Os maiores detetives noir do cinema

Publicado no Terra em novembro
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Inaugurado em 1941 com o filme O Falcão Maltês, o cinema noir fez escola não só nos Estados Unidos como na França, com seus ambientes esfumaçados e fotografia em preto-e-branco. A figura principal era sempre a do detetive frio, calculista e durão, que não hesitava em arrebentar a cara dos marginais e de vez em quando da mocinha de integridade duvidosa. Confira uma lista de verdadeiros machões e seus maravilhosos filmes:

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Sam Spade: interpretado por Humphrey Bogart, o detetive que resolve o caso da estátua do falcão maltês era um homem cheio de princípios como por exemplo entregar a mulher que ama à polícia, só porque ela matou seu sócio ("É ruim para nos negócios, baby"), mesmo que ele estivesse de caso com a esposa do defunto. Ligeiro, sarcástico e com uma agressividade contida, tinha uma relação de amor e ódio com a lei.

Philip Marlowe: o investigador criado por Raymond Chandler teve vários intérpretes no cinema como Dick Powell, Bogart, James Garner e Robert Mitchum. Beberrão, filosófico, amante de poesia e xadrez, não dispensa o uso dos punhos, se necessário, para resolver um caso. O filme À Beira do Abismo é o mais famoso de seus casos.

Mike Hammer: o detetive do escritor Mickey Spillane apareceu nas telonas em 1953 em Eu, o Júri mas a fama mesmo veio dois anos depois quando Ralph Meeker estreou A Morte em um Beijo. Depois disso, foi para a TV, primeiro com Darren Mcgavin e depois com Stacy Keach o interpretando. Mais nervoso e brutal que os anteriores, Hammer é descrito como um legítimo esquentado e até mesmo misógino e radicalmente anti-comunista. E mais, para ele, a lei nada mais é que um impedimento para a verdadeira justiça.

Walter Neff: ele não era bem um detetive e sim um agente de seguros, mas é o personagem principal de um dos filmes que mais representa a podridão mostrada no noir, Pacto de Sangue. Apaixonado pela esposa de um cliente, trama a morte dele com a ajuda dela e se dá mal pacas. O ator com cara de bonzinho, Fred Macmurray, deu vida ao personagem desenvolvido por Raymond Chandler e o grande diretor Billy Wilder.

J.J. Gittes: Jack Nicholson incorporou o personagem em duas ocasiões: na homenagem aos filmes noir feita por Roman Polanski em Chinatown de 1974 e na péssima continuação de 1990, A Chave do Enigma. Cínico e arrogante, Gittes quase perde todo o nariz ao investigar um engenheiro do departamento de águas de Los Angeles. Poder, dinheiro e incesto dão o tom do primeiro filme.

Rick Deckard: totalmente noir, Blade Runner é um filme que divide opiniões e que aparentemente ninguém verá a versão completa, já que todo ano sai algum corte novo com mais ou menos cenas. Frio e amargo, interpretado com maestria por Harrison Ford, Deckard só têm uma grande dúvida: seria ele um dos replicantes que tanto perseguia?

Bud White & Ed Exley: a dupla de Los Angeles, Cidade Proibida, interpretada por Russel Crowe e Guy Pearce, respectivamente, faziam parte da polícia da cidade dos anjos dos anos 50, repleta de corrupção e estrelismo. O filme, um exercício de roteiro e estilo noir, ganhou os Oscars de melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante para Kim Bassinger.