segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mitos: café não desperta e maconha não interfere na direção

Publicado no Terra em junho de 2010
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É de voz corrente que beber muito café faz a pessoa ficar pilhada e agitada, e que dificilmente quem o toma à noite consegue dormir. Também tanto quem consome, como quem é contra a maconha diz que a droga deixa os reflexos lerdos e prejudica a atenção. Agora dois estudos científicos, um vindo da Inglaterra e outro dos Estados Unidos põem à prova essas máximas.

No país da rainha, cientistas testaram o quanto o café poderia mexer com o estado de espírito de quem bebe. Para isso, pegou 379 adultos entre não bebedores e consumidores vorazes das beberagens com cafeína e pediu-lhes que ficassem 16 horas em abstinência. Depois disso, ministrou para algumas pílulas de cafeína e para outros placebos.

O que foi constatado é que aqueles que estão acostumados a ingerir fartas quantidades de cafeína não ficam mais agitados ou despertos, somente revertem os efeitos de fadiga que a retirada súbita da substância causou, ou seja, a cafeína só faz com que o cara volte ao estado "normal". Os pesquisadores também registraram que aqueles que tem predisposição genética para ansiedade não evitam o café. Pelo contrário, são os que mais ingerem a bebida.

Já na terra de Obama, medicos do Hartford Hospital, em Connecticut, e da Universidade do Iowa Carver College of Medicine constataram que a maconha não interfere na capacidade de uma pessoa em dirigir um carro.

Oitenta e cinco pessoas passaram por um simulador de direção que apresentava diversas situações de perigo, como carros cruzando a rua quando não deveriam, veículos de emergência na pista, sinais que fechavam bruscamente etc. Depois disso, uma parte dos testados fumavam um cigarro de maconha com nível de 2,9% de THC (a substância psicoactiva encontrada na Cannabis), enquanto outros um baseado com THC zero (ou seja, o famoso placebo). Ao fazer o teste de direção de novo, verificou-se que o desempenho dos que fumaram o cigarro de maconha que dava barato foi o mesmo da turma do placebo.

O que foi visto de diferente é que a pessoa do THC de 2,9% diminui a velocidade do carro simulado como uma forma de compensar uma possível perda de atenção. Só que não adianta começar a comemorar enrolando um.

Um estudo de 2008 havia mostrado que consumidores de maconha tem um risco para acidentes, mas menor do que aqueles que tomam grandes quantidades de álcool. Ao juntar os dois demônios (bebida e maconha), a possibilidade de se envolver em um acidente será muito maior que o uso de cada um separadamente. E como não adianta tomar acfé para ficar acordado, então o ideal é não dirigir mesmo.

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