papo de carregar no bolso um isqueiro e um (hahahahaha!!) dropes de menta (hahahaha!!)... dropes de menta (hahahaha!!)...

Petit Poupée disse...

Cigarro? não padeço desse mal, padeço sim de longuras...

Tadeu, será mesmo que proibir funciona pra largar um vício???

Dropes de menta... só tu Claudio!

Marcelo Tadeu disse...

Petit,
Qualquer proibição leva ao debate... Não acredito que essa levará uma pessoa a largar o cigarro, mas "ajudará" em alguns casos, principalmente com aqueles que marcam um fato marcante, ou uma data, um local ou qualquer coisa que o valha para deixar de fumar (já passei por essa experiência umas 3 vezes...)... (hahahaha!!!)... Dropes de menta...

Soninha disse...

Armas da paquera:




Gaúcho..........vinho
Mineiro.........pinga
Carioca.........chopp
Paulista.........dropes de menta

Claudio R S Pucci disse...

Os dropes de menta é para tirar o bafo do cigarro, seu bando de rufiões biltres e beócios....até eu que sou fumante não gosto do sabor que deixa na boca beijada....saco *rs *rs *rs...gente sem criatividade....bem que mamãe me avisou....não casa com essa sirigaita....

MOSKNASOPA disse...

CLAUDIO, APESAR DE PISAR NA BOLA, EU ESTOU DO SEU LADO (POIS ATRAS OU NA FRENTE IA FICAR MAUS. . .)

VOLTANDO AO ASSUNTO: ESSA MOÇADINHA NAUM VIVEU A ONDA DO 'DROPES DE MENTA'. ELES ESTAUM MAIS ACOSTUMADOS COM O HALLS E COM AQUELE BAGULHO QUE CONGELA (PELO MENOS NA PROPAGANDA EH ASSIM).

AGORA, ENTRE NOS, QUEM EH A SIRIGAITA E QUANTOS ANOS VC TEM_?

Lílian P disse...

Eu não sei a idade do Claudio, mas ele deve ser do tempo que o dropes de menta e chiclete ploc faziam maior sucesso no disco club

Claudio R S Pucci disse...

era drops Kids Hortelã que eu usava em speakeasies ao som de Peggy Lee na vitrola (essa eu quero ver alguém bater)!!!!

Língua de trapo disse...

Porra Claudio, vc era da máfia desde rapazola?