terça-feira, 5 de maio de 2009

De condes a adolescentes, o cinema está repleto de vampiros

Publicado no Terra em maio de 2009
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"Criaturas da noite. Ouça como elas soam". A frase imortalizada por Bela Lugosi em Drácula de 1931 está mais atual do que nunca com versões variadas de sugadores de sangue abundando o cinema e a TV. O Terra preparou uma lista com os 15 filmes mais interessantes do lendário personagem para você assistir munido de muito alho e crucifixos.

» Veja fotos de alguns vampiros do cinema

Nosferatu - Uma Sinfonia de horror (1921): o grande clássico mudo de horror alemão é cercado de lendas e polêmicas. Considerado hoje uma obra-prima, teve uma estréia difícil na época já que a família de Bram Stoker, autor do livro Drácula processou o cineasta F.W. Murnau por descaradamente basear-se na obra literária para compor seu Conde Orloff. Além disso, mortes ocorreram no set de filmagem o que inspirou muitos anos depois do filme À Sombra do Vampiro (2000), onde Orloff não seria um ator, e sim, um vampiro de verdade. Nosferatu foi refilmado quadro-a-quadro em 1979 por Werner Herzog com o horroroso Klaus Kinsky no papel-título.

Drácula (1931): a Universal Studios detinha os direitos de todos os grandes monstros ficcionais (Frankenstein, O Fantasma da Ópera, A Múmia, entre outros) e no começo da década de 30 fez uma adaptação livre da obra de Stoker que acabou dando os caminhos para os futuros filmes do personagem, como por exemplo, o uso da fraque e a capa pelo conde. Interpretado pelo artista austro-húngaro, Bela Lugosi (que ficou marcadíssimo pelo papel), Drácula foi a maior bilheteria do estúdio no ano e abriu caminhos para muitas outras fitas de terror. Teve uma refilmagem em 1979 com Frank Langella (Frost/Nixon) no papel do vampiresco conde.

O Vampiro Da Noite (1958): a Hammer foi o estúdio inglês mais famoso por seus filmes de horror nas décadas de 50 a 70 e este aqui, considerado uma de suas melhores produções marca o início da parceria Christopher Lee/Peter Cushing como o conde e seu perseguidor, Van Helsing, respectivamente. Os dois atores iriam repetir os personagens em inúmeras produções posteriores, até acabarem nos filmes da série Star Wars (Cushing como o Grand Moff Tarkin de Guerra nas Estrelas e Lee como o Conde Dookan ¿ ou Dooku ¿ nos filmes mais recentes).

Mortos que Matam (1964): primeira adaptação (e a mais fiel) do livro de Richard Matheson, Eu sou a Lenda, com Vincent Price como o último sobrevivente de uma epidemia que levantava os mortos da tumba e transformava humanos em vampiros. É uma fantasia fantástica onde, no final, descobrimos que os valores haviam sido invertidos: o monstro era o humano numa terra de vampiros. Foi refilmado livremente em 1971 com A Última Esperança Sobre a Terra e recentemente com Will Smith.

A Dança dos Vampiros (1967): clássica comédia dirigida e interpretada por Roman Polansky (O Bebê de Rosemary e O Pianista), era na realidade uma homenagem aos velhos filmes da Hammer e unia com maestria horror e riso, anos antes do "terrir" americano. Um dos grandes destaques do filme era a estonteante Sharon Tate, que se casou com o diretor e depois foi morta por Charles Manson e sua família.

Fome de Viver (1983): talvez não tenha havido dupla de vampiros mais charmosa e bonita como a formada por David Bowie e Catherine Deneuve nesse clássico dirigido por Tony Scott (de O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford). Os dois caçam suas vítimas em boates e danceterias e não usam os dentes e sim pequenas faquinhas para abrir os pescoços. De repente Bowie começa a envelhecer rapidamente e é trocado por Susan Sarandon, como amante de Deneuve, em cenas lesbian-chic de muito bom gosto.

A Hora do Espanto (1985): um dos grandes "terrir" (terror + risos) dos anos 80 e uma excelente brincadeira com a lenda do vampiro. Garoto adolescente descobre que seu vizinho é um sugador de sangue e parte numa caçada ao monstro depois que ele transforma seu melhor amigo e seduz sua namorada. Destaque para Roddy Macdowall (o Cornelius de O Planeta dos Macacos) como o covarde apresentador de televisão, Peter Vincent, em uma dupla homenagem a Peter Cushing e Vincent Price e Chris Sarandon, irmão de Susan, como o vampiresco Jerry Dandrige. Teve uma seqüência péssima em 1988.

Os Garotos Perdidos (1987): o melhor filme de vampiro teen já feito e talvez o mais divertido. Ao se mudarem para uma pequena cidade litorânea na costa da Califórnia, lar de hippies e de muita contracultura, dois irmãos acabam se envolvendo com uma tribo de vampiros, um ficando ao lado deles e o outro os caçando. Kiefer Sutherland (24 Horas) é o chefe dos vampiros jovens, enquanto a dupla Corey Haim e Corey Feldman são os atrapalhados e hilários caçadores adolescentes. Uma continuação muito inferior foi lançada direto para DVD em 2008 com o nome Garotos Perdidos 2: A Tribo.

Drácula de Bram Stoker (1992): aqui sim, Francis Ford Copolla (O Poderoso Chefão) transpôs fielmente o livro de Stoker para as telas e ainda uniu à lenda do Conde Vlad Dracul, o empalador, que realmente aterrorizou a Romênia no século XV. O diretor conseguiu criar um ar vitoriano na obra e a filmou à moda antiga, sem utilizar grandes efeitos especiais, mas o destaque mesmo vai para o elenco capitaneado por Gary Oldman como o Conde, Anthony Hopkins como Van Helsing e Winona Ryder como Mina Harker. Mel Brooks detonou o filme em Drácula, Morto mas Feliz.

Buffy, A caçadora de Vampiros (1992): o filme é bem fraquinho e tinha Kristin Swanson no papel-título como a adolescente que descobre que seu destino é livrar o mundo dos imortais vampiros maus. Cinco anos depois, virou uma série de TV com Sarah Michelle Gellar assumindo o papel e levando nas costas sete temporadas de muito sucesso nos EUA e no Brasil e ampliando suas vítimas para demônios e forças do mal, além dos tradicionais sugadores de sangue.

Entrevista com o Vampiro (1994): fraca adaptação das crônicas vampirescas de Anne Rice, já pecou na escolha de Tom Cruise como Lestat, uma vez que o eprsonagem foi baseado em Rutger Hauer (de Blade Runner), mas fez relativo sucesso de bilheteria, mostrando a história de Louis (Brad Pitt) feito imortal no século XVIII e se lamentando por isso. Quem rouba a cena, porém é Kirsten Dunst como Claudia, vampira criança que começa a enlouquecer por não poder crescer.

Anjos da Noite (2003): muito bem-sucedida serie de filmes abordando a milenar guerra entre vampiros e lobisomens com a belíssima Kate Beckinsale, como Selene, a vampira que se apaixona pelo homem-lobo. Teve uma continuação, Evolução em 2006 e Anjos da Noite - A Rebelião, contando a origem do entrevero entre os personagens místicos em 2009.

Crepúsculo (2008): feito para mocinhas teenagers e baseado nos livros de sucesso de Stephenie Meyer. Adolescente se muda para Forks no estado de Washington e se envolve com rapaz vampiro. Obviamente que ele faz parte de uma família boazinha e unida que não mata seres humanos e sim animais, mas uma série de assassinatos na cidade apontam que um grupo de vampiros maus estão lá. Muito açúcar, muito romance e muita bilheteria já garantiram a continuação, Lua Nova para o ano que vem.

Let the Right One In (2008): ainda sem título em português (ou qualquer possibilidade de estréia) é um dos mais sensíveis, interessantes e violentos filmes de vampiro já feito. Produção sueca, conta a história de Oskar, menino introvertido e vítima dos grandalhões do colégio, que descobre que sua vizinha, Eli, é uma vampira com aparência de 12 anos de idade. Lento e lírico, o filme levou o prêmio máximo do Festival de Cinema Independente de Tribeca, em Nova York. Infelizmente, Hollywood vai fazer sua versão.

True Blood (2008): abrimos a exceção para a TV com essa genial série da HBO onde após uma empresa japonesa desenvolver sangue artificial, o True Blood do título, os vampiros saem do armário, ou melhor, dos caixões e passam a conviver com humanos. Centrada no sul dos Estados Unidos, mostra o relacionamento entre a humana Sookie, uma garçonete que consegue ler pensamentos e o vampiro Bill Compton e as reações não muito amistosas das duas raças, mesmo porque existe um detalhe: o sangue dos seres imortais é um afrodisíaco melhor que Viagra, o que os leva a ser caçados. Baseado em oito livros da série Sookie Stackhouse de Charlaine Harris, já está sendo anunciada a sua segunda temporada.

3 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Não é um tema que me atrai, mas dos poucos que assisti, gostei de "Fome de Viver" e "Drácula de Bram Stoker".

Menina Veneno disse...

Alguém se habilita ao meu pescocinho?

Lou disse...

Adoro 'Drácula de Bram Stoker' e quase cortei os pulsos vendo 'Crepúsculo' - ruim demaaaais!