quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Conheça as 10 tendências de comportamento de consumo

Publicado no Terra em dezembro de 2009
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Agora que o final do ano está chegando é hora dos gurus de plantão tentarem responder à pergunta "o que será 2010?". Com o planeta ainda sentindo alguns efeitos da crise mundial de 2008, que alterou a percepção das pessoas em relação à economia e às ações do governo, a relação entre os consumidores e empresas se alterou. Com isso me mente, o site Trendwatching.com, uma dos principais empresas especializadas em análise de tendências, soltou seu relatório mensal com as previsões de como será o próximo ano em termos de consumo e estratégias empresarias.

Obviamente que a introdução explica que esses 10 pontos já estão em andamento e que não se iniciam obrigatoriamente em primeiro de janeiro e que não se limitam a apenas dez, mas o objetivo é levar o mercado à inovação. Se quiser ver o relatório completo, em inglês, acesse http://trendwatching.com/briefing/. Conheça agora então, o que 2010 poderá ter de tão diferente:

1) Negócios como nunca foram feitos antes: sustentabilidade se tornou uma necessidade urgente da sociedade de consumo. As discussões de como isso impacta a vida das pessoas ainda estão acontecendo, mas pelo menos a discussão existe. Além disso, as empresas têm que dar um passo além do simplesmente ser um bom cidadão corporativo e se tornarem mais transparentes e honestas ou abrir mais conversações com seu público ao invés de simplesmente fazer propaganda ou ainda aceitar a colaboração do consumidor em seu negócio ao invés de manter uma postura de nós aqui, eles ali.

2) Urbanidade: há um século, 5% da população mundial vivia em grandes cidades. Em 2008 batemos a marca de 50% e em 2050 chegaremos a 70%, ou mais de 6 bilhões de pessoas em áreas urbanas. O que significa isso em termos de consumo? Um público mais exigente, sofisticado, conectado e que arrisca mais em produtos e serviços inovadores. E mais, com as facilidades online, a população rural também tende a incorporar a sofisticação do público urbano.

3) Críticas em tempo real: com a explosão do Twitter, Facebook e outras redes sociais, as pessoas têm a chance de expor o que sentem em relação a filmes, produtos, música, peças, serviços etc. E mais, essas redes ainda permitem que você troque mais detalhes com quem fez a crítica formando uma verdadeira conversação entre consumidores e clientes em potencial. E como a empresa lida com isso? Envolvendo seu público no processo de criação.

4) (F)Luxo: a idéia é que em 2010 o luxo e o que ele significa para determinados seguimentos de mercado, estará em constante fluxo. Luxo, no sentido de um produto exclusivo, deixa de ser simplesmente algo caro e inacessível, mesmo porque hoje existem inúmeras outras maneiras de se sentir único. A idéia é declarar que o fim está próximo para as coisas que são muito acessíveis, muito poluentes e muito conhecidas e introduzir inovações para a nata da sociedade.

5) Locais limitados: todos gostam de ter edições exclusivas de alguma coisa, mas o que pensar de um local exclusivo para adquirir? Indo na contramão das redes de franquias e distribuição, uma das ideias para 2010 é ter produtos exclusivos em apenas um lugar. As limitações logísticas são compensadas pelo barulho que isso causa e o entusiasmo tanto nos compradores quanto no lojista. Intimamente ligado ao urbanismo e ao orgulho urbano, essa tendência transforma locais em destinos e que podem beneficiar grandes marcas.

6) Combinação das massas: em 2010 mais e mais pessoas estarão online. Acontece que essas mesmas pessoas estarão procurando mais e mais contato real com outras. Ao contrário do que se imagina, elas não pretendem se afundar no ambiente online. E por que? Porque pessoas necessitam de "corpos quentes" ao seu lado. O próximo passo é a internet unir, na vida real, estranhos com o mesmo interesse, hobbies, preferências políticas etc. E a oportunidade existe para qualquer um que queira agir como um facilitador para esses encontros.

7) Ecofacilidade: apesar da boa vontade de algumas empresas e pessoas em relação ao meio-ambiente, um resultado mais consistente em termos ecológicos só será obtido se produtos e serviços alcancem uma sustentabilidade que nem os consumidores percebam a diferença. Ou seja, a ideia que algumas linhas de produtos assumam essa sustentabilidade de uma maneira que não deixem margem para outros não-sustentáveis. Para isso talvez haja a necessidade de maior intervenção governamental ou genialidade corporativa para que seja "fácil" aos consumidores e empresas fazer a coisa certa.

8) Rastreando e alertando: é o novo "procurando", onde tudo é rastreado, de amigos a inimigos, produtos e serviços e o consumidor acaba tendo um nível diferenciado de controle. E o "alertando", quando bem feito, é informação relevante encontrando esse consumidor de acordo com as suas preferências. Quer um exemplo? Uma doceria nos Estados Unidos manda um torpedo aos seus clientes na região toda vez que uma bandeja de cookies sai do forno. Quem resiste a um cookie quentinho?

9) Generosidade embutida: envolve todas as iniciativas que se relacionem com doar ou dar de maneira indolor se não automática. Além disso, dá a oportunidade às empresa e corporações de envolver seus clientes em um processo de co-doação ou co-decisão. É a geração G.

10) Explorando perfis: o que fazer com a avalanche de informações pessoais disponíveis nas redes sociais hoje? Como explorar isso, fugindo do sistema onde companhias e anunciantes simplesmente fazem dinheiro desses perfis, enchendo o consumidor com seus "relevantes" anúncios? O relatório do trendwatching sugere dois caminhos: o aparecimento de um intermediário que permita aos consumidores abrir parte de suas informações para serem abordados pelas empresas ou serviços de proteção das informações pessoais nas redes sociais que, por exemplo, em caso de acidente ou morte, entregue esse perfil aos familiares.

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