sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pai de Sherlock Holmes, Conan Doyle nasceu há 150 anos

Publicado no Terra em maio de 2009
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Ele criou um dos maiores ícones da ficção mundial e revolucionou a maneira de se escrever contos de mistério, além de ter se aventurado em poesia, ficção científica e romances históricos. Estamos falando de Sir Arthur Conan Doyle, o escritor escocês que brindou o mundo com o lógico e sensacional detetive Sherlock Holmes.

Nascido em Edimburgo na Escócia em 22 de maio de 1859, Doyle foi educado em uma escola católica de jesuítas, mas acabou rejeitando o catolicismo e tornando-se agnóstico. Estudou medicina e já na faculdade começou a escrever para jornais locais. Depois de ter sido médico em um navio na costa africana e ter se aventurado em um consultório com um ex-colega de faculdade, sem muito sucesso, foi para Portsmouth, na costa sul da Inglaterra, em 1882.

Como a prática de medicina não estava indo bem e os pacientes eram escassos, começou a escrever para passar o tempo, assim surgiu o livro Um Estudo em Vermelho, o primeiro caso do famoso detetive, personagem baseado em um de seus professores, Joseph Bell. Até mesmo o autor de A Ilha do Tesouro, Robert Louis Stevenson chegou a proclamar a semelhança entre o personagem fictício e o professor real, apesar de algumas más línguas proclamarem que Doyle se baseou em Auguste Dupin, criação de Edgar Allan Poe para a obra Os Crimes da Rua Morgue. Holmes era mostrado como um homem que se atenta para os mínimos detalhes ao resolver um caso, mas não dispensa a criatividade e a imaginação ao pensar em uma solução. Isso fica latente em sua frase mais famosa: "Quando você elimina o impossível, o que sobra, por mais incrível que pareça, só pode ser a verdade". As histórias eram narradas pelo seu fiel escudeiro, Watson, também médico, que nada mais era que o alter ego de Sir Arthur.

O sucesso popular das aventuras de Holmes trouxe fama e dinheiro a seu criador, mas Conan Doyle se incomodava com o fato do personagem "tirar sua atenção para coisas mais importantes", como por exemplo os romances históricos. Assim, em 1893, tanto Sherlock, como seu nêmeses, Professor Moriarty, caíram para a morte em uma cachoeira no conto O Problema Final. Na época, a mãe de Doyle alertou-o que ele poderia fazer o que bem quisesse, mas as pessoas não aceitariam aquilo passivamente. Não deu outra e a pressão popular o fez "ressuscitar" sua criação em A Casa Vazia com a explicação que somente Moriarty morreu na queda. Holmes, no final, estrelou 56 contos e quatro romances de seu autor e virou figura lendária.

Doyle ainda teve tempo de estudar oftalmologia, defendeu a participação britânica na Guerra dos Boers na África do Sul (a Inglaterra estava sendo massacrada pela imprensa mundial devido ao ocorrido), foi feito Cavaleiro do Império em 1902 e se interessava ardorosamente por direito e justiça, tendo investigado pessoalmente dois casos. Casou-se duas vezes, a primeira com Louise Hawkins, que faleceu de tuberculose e com Jean Elizabeth Leckie. Com a morte de Louise, de seu filho Kingsley e de seu irmão, Conan Doyle entrou em depressão e se converteu ao espiritismo, tendo inclusive lançado em 1926 o livro The History of Spiritualism. Faleceu em 7 de julho de 1930 em sua casa em Sussex.

4 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Nada como uma boa aula no fim do dia... Acho que preciso ler "O Problema Final" e "A Casa Vazia"!!

Petit Poupée disse...

E eu que sempre achei que a frase mais famosa do detetive inglês fosse: "elementar, meu caro Watson". Óbvia demais, suponho

Claudio R S Pucci disse...

Poupee,

Sherlock nunca disse essa frase desta maneira. ele dizia que era elementar, mas nunca seguida de "meu caro Watson"

Petit Poupée disse...

Merci, mon cher.Bisou