segunda-feira, 11 de maio de 2009

Onde nenhum outro filme jamais esteve

Publicado no Terra em maio de 2009
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J.J. Abrams conseguiu! Audaciosamente deu vida nova à franquia de Jornada nas Estrelas em um dos melhores filmes de toda a cinessérie, Star Trek, que estréia esta sexta-feira (8) nos cinemas. Ao contar os primórdios das aventuras de Kirk e companhia na Frota Estelar, Abrams ousou alterar alguns detalhes do passado dos personagens e assim começar do zero as viagens da nave USS Enterprise. O próprio Spock de Zachary Quinto explica aos desavisados que uma nova linha do tempo se inicia com esse filme.

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Identidade e respeito
Obviamente que não dá para se mexer em personagens mitológicos, com mais de 40 anos de existência - o filme é baseado na série de TV Jornada nas Estrelas de meados da década de 60 -, sem preservar as características das interpretações originais. Karl Urban, por exemplo, imprimiu todos os maneirismos do finado ator DeForest Kelley para compor seu Dr. "Magro" McCoy. Fisicamente diferente do original, o Pavel Chekov de Anton Yelchin tem o mesmo tom de voz e o indefectível sotaque russo, com seu "Kapitin Kurk" arrancando risos da platéia. O Scotty de Simon Pegg também não deixa nada a desejar sobre o da série clássica e o Spock de Quinto é simplesmente perfeito.

E antes que eu me esqueça, a presença da deslumbrante Zoe Saldana como Uhura não se limita a apenas mandar mensagens espaço adentro. Em novos tempos, a figura feminina é bem mais forte e decidida que sua contrapartida antiga. A grande diferença está no James Tiberius Kirk de Chris Pine, mais ousado, agressivo e não menos fascinante que o de William Shatner (que não dá as caras na nova fita).

Outro ponto fantástico do filme são as minúcias da produção. O setor de engenharia das espaçonaves é sujo e escuro como deveria ser, contrastando com a clara e modernizada ponte de comando. E até mesmo os canhões de phaser no casco da nave são mostrados no mínimo detalhe.

Para fãs e curiosos
Star Trek também tem a grande qualidade de poder agradar iniciados ou não em seu universo tão particular. Para quem nunca viu nada da série ou achava que os episódios da TV eram cerebrais demais, o filme se mostra ágil com uma aventura desenfreada, efeitos espaciais de primeiríssima qualidade e cenas de tirar o fôlego. Seguramente vai criar uma nova geração de fãs, especialmente entre os teenagers.

Para quem curte o seriado, a aventura traz um bônus adicional: a maior parte das piadas é referência a acontecimentos da série clássica e dos outros filmes feito para o cinema. Por exemplo, quando aparece um tripulante com o uniforme vermelho, você já começa a rir porque sabe que o coitado vai se dar mal, como aconteceu na maioria dos episódios da TV com figurantes que vestiam essa cor. Até mesmo o Capitão Archer da mal-sucedida série Enterprise é mencionado em um dos gracejos.

Na história, um vilão do futuro, o romulano Nero, interpretado pelo ótimo Eric Bana, acidentalmente volta ao passado buscando vingança contra os vulcanianos e a Federação pela destruição de seu planeta. Na sua esteira está Spock, envelhecido e vivido pelo ator que interpretou o personagem na série original, Leonard Nimoy. Sua presença meio que serve como uma transição para os novos protagonistas. Ao mesmo tempo, Kirk, McCoy, Uhura, Chekov e Sulu são cadetes participando da viagem inaugural da Enterprise. Imagine, então, quem vai salvar o dia?

Abrams, que já havia feito um excelente trabalho em Missão Impossível 3 e criou o fenômeno Lost para a TV está comprometido com pelo menos mais dois filmes da cinessérie. O que vem por aí é uma incógnita, mas os produtores, contentes com o resultado, já falam em um novo seriado para a TV também. Depois de ver este filme, a única coisa que esperamos é que a série tenha vida longa e próspera.

3 comentários:

Marcelo Tadeu disse...

Realmente o cara conseguiu!!
Fui assistir com meus filhos e, depois de muita desconfiança, eles gostaram!!??!
O filme ficou muito bom!!!
Para quem já conhecia a série, a presença de Leonard Nimoy causou boa impressão e conquistou antigos fãs... Só o lance entre o Spock e Uhura é que eu desconhecia... Podia contar???

cerolzin disse...

Eu lembro que o livro era uma porcaria, mas o filme sensacional

Petit Poupée disse...

Meu irmão adorava, ele até hoje só gosta de ter celular da motorola só porque lembra o logo,ô paixão!